
Mas o destaque de todo o desfile s�o mesmo eles. Conforme S�lvia Ferreira, integrante da Associa��o dos Usu�rios dos Servi�os de Sa�de Mental de Minas Gerais (Asussam), fundada por pessoas engajadas no Movimento de Luta Antimanicomial em 1994, o desafio para quem milita na �rea n�o est� somente nos hospitais psiqui�tricos. "Uma sociedade sem manic�mios precisa ser um sonho coletivo. Na verdade, a forma manicomial n�o est� somente nos servi�os de sa�de. � uma forma de tratar, de lidar com a diferen�a, com o louco. Dessa maneira, h� dificuldades na escola, no trabalho", explica S�lvia, fantasiada com as vestes de uma das alas do cortejo.
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Para que o cortejo aconte�a sempre aos dias 18 de maio, todos os agentes participantes do desfile come�am a se reunir meses antes da esperada data. Segundo Soraia Marcos, psic�loga, militante do movimento e integrante do F�rum Mineiro de Sa�de Mental, no entanto, os destaques s�o os usu�rios. "Eles s�o os grandes protagonistas desta festa. Eles a ocupam de forma bel�ssima. Ajudam na constru��o, tempos antes, e trazem familiares. Brilham e nos ensinam o tempo todo a n�o recuar diante das dificuldades", avalia Soraia.
Participa��o
"A luta � de todos n�s", complementa a tamb�m integrante do f�rum Marta Soares, terapeuta ocupacional, coordenadora da Associa��o Suricato e gerente do Centro de Conviv�ncia S�o Paulo. De acordo com ela, os trabalhadores e os usu�rios do servi�o de sa�de mental superaram barreiras, tiveram conquistas, mas ainda h� muito a ser feito. "H� que se empoderar os usu�rios, as pessoas. Os desfiles prop�e temas muito densos, pesados, mas necess�rios. Mesmo com a po�tica que conseguimos imprimir, foi um desfile corajoso, bonito, importante", esclarece.
Para Dalcira Ferr�o, presidente do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), um dos pontos importantes a serem levantados nessa ocasi�o � o que se refere aos 30 anos da Carta de Bauru, quando 350 profissionais da sa�de assinaram um manifesto reivindicando mudan�as na pol�tica manicomial. "Temos vivido tempos em que direitos que j� foram institu�dos est�o passando por mudan�as. A liberdade � terap�utica", afirma.
Samba
"Vem K, vem K. Vem pra rua, vem maluco. LGBTQ sofre. Vem o negro, vem o pobre", diz um trecho do samba proclamado pelas seis alas que coloriram as avenidas Jo�o Pinheiro e Afonso Pena, at� chegarem � Pra�a da Esta��o, onde fizeram o tradicional grande c�rculo, em comemora��o pelo desfile feito e j� pensando no pr�ximo ano. Ainda na m�sica, os usu�rios de sa�de mental fizeram uma homenagem a Marielle Franco, vereadora assinada em mar�o deste ano no Rio de Janeiro: "Marielles em cada morte, atentas e fortes, tant�s sem temer a sorte, pois o nosso norte � o voto de contragolpe".
Enquanto isso...
Em Belo Horizonte, de acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de , h� tr�s centros de Refer�ncia em Sa�de Mental - �lcool e outras Drogas (Cersam-AD), nas regionais Pampulha, Barreiro e Nordeste. Al�m disso, a capital mineira conta com dois centros de Refer�ncia em Sa�de Mental Infantil (Cersami), nove centros de conviv�ncia, quatro equipes de Consult�rios de Rua, duas unidades de acolhimento transit�rio, uma delas voltada para adultos e outra para crian�as. A pasta informou tamb�m que Belo Horizonte conta com o Centro Mineiro de Toxicomania, que pertence � Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
* Estagi�rio sob supervis�o do editor Roney Garcia