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Estado de Minas

Condom�nio da Lagoa da Pampulha prev� gastos de at� R$ 37 milh�es por ano

Tratamento da �gua, desassoreamento e retirada do lixo s�o a��es de manuten��o necess�rias para represa se manter bem. Prefeitura prepara an�ncio de nova etapa relacionada � qualidade da �gua enquanto remo��o dos res�duos s�lidos � grande desafio


postado em 06/05/2018 06:00 / atualizado em 06/05/2018 08:05

PBH já definiu que vai continuar o tratamento da água com o mesmo procedimento adotado nos últimos dois anos. Resultados enquadraram a lagoa nos parâmetros da Classe 3, que permitem a prática de esportes náuticos no reservatório(foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
PBH j� definiu que vai continuar o tratamento da �gua com o mesmo procedimento adotado nos �ltimos dois anos. Resultados enquadraram a lagoa nos par�metros da Classe 3, que permitem a pr�tica de esportes n�uticos no reservat�rio (foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
O contrato chegou ao fim, mas a necessidade de esfor�os para limpar o espelho de um dos principais cart�es-postais de Belo Horizonte n�o. A Prefeitura de Belo Horizonte j� decidiu manter o sistema de tratamento da �gua da Lagoa da Pampulha implantado nos �ltimos dois anos, considerado exemplo de sucesso pela administra��o e essencial para que se possam praticar esportes n�uticos na represa. Mas ainda est� definindo de forma jur�dica e administrativa quais ser�o os crit�rios do novo contrato – o primeiro venceu em 31 de mar�o – e s� depois disso ser� poss�vel saber quanto a a��o vai custar aos cofres p�blicos. O certo � que ainda h� muito trabalho pela frente, j� que o lixo continua chegando todos os dias ao manancial.

O objetivo agora � garantir a manuten��o dos padr�es alcan�ados com a aplica��o de dois produtos que enquadraram cinco �ndices usados como refer�ncia para medir a polui��o abaixo dos limites considerados para a Classe 3 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Esse enquadramento permite o contato secund�rio com �gua da lagoa e, consequentemente, garante a pr�tica de esportes n�uticos na represa, que ainda depende de regulamenta��o a ser lan�ada pela PBH. O procedimento, que durou de abril de 2016 a mar�o deste ano, custou R$ 36 milh�es aos cofres p�blicos e agora a expectativa � que a quantidade de produtos usada seja bem menor, o que tende a baratear o gasto com a nova contrata��o. A Copasa informou que concluiu as obras para aumentar a cobertura de esgoto que estavampendentes e agora 95% da Bacia da Pampulha tem redes implantadas, mas a chegada di�ria de lixo ainda desafia.

Quando anunciar os novos valores do tratamento da �gua e como se dar� o novo procedimento, a PBH ter� a no��o exata de quanto ter� que gastar anualmente com o “condom�nio da lagoa”, express�o usada pelo diretor de Gest�o de �guas Urbanas da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, Ricardo Aroeira para falar do custo total da opera��o limpeza no manancial. Al�m do tratamento da �gua, esse condom�nio inclui outras duas vertentes de a��o e investimento para manter o principal cart�o-postal da cidade nos atuais padr�es alcan�ados e dentro das expectativas de moradores e turistas.

Um dos maiores desafios é barrar a entrada de lixo na represa, que chega a 10 toneladas por dia na seca e 20 toneladas nas chuvas(foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
Um dos maiores desafios � barrar a entrada de lixo na represa, que chega a 10 toneladas por dia na seca e 20 toneladas nas chuvas (foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
Um deles � o desassoreamento, cuja licita��o est� em andamento e o contrato prev� gasto de R$ 70 milh�es em quatro anos para retirada de 115 mil metros c�bicos de sedimentos do fundo do lago por ano. Al�m disso, as a��es de manuten��o ainda necessitam do trabalho de retirada de lixo do espelho d’�gua, que chega a 20 toneladas por dia durante as chuvas e 10t  diariamente na seca. Somadas essas duas atividades, que j� t�m valores estimados, o condom�nio da Pampulha j� custa R$ 19 milh�es por ano e pode chegar ao teto de R$ 37 milh�es caso os R$ 18 milh�es anuais no tratamento da �gua sejam mantidos.

