Epis�dios de viol�ncia exp�em o perigo de motoristas � merc� de flanelinhas em BH

 
Dif�cil encontrar algum motorista de Belo Horizonte que nunca tenha sido intimidado, extorquido ou at� agredido por flanelinhas que atuam irregularmente nas ruas da cidade. Novos casos surgem a cada dia e ligam um alerta. Muitos s�o detidos pela Pol�cia Militar (PM), mas acabam liberados, pois, normalmente, respondem por um crime de baixo potencial ofensivo, que � o exerc�cio ilegal da profiss�o. Nos �ltimos dois dias, as a��es de dois homens chegaram ao extremo. Ontem, um guardador de carros foi detido depois de amea�ar mulheres e idosos no Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Centro-Sul. Anteontem, outro flanelinha foi preso depois de atirar em um soldado da PM no Bairro Lourdes. Ele j� tinha sido encaminhado para a delegacia na �ltima semana.

O �ltimo caso ocorreu na manh� de ontem. Por volta das 9h, de acordo com o boletim de ocorr�ncia, a PM recebeu uma den�ncia dizendo que um flanelinha estava agredindo verbalmente e fisicamente motoristas na Avenida Brasil. Ao chegar ao local, a pol�cia abordou o homem, que reagiu e brigou com os militares. O guardador foi detido e levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Centro-Sul, mas a corpora��o n�o informou o estado de sa�de dele. A PM n�o informou se o flanelinha era cadastrado na prefeitura.

O caso ocorreu aproximadamente 24 horas depois de outro flanelinha ter sido preso no Bairro Lourdes. A ocorr�ncia come�ou por volta das 10h30 na Rua Ant�nio de Albuquerque, pr�ximo ao cruzamento com a Rua Esp�rito Santo. A PM foi chamada por testemunhas que viram o homem jogar pedras em carros parados na rua. A suspeita era de que ele tentava arrombar os ve�culos. Segundo o major Orleans Ant�nio Dutra, dois policiais foram ao local. Um deles foi verificar os carros, enquanto o outro tentava conversar com o guardador.

Flanelinha e policial entraram em luta corporal. Durante a briga, o guardador pegou a arma do coldre do militar e atirou na perna dele. O outro policial conseguiu retirar a arma de suas m�os. O soldado ferido foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, onde passou por cirurgia. Em entrevista ao Estado de Minas, o major Orleans lamentou a fragilidade da lei, pois o mesmo homem tinha sido detido na �ltima semana. “Tem hist�rico. Ele foi preso na semana passada aqui por exerc�cio ilegal da profiss�o. � o que nos incomoda hoje: a pessoa � detida, n�o fica presa, volta para a rua e comete os delitos. Isso tem prejudicado muito a sociedade e nos atrapalha demais”, lamentou o militar.

O retorno dos flanelinhas detidos �s ruas � comum. Eles respondem por um crime de baixo potencial ofensivo, o crime de exerc�cio ilegal da profiss�o, com pena de 15 dias a tr�s meses de deten��o ou multa. Quando s�o flagrados, s�o levados para a Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal, onde s�o ouvidos e liberados ap�s assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorr�ncia (TCO), o que garante que eles passar�o por uma audi�ncia judicial.

O trabalho de flanelinha n�o � regulamentado. S� podem atuar nas ruas lavadores de carro cadastrados pela prefeitura, com �rea de atua��o delimitada em um quarteir�o. Ele pode lavar o carro por um valor combinado com o motorista previamente, mas n�o pode cobrar por guard�-los estacionados em via p�blica. Atualmente, a Prefeitura de Belo Horizonte tem o cadastro de 1,2 mil lavadores, que s�o autorizados a exercer a profiss�o.