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Estado de Minas

Bombeiro aponta 'risco elevado' em pr�dios ocupados no Centro de BH

Inc�ndio em S�o Paulo liga o alerta para perigos que rondam pr�dios em situa��o similar em BH. Fora do alvo de vistorias, invas�es em edif�cios privados multiplicam as amea�as


03/05/2018 06:00 - atualizado 04/11/2020 11:58

Fora do alvo das vistorias, esqueleto de construção comercial privada não dispõe de instalações apropriadas para uso residencial (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Fora do alvo das vistorias, esqueleto de constru��o comercial privada n�o disp�e de instala��es apropriadas para uso residencial (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)

Se por um lado o inc�ndio que derrubou um pr�dio de 24 andares no Centro de S�o Paulo ainda desafia as autoridades paulistas, por outro, liga o alerta dos �rg�os de seguran�a e gerenciamento de riscos de Minas Gerais, especialmente em Belo horizonte, onde n�o apenas edif�cios p�blicos s�o ocupados. Aproximadamente 327 fam�lias que ocuparam tr�s pr�dios na �rea central de Belo Horizonte est�o no radar do Corpo de Bombeiros devido �s instala��es que aumentam a chance de problemas, principalmente os inc�ndios. Mas h� tamb�m constru��es privadas que acabaram sendo invadidas e n�o s�o alvo de qualquer vistoria. “Todas as ocupa��es s�o consideradas de risco elevado devido ao excesso de material combust�vel dos barrac�es do interior: madeira, papel�o e isopor, principalmente. Aliado a isso, temos instala��es el�tricas que n�o foram dimensionadas para o uso atual, o que traz s�rios riscos de inc�ndios”, alerta o integrante da diretoria de atividades t�cnicas do Corpo de Bombeiros Militar, Frederico Pascoal.

As pr�prias fam�lias reconhecem que vivem preocupadas, e se assustaram ainda mais depois do desastre em S�o Paulo, mas afirmam que adotam medidas de prote��o para mitigar poss�veis problemas causados pela ocupa��o de pr�dios essencialmente comerciais, que n�o foram preparados para receber botij�es de g�s, fog�es, chuveiros el�tricos e que n�o recebem a devida manuten��o. Procurada, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) informou que vistorias rotineiras s�o uma atribui��o do Corpo de Bombeiros.

Das tr�s ocupa��es instaladas em pr�dios da Regi�o Centro-Sul de BH, sendo dois no Hipercentro e um no Bairro Funcion�rios, a Zezeu Ribeiro e Norma L�cia � a mais antiga. Segundo um dos coordenadores, Marcos Landa, em 14 de abril de 2015, o edif�cio, situado na Rua dos Caet�s, 331, foi invadido. O pr�dio � do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), mas estava abandonado, conforme Marcos. A entrada da reportagem n�o foi permitida. Do lado de fora � poss�vel ver muitos materiais esticados na beira das janelas da constru��o de 10 andares, como tecidos e faixas. Diferente das outras ocupa��es, a cozinha, que come�ou comunit�ria, hoje j� foi liberada para entrar nos andares de acordo com cada morador. “Os quatro elevadores n�o funcionam e foram fechados com tapumes, para evitar quedas e tamb�m que lixo seja jogado. H� extintores em todos os andares e uma equipe de seguran�a e limpeza, que faz vistorias frequentes nas condi��es de cada moradia. Al�m disso, na discuss�o que se estabeleceu por meio de processo judicial ficou definido que o INSS precisa fazer vistorias frequentes nas condi��es, o que ocorre de 15 em 15 dias”, afirma Marcos Landa. Ainda segundo o representante da ocupa��o, seria muito importante para a comunidade se o Corpo de Bombeiros ou a PBH acompanhassem a situa��o de perto, para comprovar as informa��es fornecidas.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

Por meio de nota, o INSS informa que celebrou um acordo judicial para desocupa��o volunt�ria do im�vel at� 20 de junho de 2015, prazo que n�o foi cumprido. Como uma ordem de desocupa��o n�o foi expedida, o instituto recorreu ao Tribunal Reginal Federal da 1ª Regi�o e aguarda o julgamento do recurso. O INSS confirma ainda que tem acompanhado a situa��o do im�vel e vem promovendo os “reparos emergenciais poss�veis, visto que o pr�dio se encontra ocupado. Entretanto, “as medidas amplas necess�rias s� podem ser realizadas com a desocupa��o do im�vel”, diz a nota. O im�vel tem 10 andares al�m do t�rreo.