Por�m, como a “terapia de choque” j� foi conclu�da na lagoa, Ricardo Aroeira destaca que a quantidade de produtos usados na nova fase do tratamento ser� menor, com o objetivo de manuten��o dos resultados alcan�ados, o que certamente vai baratear o valor do contrato. “A sociedade tem que entender que tem que pagar o condom�nio para ter a Lagoa da Pampulha bem. Assim como n�s precisamos pagar um condom�nio para o pr�dio em que a gente mora se mantenha �ntegro e limpo, para que aconte�a o mesmo com a Lagoa da Pampulha h� uma despesa permanente. Ela ser� declinante � medida que o aporte de sedimentos da lagoa v� decrescendo. E isso est� ocorrendo”, diz o respons�vel pela gest�o das �guas urbanas de BH.

Aroeira ainda pontua que a falta de continuidade imediata do tratamento, por conta da defini��o jur�dica de como se dar� a nova contrata��o, n�o vai causar preju�zo para a lagoa. “Uma vantagem � que os produtos aplicados t�m efeito residual. Ent�o, a simples paralisa��o em um curto prazo n�o vai implicar retrocesso para a qualidade da �gua da Lagoa da Pampulha”, acrescenta.

Objetivo da PBH com gastos previstos em espécie de condomínio é deixar a lagoa em um alto patamar de qualidade, para atrair cada vez mais visitantes(foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
Objetivo da PBH com gastos previstos em esp�cie de condom�nio � deixar a lagoa em um alto patamar de qualidade, para atrair cada vez mais visitantes (foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)


CARGA DE POLUI��O Apesar dos avan�os destacados pelo diretor da Secretaria de Obras, ainda � poss�vel se deparar com problemas na Lagoa da Pampulha, o que � normal, conforme Ricardo Aroeira. Ele aponta que o maior trunfo do lago ocorre justamente nos momentos mais cr�ticos – de seca extrema ou no auge das chuvas.

“� importante que haja um entendimento, a gente sempre gosta de frisar, que, pontualmente, a qualidade da �gua pode oscilar em fun��o da chegada de uma carga de polui��o inesperada ou de uma altera��o no regime de chuvas. Hoje, o grande sucesso � que temos uma lagoa mais resiliente. Ela tem uma capacidade de resposta que h� dois anos n�o tinha. Ent�o, consegue absorver e num curto prazo de alguns dias se recomp�e e fica bem outra vez sem nenhuma a��o intensiva para que isso ocorra”, diz.

Os dados de janeiro de 2018, por exemplo, mostram �ndices piores do que os de janeiro de 2017, mas as chuvas deste ano foram significativas.  Os n�meros ainda ficaram bem distantes do limite da classe 3.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


ESGOTO Em dezembro, a Copasa concluiu as obras de implanta��o de mais 13 quil�metros de redes coletoras e interceptoras de esgoto, elevando o percentual de atendimento � Bacia da Lagoa da Pampulha a 95,53%, conforme a companhia de saneamento estadual. Ainda segundo a Copasa, cerca de 10 mil im�veis ainda n�o se ligaram � rede instalada na rua pela empresa, o que significa que essas fam�lias continuam jogando o esgoto em c�rregos tribut�rios da lagoa.

“Para reduzir esse n�mero, a companhia realiza um trabalho  para conscientizar os moradores sobre os benef�cios do esgoto coletado e tratado para a sa�de e para o meio ambiente”, informou. Al�m disso, a empresa  desenvolve o programa  Ca�a Esgoto, que busca os lan�amentos indevidos de res�duos em galerias pluviais de vilas, aglomerados e favelas.

