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Estado de Minas

Conhe�a quatro mulheres que fazem da igualdade uma profiss�o

De forma individual ou coletiva, elas conscientizam outras mulheres a combater o machismo e a fortalecer o movimento de luta por emancipa��o de g�nero


postado em 08/03/2018 06:00 / atualizado em 08/03/2018 15:19


Hoje � Dia Internacional da Mulher e, para celebrar a data, nada melhor do que mostrar que cada vez mais elas assumem os pr�prios desafios e apoiam outras para que tamb�m os superem.

Foi assim que o Estado de Minas chegou a hist�rias como a da arquiteta que ajuda m�es de fam�lia a construir suas moradias, da psic�loga empenhada em dar suporte a mulheres negras, da m�dica que vai al�m do consult�rio e se preocupa em apoiar integralmente suas pacientes, e da educadora que abre os bra�os e o cora��o para acolher v�timas de viol�ncia dom�stica.

De forma individual ou coletiva, elas n�o apenas ajudam, como conscientizam essas mulheres a combater o machismo e a fortalecer a luta por emancipa��o de g�nero.

Mais de 100 anos depois da data do 8 de mar�o ser institu�da como dia de luta e reflex�o quanto � necessidade de superar uma cultura que privilegia um sexo e oprime outro, s�o indiscut�veis as conquistas obtidas por movimentos feministas ao longo do tempo. Mas tamb�m � ineg�vel que ainda h� muito a avan�ar, como constatam as pr�prias ativistas da causa feminina. Leia abaixo testemunhos sobre como elas v�m enfrentando um desafio que se renova a cada dia. 

 


Constru��o da igualdade

“Hoje � um dia de luta. � um dia que representa todo o avan�o que n�s, mulheres, conseguimos em busca da igualdade de direitos. N�o existe essa quest�o da mulher querer ser igual ao homem, a gente s� quer uma sociedade justa e que ningu�m precise ter medo de ser mulher”, avalia a arquiteta Carina Guedes, de 33 anos.

Tendo experi�ncia no ramo de constru��o civil, �rea predominantemente dominada por homens, ela sentiu a necessidade de usar seu conhecimento para incluir mulheres comuns nesse espa�o.

Com o objetivo de ensin�-las a medir, desenhar, projetar, planejar suas casas e a executar servi�os da constru��o, Carina criou o projeto Arquitetura da Periferia. “Apesar de a mulher ser quem faz a manuten��o da casa, na hora de construir ela costuma n�o ter espa�o para decidir. O projeto quer mudar isso. Assim, elas v�o adquirindo esse conhecimento e se sentem capazes de discutir com quem quer que seja”, explicou.

Se o objetivo inicial era dar moradia, o projeto foi expandido para melhoria da autoestima da mulher que, por conta do conhecimento, n�o se sentem mais dependentes dos homens.


Batalha � flor da pele

O recorte da luta assume um tom ainda mais desafiador quando se trata da realidade da mulher negra.

A psic�loga Laila Resende, de 33, que tem o trabalho desenvolvido com foco na sa�de mental dessas mulheres, levanta algumas reflex�es. “Ser mulher negra � mais desafiador. Enquanto as mulheres brancas est�o lutando contra tipos de opress�o como machismo e misoginia, n�s ainda temos que combater racismo. � precisar lutar, no m�nimo, duas vezes mais”, afirma Laila.

Mudar um cen�rio que vai al�m da luta por direitos considerados comuns ao p�blico feminino imp�e desafios. “Meu trabalho d� suporte � sa�de mental das mulheres negras, diante desse quadro apresentado de racismo, machismo e misoginia. Contra essa combina��o, � dif�cil manter uma sa�de mental muito equilibrada sozinha” acrescentou.

Segundo dados de estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) e pelo F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, a mortalidade de mulheres negras aumentou em 22% entre 2005 e 2015, chegando � taxa de 5,2 mortes para cada 100 mil mulheres negras.


Resgatar e proteger

Criar uma rede de atendimento � mulher � fundamental n�o apenas para o melhor acompanhamento das v�timas de agress�es, mas tamb�m pelo papel na preven��o da viol�ncia contra a mulher.

E � nesse campo que atua a Casa Tina Martins. “A casa surge no dia 8 de mar�o de 2016, fruto da indigna��o de v�rias mulheres que revindicavam pol�ticas p�blicas que combatessem a viol�ncia de forma efetiva. Somos o quinto pa�s que mais mata mulheres no mundo”, contextualiza Indira Xavier, de 33, professora e coordenadora do coletivo.

A educadora chama aten��o para a import�ncia de se acolher mulheres em situa��o de viol�ncia dom�stica e oferecer suporte para que essas v�timas n�o s� saiam da situa��o de risco como se reestruturem para uma nova etapa na vida. “A viol�ncia � uma constru��o social. Os homens n�o nascem violentos, eles s�o constru�dos assim. Se a gente pode aprender a ser violento e machista, a gente aprende a deixar de ser violento e machista”, defende.

E completa: "Quando um menino come�a a implicar com a colega de sala, com pux�es de cabelo, � comum as pessoas dizerem 'olha, ele gosta dela'. Ou seja, desde pequenos, somos educados a associar o amor a gestos violentos."

 

Consci�ncia morro acima

A vulnerabilidade social e a falta de acesso � informa��o motivaram a m�dica de fam�lia e comunidade J�lia Rocha a ultrapassar os limites de atua��o como agente de sa�de e a assumir um papel de acolhedora de mulheres. “Por ser m�dica, tenho a oportunidade de transitar por diversas classes sociais. Sempre atendi pessoas com grau de vulnerabilidade social alt�ssimo, o que me deu a consci�ncia de que existe um feminismo da classe m�dia que n�o chega �s comunidades carentes e favelas”, avalia.

Em sua miss�o, ela acredita que o exerc�cio da empatia � fundamental. “Nossos ouvidos t�m que estar abertos para outros discursos. �s vezes a gente fica sentada confortavelmente atr�s da tela de um computador, julgando, criminalizando mulheres que n�o tiveram as mesmas oportunidades que n�s”, explica.

 

Com mais de 150 mil seguidores no Facebook, a m�dica usa de sua influ�ncia digital para conversar com leitoras e compartilhar hist�rias sobre cenas presenciadas na sa�de, que mostram como as mulheres est�o expostas ao machismo no dia a dia.



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