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Estado de Minas

Ap�s Igrejinha da Pampulha, Museu de Arte tamb�m vai passar por obras

Projetada por Oscar Niemeyer, a S�o Francisco de Assis ficar� fechada para restauro, que demandar� investimento de R$ 1,075 milh�o


postado em 12/06/2018 06:00 / atualizado em 12/06/2018 08:01

Obras do piso ao forro da igrejinha fazem parte de compromisso assumido com a Unesco para conservação do conjunto arquitetônico da Pampulha (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Obras do piso ao forro da igrejinha fazem parte de compromisso assumido com a Unesco para conserva��o do conjunto arquitet�nico da Pampulha (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)


Quase dois anos depois da conquista dos t�tulos de patrim�nio e paisagem cultural da humanidade, concedidos pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco), uma das joias do conjunto moderno da Pampulha ser� fechada nos pr�ximos dias para restauro. Durante um ano, a Igreja de S�o Francisco de Assis, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) no in�cio da d�cada de 1940, passar� por interven��es do piso ao forro. Essa � a primeira etapa de um planejamento estrat�gico bem maior, ainda em elabora��o, para contemplar o espelho d’�gua da lagoa, equipamentos culturais e projeto vi�rio. Na lista de bens em recupera��o est� o Museu de Arte da Pampulha (MAP), cuja revitaliza��o est� prevista para o ano que vem.

As obras, conforme mostrou o Estado de Minas em dezembro, fazem parte dos compromissos assumidos com a Unesco depois do reconhecimento, em julho de 2016. A ordem de servi�o das interven��es da Igrejinha foi assinada ontem pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS), o secret�rio Municipal de Cultura, Juca Ferreira, e o superintendente de Desenvolvimento da Capital, Henrique Castilho. Ela est� publicada na edi��o de hoje do Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM), que determina prazo de 10 dias para in�cio das obras, cujo valor � de R$ 1,075 milh�o. Os recursos s�o provenientes do Programa de Acelera��o (PAC) das Cidades Hist�ricas. “O valor n�o � grande, mas � uma obra muito significativa e est� inserida numa estrat�gia mais ampla”, disse Juca Ferreira.

No MAP, os jardins de Burle Marx pedem conserva��o. Plantas secas, outras murchas e um lago com �gua suja chamam a aten��o de quem visita o museu. Em tr�s pontos do jardim, logo na entrada, a terra prevalece, sem qualquer vegeta��o. Al�m da necessidade natural de restauro, o Museu de Arte da Pampulha teve a base abalada durante um epis�dio de transbordamento da lagoa, segundo Juca Ferreira. Ele adiantou que a obra ser� maior que a da Igrejinha, mas ainda n�o h� valores definidos.

O secret�rio ressaltou que “n�o h� qualquer perigo amea�ando a condi��o de patrim�nio da humanidade”. S�o cerca de 10 atividades que garantem o t�tulo, envolvendo quest�es ambientais, recupera��o e restauro dos equipamentos. O secret�rio garantiu que todos os trabalhos est�o sendo feitos, embora haja atraso em alguns deles, por quest�es jur�dicas e de investimento. Relat�rio das a��es foi apresentado em novembro para a Unesco.

De acordo com Henrique Castilho, os trabalhos na igreja come�ar�o pela parte externa e v�o contemplar tamb�m a ilumina��o e redes el�trica e hidr�ulica. Ser�o feitos os servi�os de revis�o e tratamento das juntas de dilata��o da cobertura, impermeabiliza��o e a substitui��o do forro de madeira da nave, que est� comprometido por causa de infiltra��o, limpeza da fachada (para preserva��o de pastilhas e azulejos), recupera��o do piso em m�rmore e dos vidros da esquadria frontal, al�m de pintura.

H� ainda interven��es complementares: reforma geral da sacristia, da marquise da entrada, das instala��es sanit�rias, das portas internas, dos panos de vidro das fachadas e revis�o geral das esquadrias em madeira e metal (janelas, portas, port�es e venezianas). Depois dessa etapa, ser�o restaurados ainda os jardins de Burle Marx, que contornam a Igrejinha, cujo or�amento n�o est� inclu�do no montante liberado at� o momento. 