Lixo na lagoa ainda � desafio


Se por um lado o trabalho de tratamento da �gua da Lagoa da Pampulha, principal cart�o-postal de Belo Horizonte, traz boas perspectivas para a qualidade da represa, por outro o lixo acumulado dentro do lago representa um grande desafio para a administra��o municipal. Todos os dias s�o retiradas 10 toneladas de res�duos s�lidos do espelho d’�gua durante o per�odo de seca e a quantidade chega a 20 toneladas di�rias na temporada de chuvas.

Uma das três ações de manutenção que fazem parte do condomínio da Lagoa da Pampulha é a remoção do lixo, ao custo de R$ 1,5 milhão por ano(foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
Uma das tr�s a��es de manuten��o que fazem parte do condom�nio da Lagoa da Pampulha � a remo��o do lixo, ao custo de R$ 1,5 milh�o por ano (foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
Segundo o diretor de Gest�o de �guas Urbanas da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura de BH, Ricardo Aroeira, o fato de a demanda de retirada dos res�duos se manter no mesmo patamar h� algum tempo indica que o aporte de lixo n�o est� diminuindo e a maior culpada por essa situa��o � a popula��o.

“� papel de cada um de n�s como cidad�os ajudar. O poder p�blico tem que fazer a sua parte, mas se a sociedade n�o dispuser o lixo adequadamente no dia certo e na hora certa para coleta esse res�duo vai continuar chegando � Lagoa da Pampulha. E olha que BH e Contagem t�m cobertura alt�ssima de coleta de lixo”, afirma Ricardo Aroeira. O gestor destaca que o lixo recolhido do espelho d’�gua tamb�m contribui para a piora da qualidade do lago, pois as pessoas t�m costume de jogar todo o tipo de material dentro do lixo dom�stico e muitos deles, em contato com a �gua, promovem a sua degrada��o.

Aroeira descarta interven��es da prefeitura para barrar a entrada de lixo pelos oito c�rregos que alimentam a lagoa. Segundo ele, se fossem colocadas barreiras para prender o lixo antes que os res�duos entrem na lagoa seria criado um outro problema. “A melhor forma de barrar o lixo antes de chegar � educar a popula��o. Se eu coloco uma barreira para segurar lixo na entrada de um c�rrego, essa barreira vai provocar inunda��o a montante, � medida em que ela fica entupida de lixo. Temos que barrar � a atitude pouco cidad� da popula��o que coloca lixo na hora errada e no lugar errado, sendo que o servi�o est� disponibilizado para praticamente todo mundo”, afirma.

Entre materiais que j� foram recolhidos de dentro da represa se destacam capacete, moto, carro, placas e cones usados para sinalizar o tr�nsito, animais mortos como bois, cavalos, cachorros e porcos, banheiro qu�mico, carrinho de compras, geladeira, computador, entre outros. Al�m da retirada dos res�duos do espelho d’�gua, uma vez por ano o canal dos c�rregos Ressaca e Sarandi, os dois maiores que chegam na lagoa, s�o limpos a fim de evitar que sedimentos sejam carreados para a lagoa.
(foto: Arquivo EM - 06/03/1961)
(foto: Arquivo EM - 06/03/1961)


Palco de disputas

A lagoa mais famosa de Belo Horizonte j� foi uma esp�cie de arena de esportes n�uticos. Principalmente nas d�cadas de 1940 e 1950, quando a �gua era bem mais limpa, n�o era dif�cil flagrar amantes da canoagem e de barcos a vela sobre o espelho d’�gua. O rompimento da barragem, na d�cada de 1950, e, posteriormente, o ac�mulo de lixo no local devido ao crescimento urbano afugentaram os esportistas, embora provas de remo ainda tenham ocorrido at� a d�cada de 1970. Em junho do ano passado, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) deu sinal verde para voltar a receber os esportes n�uticos no espelho d’�gua. Por�m, ainda n�o foram definidos os detalhes que permitir�o o in�cio das atividades.


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