O prefeito Alexandre Kalil (PHS) retirou nesta segunda-feira a proposta de reajuste salarial de 20% apresentada aos professores da rede de educa��o infantil, em greve desde 23 de abril. Na semana passada, Kalil havia dado o ultimato aos profissionais para que voltassem para a sala de aula hoje, caso contr�rio, encerraria as negocia��es com a categoria.
“N�o adianta me procurar enquanto n�o voltarem para a sala de aula”, afirmou o prefeito, em entrevista ao Estado de Minas. Nesta segunda-feira, em nova assembleia, os professores resolveram manter a greve.
A principal reivindica��o dos professores do ensino infantil � uma equipara��o salarial com os educadores do fundamental. De acordo com o Sind-Rede/BH, os profissionais das Umeis t�m um vencimento inicial de R$ 1.450 (n�vel1), bem abaixo dos R$ 2,2 mil (n�vel 10) pagos aos profissionais do ensino fundamental em in�cio de carreira.
A categoria apresentou uma proposta de escalonamento � PBH, em que os professores da educa��o infantil atingiriam o n�vel cinco em junho, o oitavo degrau em dezembro e a escala 10 em julho de 2019.
“A minha promessa de campanha nunca foi igualar (os sal�rios). Eu n�o sou nenhum irrespons�vel”, disse Kalil. Na tentativa de encerrar a greve, a PBH havia proposto aumento de at� quatro n�veis de carreira, e um ganho de 21,55% no vencimento base.
Nesta segunda-feira, um grupo de professoras manteve a ocupa��o na porta da Prefeitura, na entrada da Avenida Afonso Pena, com faixas pedindo ao prefeito que negociasse com a categoria.
“Podem manifestar, n�o incomodo, n�o tem problema. Faixa com o meu nome n�o me incomoda, eu sou um homem de casco duro, eu sei o que estou fazendo. N�o sou irrespons�vel”, argumentou.
Kalil disse ainda que reconhece que o sal�rio � baixo, mas os professores conheciam o valor quando optaram por fazer o concurso.
“� uma discrep�ncia voc� contratar um empregado e no dia seguinte ele dizer que n�o vai trabalhar porque o sal�rio � muito ruim. N�o quer dizer que � justo. O que quero dizer � que, botou o concurso, vamos fazer um movimento porque o sal�rio � baixo e ningu�m faz o concurso. Repito: o sal�rio � ruim e eu vou diminuindo a diferen�a dentro da minha responsabilidade como est� escrito no meu programa de governo”.
Nova assembleia
Uma nova assembleia foi marcada para esta quarta-feira, �s 9h, e os professores mant�m acampamento na porta da prefeitura em protesto. "N�o tivemos retorno da nossa pauta de reivindica��o", disse Wanderson Rocha, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educa��o da Rede P�blica Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede).
O diretor ainda contou que a categoria foi surpreendida com a retirada do acordo pela prefeitura. Segundo ele, uma comiss�o iria se reunir com o prefeito Alexandre Kalil esta tarde e, em seguida, os professores iriam debater a contraproposta apresentada, decidindo pela continuidade ou n�o da paralisa��o.
"N�o tivemos nenhuma explica��o. Kalil simplesmente cortou a comunica��o. Esperamos que a prefeitura apresente uma contraproposta antes da pr�xima assembleia", disse a assessora de comunica��o do Sind-Rede, Evangely Rodrigues. De acordo com o sindicato, a tend�ncia � que a greve continue, j� que n�o houve altera��o na proposta por parte da prefeitura.
A rede infantil da capital conta com aproximadamente 700 mil alunos matriculados e cerca de 60 mil est�o sendo afetados com a greve. No in�cio do m�s, a administra��o municipal ofereceu � categoria um aumento de at� 20% e a retomada do Projeto de Lei 442, que prev� melhorias na carreira, com previs�o de outras negocia��es at� o fim do ano.
O concurso para professor da educa��o infantil exige forma��o em n�vel m�dio e para o fundamental, curso superior. Por�m, a pr�pria PBH informou que 70% das professoras das Umeis t�m gradua��o. Pelo projeto apresentado pela prefeitura, professoras com n�vel superior que assumiram recentemente seus cargos saltariam do n�vel 1 para o 4. A carreira de docentes municipais de BH tem 24 n�veis. (Com informa��es de Jo�o Henrique do Vale)
*Com supervis�o do editor Roney Garcia