Bombeiro acredita que Franc�s poderia se salvar se andasse mais 300 metros

Aproximadamente 300 metros. Essa era a dist�ncia que poderia salvar o franc�s Gilbert Eric Weterl�n, encontrado morto nesse s�bado depois de ficar desaparecido na Serra da Mantiqueira por 17 dias. O corpo do atleta estava pr�ximo a uma cachoeira j� no lado de S�o Paulo, no munic�pio de Piquete, e foi visto pelo funcion�rio de uma fazenda que cuidava de gados na regi�o. Segundo o Corpo de Bombeiros, pr�ximo dali tinha um pasto, onde o alpinista poderia conseguir ajuda.

“Foi encontrado bem na base da montanha, totalmente fora das trilhas existentes (na Serra da Mantiqueira). Por mais um pouco ele sa�a. Acredito que mais uns 300 metros j� estaria em um pasto, onde h� gados. Teria que andar um pouco para encontrar a civiliza��o, mas estaria mais pr�ximo”, explicou o capit�o Paulo Roberto Reis Teixeira de Souza, do 11º Grupamento de Bombeiros da Regi�o do Vale do Para�ba, um dos respons�veis pelas buscas.

O capit�o acredita que o franc�s possa ter chegado no local onde o corpo foi encontrado durante a noite e parou para descansar. “Estava deitado com a perna cruzada e com a m�o no peito, encostado em uma pedra. Acredito que tenha chegado de noite, porque se fosse de dia iria ver o pasto”, disse. Uma das hip�teses para a morte � a hipotermia, mas somente a per�cia vai indicar o que aconteceu.

Gilbert Eric desapareceu na ter�a-feira 17 de abril. Contudo, o registro s� foi formalizado na quarta-feira pela fam�lia e as buscas come�aram na manh� de quinta-feira. Welterlin estava acostumado a participar de competi��es de corrida em montanhas fora do Brasil. No dia do desaparecimento, segundo informa��es de familiares, ele teria sa�do para treinar com equipamentos m�nimos de sobreviv�ncia: uma jaqueta imperme�vel, um cobertor de emerg�ncia e uma head-lamp (dispositivo de luz na cabe�a). Mas, n�o voltou. Ele � morador de Itajub�, no Sul de Minas, e casado com uma brasileira.

Uma grande opera��o foi montada por militares da PM e do Corpo de Bombeiros de Minas e S�o Paulo na tentativa de encontrar o franc�s. Na manh� de s�bado, por volta de 11h50, o corpo do atleta foi encontrado por um funcion�rio de uma fazenda no munic�pio de Piquete, no interior de S�o Paulo. O homem cuidava de gados na regi�o, quando sentiu um forte odor. Ele se aproximou da cachoeira e avistou Gilbert Eric ca�do. Em seguida, ligou para um bombeiro de S�o Paulo. Os militares conseguiram chegar at� o cad�ver depois de duas horas de caminhada. A �rea � de dif�cil acesso, fora e longe de trilhas.

Buscas

A opera��o para encontrar o atleta durou 18 dias. Desde o in�cio, aproximadamente 500 militares percorreram centenas de quil�metros na tentativa de encontrar vest�gios que pudessem levar at� o franc�s. A a��o teve tr�s fases. “A gente estava na terceira fase das buscas, que era trabalhar com as adjac�ncias da montanha com aten��o aos odores. Na primeira fase, trabalhamos com as principais trilhas, tomando por base as informa��es de que o carro dele estava na base e tamb�m com a informa��o da mulher dele de que o atleta iria subir o pico dos Marins. Tamb�m tivemos acesso ao programa do computador que tinha os dados da �ltima trilha que tinha feito”, explicou o capit�o.

Durante as buscas, as estrat�gias foram mudando e j� tinha sido cogitada a morte de Gilbert. “Durante oito dias, fizemos a varredura de uma forma bem detalhada de toda �rea. Na segunda etapa, adentramos nas grutas, fendas e penhascos. Na terceira abrimos esse leque e trabalhando com a possibilidade da morte, sempre acreditando que ele poderia estar com vida”, disse Souza. O militar, respons�vel pelas buscas, ressaltou o trabalho conjunto entre os dois estados. “Foi um trabalho muito bacana feito em conjunto pelos militares dos Bombeiros e da Pol�cia Militar de S�o Paulo e Minas Gerais, j� que foi na divisa de �rea entre os dois estados”, finalizou.