
“Eu n�o bati nela. S� xinguei e ameacei algumas vezes, pra ela assustar um pouco.” Esse � o exemplo usado em adesivos colocados em banheiros de bares com o intuito de chamar a aten��o dos homens para o fato de que esse “s�” tamb�m � um tipo de viol�ncia dom�stica contra a mulher. O cartaz, que faz parte da d�cima edi��o da campanha Justi�a e Paz em Casa, lan�ada em 21 de mar�o pelo Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) em parceria com a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/MG), tem o intuito de educar os homens e chamar as mulheres a denunciar casos de abuso. Minas Gerais tem um caso de viol�ncia dom�stica contra a mulher a cada tr�s minutos e 37 segundos, conforme os �ltimos dados tabulados pela Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica (Sesp), referentes a 2017.
A superintendente da Coordenadora da Mulher em Situa��o de Viol�ncia Dom�stica e Familiar (Comsiv) do TJMG, desembargadora K�rin Emmerich, considerou, por meio do site do tribunal, que a a��o � de grande import�ncia pois alcan�a pessoas de ambos os sexos e diversas faixas et�rias e tem car�ter educativo. “A conscientiza��o, que � a base para combater a viol�ncia contra a mulher, s� � obtida por meio de muita informa��o. O engajamento social tamb�m � extremamente importante para o conhecimento e a consolida��o de direitos”, diz a magistrada.
O microempres�rio Leandro Fernandes, de 34, foi surpreendido pelo cartaz colado no banheiro masculino do bar Amarelim da Prudente, na Regi�o Centro-Sul. “O cartaz me chamou a aten��o. A ideia de coloc�-los nos bares � �tima, j� que s�o locais onde, muitas vezes, o pessoal exagera na bebida. Se um homem est� pensando em brigar com a mulher, ele pode mudar de ideia ao ler o cartaz. Al�m do mais, o banheiro � um lugar aonde todos ir�o”, opinou. A enfermeira Aline Faria, de 39, concorda. “A viol�ncia contra a mulher � coisa s�ria. Acho que poder�amos encontrar mais campanhas e mais cartazes em bares”, acrescentou. Os adesivos tamb�m fazem men��o � hashtag #QuebreEsseCicloDeViol�ncia, com o prop�sito de divulgar mais informa��es que possam ajudar uma poss�vel v�tima.

No ano passado, 145.029 mulheres foram v�timas de viol�ncia dom�stica em Minas Gerais, das quais 18.169 apenas em Belo Horizonte. Entre os casos registrados pelo diagn�stico da Sesp de 2017, h� divis�o entre viol�ncia f�sica, psicol�gica, sexual, patrimonial e moral. As mulheres submetidas � viol�ncia f�sica sofrem agress�es, estupros e homic�dios. A agress�o psicol�gica compreende abandono material, amea�a, constrangimento ilegal, maus-tratos, perturba��o do trabalho e do sossego, sequestro e c�rcere privado, al�m de viola��o domic�lio. J� os crimes patrimoniais se configuram quando o parceiro se apropria de bens e objetos ou explora financeiramente a mulher.
Luiz Ant�nio dos Santos � gerente do bar Amarelim da Prudente – um dos que abra�ou a campanha – e disse que clientes o procuraram para falar sobre a campanha. “Colocamos os cartazes h� 15 dias. Ouvi coment�rios muito positivos como resultado da campanha. Fazer essa reflex�o � essencial”, disse. As pe�as da campanha foram desenvolvidas pelo Centro de Publicidade e Comunica��o Visual (Cecov) do TJMG.