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Estado de Minas

Tinta antipicha��o protege escola Bar�o do Rio Branco ap�s reforma de 6 anos

Ap�s seis anos fechada e de obras que custaram R$ 8,5 milh�es, com sucessivos atrasos, escola centen�ria de BH volta a receber alunos. Reformas retomaram desenhos originais


postado em 17/04/2018 06:00 / atualizado em 17/04/2018 08:28

No interior, ladrilhos hidráulicos originais foram mantidos no hall de entrada e nos corredores do porão(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
No interior, ladrilhos hidr�ulicos originais foram mantidos no hall de entrada e nos corredores do por�o (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

Foram seis anos e meio longe de casa, at� a volta, em meados de fevereiro. A cidade se desabituou tanto da paisagem do col�gio centen�rio localizado na Avenida Get�lio Vargas, na Savassi, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, que muita gente nem se deu conta de que ele voltou a ter vida. Com tapumes e abandonada desde julho de 2011, a Escola Estadual Bar�o do Rio Branco retomou as cores e desenhos originais. Com a reforma em fase final, restam apenas detalhes, como uma pequena pintura aqui e outra ali, e holofotes na cal�ada que v�o dar ao pr�dio uma ilumina��o especial, digna de monumento.

A fachada ganhou um amarelo croissant, caramelo e branco padeiro. A escola, de 112 anos, foi toda “plastificada”, como se estivesse envelopada, com tinta especial antipicha��o. No interior, grades e janelas s�o agora colorado, um tom avermelhado. Os anexos foram pintados de branco gelo e detalhe azul cinza. A bananada deu o toque final ao p�tio coberto. O audit�rio foi, literalmente, redescoberto. No trabalho de restaura��o, preciosidades que estavam escondidas em meio a sete camadas de pinturas feitas ao longo das d�cadas surgiram em forma de imagens com contornos surpreendentes e belos.

Ladrilhos hidr�ulicos originais foram mantidos no hall da entrada principal e nos corredores das salas de aula do por�o. J� os da �rea de circula��o externa da varanda do pr�dio principal foram confeccionados sob medida. Dois laborat�rios de ci�ncia (antes era s� um) com lavabo permitem aulas simult�neas, sem preju�zo �s turmas. Os blocos anexos, que foram derrubados e reerguidos, comportam a cantina, a sala de professores, sala de especialistas, dire��o, xerox e secretaria (do lado da Rua Tom� de Souza), biblioteca, laborat�rio de inform�tica (com ar-condicionado) e ci�ncias (do lado da Rua Rio Grande do Norte).

Outros ladrilhos foram confeccionados sob medida para a área de circulação externa da varanda(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Outros ladrilhos foram confeccionados sob medida para a �rea de circula��o externa da varanda (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)


Mais de 20 banheiros, todos com espelho, papeleira, suporte para sabonete l�quido e torneira autom�tica, est�o � disposi��o. A escola � toda acess�vel, com toaletes para cadeirantes, rampas, escada com granito antiaderente e corrim�o nas escadas. Plataforma elevat�ria garante acesso entre o p�tio coberto e um elevador liga as salas de aula � de v�deo e ao museu da escola.

A quadra ganhou cerca e alambrado e os jardins, projeto de paisagismo. Na horta, salsinha, manjeric�o, alecrim e hortel�. A biblioteca ainda est� vazia, aguardando livros e mobili�rio. Carteiras e mesas de professores s�o novinhas em folha, bem como os quadros brancos para pincel. Os computadores ainda n�o foram instalados, pois faltam mesas.

Os 932 alunos do 6º ao 9º anos do ensino fundamental voltaram para a sede da Bar�o do Rio Branco no in�cio do ano letivo, em 19 de fevereiro, para ocupar 15 turmas pela manh� e 15 � tarde. Oitenta funcion�rios completam o time. “A secretaria perguntou se quer�amos mudar mesmo sem estar 100% pronto ou se aguardar�amos a conclus�o da obra. Depois de mais de seis anos esperando, n�o tivemos d�vida. Professores carregaram carteiras, organizaram a sala, todos vestiram a camisa”, conta a diretora do col�gio, Val�ria Medeiros Severo, que havia trabalhado apenas quatro meses no endere�o.