ESTRAT�GIA
A recupera��o da Igrejinha e do Museu de Arte da Pampulha fazem parte de um conjunto de a��es estrat�gicas na regi�o. A necessidade do plano estrat�gico havia sido anunciada pelo EM, em mar�o. A primeira fase ser� conclu�da depois da Copa do Mundo, anunciou o secret�rio. “Ele envolve solu��es sobre como potencializar a Pampulha como equipamento cultural, educacional e econ�mico, garantindo conforto a quem vai visitar a regi�o”, disse ontem Juca Ferreira. Os trabalhos est�o sendo acompanhados pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e o Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha).

O superintendente da Sudecap informou que durante as obras a �rea da igreja ficar� fechada. Para os turistas que passeavam ontem pelo local, al�vio de poder ver, mesmo que pelo vidro, o painel de S�o Francisco, de autoria de C�ndido Portinari. Caso da advogada Ana Carolina da Costa Patr�cio, de 24 anos, que conseguiu fazer v�rias fotos com o celular. Em Belo Horizonte pela primeira vez, aproveitou o dia de folga depois de um fim de semana de provas na capital para conhecer o cart�o-postal. “� lindo. � perfeito. Transmite uma paz surreal.”

 

 

Entenda o caso


 

 

  • A Igreja S�o Francisco de Assis est� fechada h� cerca de seis meses e com atraso de dois anos e meio no in�cio de sua restaura��o

  • No in�cio de dezembro, a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital informou que a igreja n�o havia sido formalmente entregue � PBH para execu��o de obras e que, s� depois da entrega formal, poderia se responsabilizar pelos cuidados e obras no bem reconhecido pela Unesco.

  • No fim de dezembro, a Arquidiocese de Belo Horizonte entregou as chaves do templo � Prefeitura de BH (PBH), depois de tentativas de sua parte e sucessivas recusas de setores municipais, com relato da situa��o ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG).

  • No pacote da entrega estavam adiamentos ao longo de 2015 e 2016, protesto de noivas com casamento marcado para 2017 e que corriam risco da n�o realiza��o no local, e reuni�es no MPMG, institui��o na qual foi firmado termo de ajustamento de conduta (TAC) entre as partes envolvidas.

  • A expectativa era de que as obras de restaura��o come�assem em mar�o ou abril.

 

 

(foto: Eugênio Silva/Revista O Cruzeiro/3/1/1948)
(foto: Eug�nio Silva/Revista O Cruzeiro/3/1/1948)
De cassino a museu

O pr�dio que abriga hoje o Museu de Arte da Pampulha (MAP) foi o primeiro projeto de Oscar Niemeyer (1907-2012) para o Conjunto Arquitet�nico da Pampulha. Ele nasceu como cassino (foto), no in�cio da d�cada de 1940 , durante a gest�o do ent�o prefeito Juscelino Kubitschek (1902-1976). Sua concep��o foi influenciada pelos princ�pios funcionalistas do arquiteto Le Corbusier (1887-1965). Os jardins que circundam o pr�dio, criados pelo paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), t�m como caracter�stica principal composi��o de formas sinuosas, com grandes blocos ou manchas de cores, constru�das com esp�cies da flora brasileira. A eles, foram incorporadas as est�tuas de Ceschiatti, Zamoiski e Jos� Pedrosa. O local passou a atrair jogadores de todo o Brasil, transformando a vida noturna de Belo Horizonte, movimentando uma regi�o que n�o era t�o povoada. Com a proibi��o do jogo no pa�s, em 1946, o pr�dio ficou fechado por cerca de 10 anos. Em 1957, foi criado o Museu de Arte. Em 1998, quando exposi��es internacionais ainda eram raras na capital, mostra da escultora francesa Camille Claudel (1864-1943), no MAP, bateu recorde de p�blico.

 


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