O desastre de S�o Paulo preocupa demais as fam�lias que ocupam os pr�dios em BH, segundo Ana Cristina da Silva, que mora na Ocupa��o Maria Carolina de Jesus com os tr�s filhos e � uma das coordenadoras do movimento. Ela e outras 199 fam�lias invadiram o edif�cio, situado no n�mero 2.300 da Avenida Afonso Pena, no Bairro Funcion�rios, em 6 de setembro, onde por muito tempo funcionou a Secretaria de Estado de Sa�de. “Medo dos riscos de algum acidente a gente tem sim, mas n�o ir�amos ocupar se n�o tiv�ssemos a necessidade. Existe uma preocupa��o grande com a seguran�a e por isso n�o permitimos botij�es ou fog�es nos andares, apenas na cozinha comunit�ria, que fica no primeiro andar”, afirma.


Invadido desde 2015, prédio do INSS passa por pequenos reparos, mas não há intervenções maiores (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Invadido desde 2015, pr�dio do INSS passa por pequenos reparos, mas n�o h� interven��es maiores (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)

INSEGURAN�A O pr�dio � da Funda��o Sistel de Seguridade Social, um fundo de pens�o de funcion�rios e ex-funcion�rios do setor de telefonia. O advogado que representa a Sistel, Gustavo Rugani, diz que desde 8 de setembro, dois dias ap�s a invas�o, j� existe uma ordem judicial de reintegra��o de posse, mas que ainda n�o foi cumprida. “Nossa maior preocupa��o � justamente evitar trag�dia envolvendo as pessoas porque � um pr�dio comercial, n�o � residencial. O desvio do uso para o car�ter habitacional traz riscos s�rios, como a montagem de cozinha com botij�o, lavanderia, banheiros com chuveiros. A gente n�o consegue saber exatamente o que est� acontecendo l� dentro, por isso, quanto mais o tempo passa, isso traz uma inseguran�a maior”, afirma.

A reportagem tamb�m n�o teve o acesso permitido na Ocupa��o Vicent�o, que come�ou em 13 de janeiro no pr�dio que pertence � fam�lia de um banqueiro j� falecido na Rua Esp�rito Santo, 461. Segundo o arquiteto das Brigadas Populares, T�lio Freitas, o �ltimo uso regular do pr�dio foi feito por uma empresa de telemarketing, mas a estrutura ficou por anos abandonada e ainda sem pagar os impostos devidos. “Como o poder p�blico n�o olha para a quest�o da habita��o, as pessoas ocupam pela necessidade. H� problemas pelo fato de o pr�dio n�o estar em uso, mas a gente procura formas de minimizar os riscos, como a instala��o da cozinha em um lugar s�”, afirma T�lio. A ambulante K�nia Ribeiro, de 49 anos, que � uma das moradoras do Vicent�o, diz que h� uma discuss�o em andamento para forma��o de uma brigada volunt�ria contra inc�ndios na ocupa��o. “Medo todo mundo tem, mas a gente sempre se organiza para evitar incidentes. Risco voc� corre em qualquer lugar e estamos dispostos a enfrentar para ter moradia digna”, afirma.

Instala��es inadequadas

 

N�o s�o apenas edifica��es p�blicas os alvos de invas�es muitas vezes planejadas sob a justificativa de pressionar a oferta por moradias populares. Constru��es paralisadas no meio do projeto devido a fal�ncia, dificuldades financeiras, calotes e at� corrup��o acabam se tornando alvo de gente que vivia de aluguel e enxerga nessas paredes de tijolos, muitas vezes sem reboco, um abrigo digno para viver com sua fam�lia. Um exemplo disso ocorre na Rua Castelo de Ajuda, no Bairro Castelo, na Regi�o da Pampulha, onde 10 fam�lias ocuparam um edif�cio de seis andares inacabado e abandonado, tornando-o seu lar. Os perigos, contudo, continuam nessa estrutura, segundo avalia��o do Corpo de Bombeiros de que todos os locais invadidos acabam apresentando grande quantidade de material combust�vel, como madeira e pl�stico usado no acabamento pelos invasores, bem como instala��es el�tricas inadequadas para a utiliza��o residencial.