Tinta especial antipichação foi usada nas fachadas e em toda a escola para evitar prejuízos com ação de vândalos (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Tinta especial antipicha��o foi usada nas fachadas e em toda a escola para evitar preju�zos com a��o de v�ndalos (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)


Ela chegou em mar�o de 2011 como professora de matem�tica e ci�ncias, transferida de Pirapora (Norte de Minas), e, logo depois, foi para a sede provis�ria da escola, no Instituto de Educa��o, na Regi�o Hospitalar. “A primeira sensa��o quando vimos foi de emo��o. Olh�vamos para aquelas carinhas e v�amos que os meninos n�o acreditavam. Nem a gente”, relata. “Foi muito tempo, mas valeu a pena pelo que recebemos. Parece que tudo foi feito com muita qualidade. (A reforma) Manteve o aspecto hist�rico, com toque de moderno.” 


A reforma da Bar�o do Rio Branco custou mais de R$ 8,5 milh�es e sofreu sucessivos atrasos. A �rea tombada do pr�dio tem 2.350 metros quadrados. A �rea toda da escola, 4.596 metros quadrados. A escola fechou as portas em 2011, com promessa de conclus�o das obras em 2013, ano do centen�rio do pr�dio. Mas, o col�gio ficou abandonado por um ano e meio, tendo as interven��es come�ado apenas em janeiro de 2013. O novo prazo para o fim da restaura��o, em meados de 2015, tamb�m n�o foi cumprido. O secret�rio adjunto de Estado de Educa��o, Wieland Silberschneider, disse que problemas de gest�o de contrato em 2015 e 2016 foram respons�veis pelos atrasos.

As salas de aula ganharam novas carteiras, mesas de professores e quadros brancos para pincel (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
As salas de aula ganharam novas carteiras, mesas de professores e quadros brancos para pincel (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)


“Infelizmente, obras que envolvem o patrim�nio hist�rico enfrentam muitas exig�ncias regulat�rias que acabam estendendo o prazo de execu��o”, afirma. “Nessa obra, foram recuperados v�rios elementos hist�ricos, como piso em ladrilho hidr�ulico, que � uma preciosidade do in�cio do s�culo, as balaustradas das varandas e pinturas das fachadas. Tudo isso foi obrigatoriamente acompanhado e fiscalizado pelo Iepha (Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais), assim como a reforma do sal�o nobre e do audit�rio”, acrescentou. Sobre a instala��o de mobili�rio e equipamentos, Silberschneider informou que a perspectiva � de que tudo esteja no lugar dentro de 60 dias.

 

Pacote de interven��es

A diretora da escola, Valéria Severo, ficou surpresa:
A diretora da escola, Val�ria Severo, ficou surpresa: "Olh�vamos para aquelas carinhas e v�amos que os meninos n�o acreditavam. Nem a gente" (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

Um pacote de obras em andamento e outras tantas paradas. Em Belo Horizonte, tamb�m tombada, a Escola Estadual Pandi� Cal�geras, no Bairro Santo Agostinho, na Regi�o Centro-Sul de BH, aguarda a conclus�o da reforma, prevista para este ano. Pelo resto do estado, um conjunto de interven��es no valor inicial de mais R$ 10 milh�es contemplam im�veis sem caracter�sticas hist�ricas. O secret�rio afirma que h� um ac�mulo de demandas por obras, reformas pontuais, parciais e eventualmente at� de maior envergadura no conjunto de escolas de Minas. “Estamos atuando para implementa��o de pol�tica que recupere as condi��es, porque a qualidade do equipamento escolar � tamb�m uma vari�vel estruturante da qualidade da educa��o.”

O secret�rio reclamou de falta de repasse do governo federal, que tem afetado o financiamento de cobertura, constru��o e reforma de quadras. Segundo ele, do total de R$ 217 milh�es, R$ 112 milh�es est�o nas m�os da Uni�o e, por isso, h� v�rias obras iniciadas e interrompidas, com preju�zo para a comunidade escolar. “Chegamos a fazer consultas jur�dicas para ver a possibilidade de o governo do estado dar continuidade, mas n�o � poss�vel, sob risco de ter de devolver os cerca de R$ 105 milh�es j� repassados pelo governo federal.”


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