
O homem entrou com pedido de asilo nos Estados Unidos e concordou em falar com a ag�ncia de not�cias Associated Press sob a condi��o de que sua identidade n�o fosse revelada. Ele teme pela sua vida se retornar ao Brasil. "Ele chorou. Estava muito triste", disse, sobre a �nica conversa com o menino. "Eu prometi para ele que seriam apenas tr�s a cinco dias (de separa��o)."
O homem disse ter pedido recentemente o emprego em uma padaria. Afirmou ainda ter d�vidas de R$ 30 mil e estar sendo perseguido por uma organiza��o criminosa, mas n�o revelou mais detalhes sobre a quest�o.
Ele decidiu emigrar para os Estados Unidos para encontrar emprego e enviar dinheiro para a mulher e o outro filho, de tr�s anos. Pai e filho embarcaram para a Cidade do M�xico e conseguiram cruzar a fronteira para San Ysidro, j� no territ�rio da Calif�rnia, mas foram interpelados por agentes de imigra��o dos Estados Unidos.
Ambos foram ent�o enviados para um centro de deten��o onde havia muitas outras fam�lias. "Por dois dias, s� o que nos ofereceram foi Doritos, barras de cereal e suco." O brasileiro foi informado ent�o de que o filho seria levado para uma unidade de menores, e que eles ficariam separados por n�o mais do que cinco dias.

Dez dias depois, o brasileiro soube que o menino havia sido enviado para uma unidade de imigrantes em Chicago, no Estado de Illinois. Ele procurou ajuda em um servi�o de aux�lio jur�dico por telefone e conseguiu conversar por 20 minutos com o filho.
Naquele momento, a crian�a j� havia conseguido estabelecer contato com a m�e no Brasil. Em entrevista na noite da quinta-feira, 21, a m�e do garoto disse � Associated Press que o filho tem autoriza��o para fazer liga��es �s segundas e �s quintas, por no m�ximo 30 minutos por vez.
A mulher afirmou que o garoto est� mais calmo do que aparentava nos primeiros contatos, mas que ele permanece ansioso. O garoto toma rem�dio para hiperatividade, que continuou oferecido durante a deten��o.
"Ele chora muito e quer ir embora", disse a m�e, que tem 31 anos e trabalha como faxineira em edif�cios comerciais. "Ele est� mais calmo agora, mas quer ir embora de l�. � horr�vel, terr�vel. As crian�as est�o sofrendo. Os pais tamb�m."

O pai disse que teve uma entrevista sobre o pedido de asilo na quinta-feira, 22, durante a qual aproveitou para perguntar sobre o filho. O agente de imigra��o informou apenas que a crian�a estava sob responsabilidade de outro departamento.
A m�e afirmou que tamb�m recebe informa��es vagas da unidade em que o filho se encontra, atrav�s do advogado de um escrit�rio sem fins lucrativos que ajuda imigrantes.
O escrit�rio ingressou com diversas a��es em nome do menino de nove anos e de um outro brasileiro, um adolescente de 15 anos que tamb�m foi separado do pai. Os processos alegam que a separa��o das fam�lias � ilegal, e pede o reencontro delas.
"Estamos ingressando com essas a��es porque o que essas fam�lias est�o vivendo � uma farsa", disse a advogada Karen Hoffmann. "Ningu�m sabe como ser� a reunifica��o. O governo certamente n�o sabe."
Itamaraty se posiciona

A pasta ainda orientou que os consulados brasileiros nos Estados Unidos reforcem medidas em prol da prote��o de menores em terr�t�rio estadunidense.
Entre essas a��es, o Itamaraty cita o mapeamento de todos os abrigos, para detectar novos casos, intensifica��o do monitoramento e da assist�ncia consular aos menores e orienta��o aos pais envolvidos. Al�m disso, o minist�rio ressalta a necessidade de realizar campanhas e coordenar o interc�mbio de informa��es entre os demais pa�ses emissores de emigrantes.
(Associated Press)