No edif�cio do Bairro Castelo, a amea�a pode ser ainda maior, devido a uma mina que foi atingida nas depend�ncias de subsolo da garagem. A �gua verteu do solo, inundou a garagem e os pilares do edif�cio. Para que a �gua n�o suba ainda mais, os moradores organizaram uma bomba el�trica para sugar a �gua e a jogar na rede pluvial da rua. � preciso que o aparelho trabalhe por 24 horas seguidas e depois ficar 24 horas sem funcionar para que n�o seja exigido demais do equipamento. Segundo os ocupantes do pr�dio, tr�s bombas j� queimaram devido ao esfor�o de suc��o da garagem alagada. Para combater as larvas da dengue e ainda gerar uma op��o alimentar, til�pias est�o sendo criadas na garagem inundada. Essa �gua da mina n�o � consumida pelos habitantes da estrutura inacabada, que preferem se servir clandestinamente da rede da Copasa, bem como dos cabos el�tricos da Cemig.

As crian�as brincam por todo o espa�o, entre restos de entulhos que ficaram da constru��o, baias de cavalos e carro�as e pilhas de material reciclado que � reunido pelos habitantes do pr�dio, a maioria deles catadores desse tipo de produto para a venda no mercado. Um elevador de constru��o est� parado ainda nos andaimes, enquanto o po�o do elevador original permanece bloqueado por tapumes. Devido � umidade que vem da escada essas finas folhas de madeira est�o empenadas. � grande tamb�m a quantidade de material combust�vel, como madeira, isopor, podas e outros org�nicos. No andar t�rreo, os moradores instalaram tamb�m uma horta comunit�ria. “A gente buscou trazer espa�os para todos.”

Cada fam�lia tem o seu apartamento. Todos ajudam com a horta e os trabalhos na bomba. No �ltimo andar, n�o h� telhado, mas se algu�m estiver passando dificuldade, morando na rua, a gente deixa morar l� e, se conseguir as telhas, ajudamos a fazer o telhado”, disse o catador de material recicl�vel Alisson Marques de oliveira, de 23 anos, que vive na estrutura com a esposa e um filho de 3. Das janelas, antenas parab�licas garantem a conex�o de seus televisores, enquanto toalhas de mesa servem de cortinas. Das aberturas nas paredes externas que receberam grafites e picha��es podem ser vistos c�es perambulando pelos apartamentos e cada habitante em seus afazeres dom�sticos. O Estado de Minas entrou em contato com a construtora D�namo, respons�vel pelo empreendimento, sem sucesso. (MP)

Obra suspeita


Ver galeria . 17 Fotos O desabamento foi por volta de 18h e o solicitante das viaturas informou aos militares que no local funciona um centro espíritaRamon Lisboa/EM/D.A press
O desabamento foi por volta de 18h e o solicitante das viaturas informou aos militares que no local funciona um centro esp�rita (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A press )


A demoli��o sem estudos t�cnicos ou parecer de engenheiros de duas colunas centrais de sustenta��o no subsolo s�o as mais prov�veis causas para o desabamento de uma casa no fim da tarde de ter�a-feira no Bairro Mantiqueira, Regi�o de Venda Nova. Oito pessoas ficaram feridas. A informa��o � de vizinhos do im�vel que conheciam a constru��o e testemunharam essas obras. T�cnicos da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec-BH) realizaram ontem uma vistoria complementar no local onde uma casa desabou. O im�vel, de dois andares, ficava na Rua Ant�nio Mar�al Sampaio e abrigava um centro religioso de umbanda, que promove encontros de duas a tr�s vezes por semana. O laudo com a causa do desabamento deve ser conclu�do em 30 dias. Engenheiros e t�cnicos da Defesa Civil tamb�m mencionaram ontem que paredes do im�vel estavam sendo retiradas e, com a supress�o, o im�vel pode n�o ter suportado o peso.

 


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