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Estado de Minas

Filho de mineiro est� entre crian�as separadas dos pais na fronteira dos EUA

Crian�a de nove anos est� h� 26 dias separada do pai; Itamaraty se posicionou e pediu que consulados brasileiros nos Estados Unidos reforcem medidas para resguardar integridade de menores detidos e de orienta��o aos pais


postado em 22/06/2018 22:40 / atualizado em 22/06/2018 23:12

Hondurenha, com sua criança, se desespera após não ter permissão para cruzar a fronteira do Texas, na cidade de Brownsville(foto: Spencer Platt/Getty Images.)
Hondurenha, com sua crian�a, se desespera ap�s n�o ter permiss�o para cruzar a fronteira do Texas, na cidade de Brownsville (foto: Spencer Platt/Getty Images.)
Vinte e seis dias depois de ser detido na fronteira dos Estados Unidos com o M�xico com o filho de nove anos, um mineiro de 31 anos disse n�o ter a menor ideia de quando poder� se reencontrar com a crian�a. Em uma entrevista por telefone a partir do Centro Correcional do Condado de Cibola, na cidade de Milan, no Estado do Novo M�xico, o brasileiro disse que falou ao telefone com o filho apenas uma vez desde que foram separados.

O homem entrou com pedido de asilo nos Estados Unidos e concordou em falar com a ag�ncia de not�cias Associated Press sob a condi��o de que sua identidade n�o fosse revelada. Ele teme pela sua vida se retornar ao Brasil. "Ele chorou. Estava muito triste", disse, sobre a �nica conversa com o menino. "Eu prometi para ele que seriam apenas tr�s a cinco dias (de separa��o)."

O homem disse ter pedido recentemente o emprego em uma padaria. Afirmou ainda ter d�vidas de R$ 30 mil e estar sendo perseguido por uma organiza��o criminosa, mas n�o revelou mais detalhes sobre a quest�o.

Ele decidiu emigrar para os Estados Unidos para encontrar emprego e enviar dinheiro para a mulher e o outro filho, de tr�s anos. Pai e filho embarcaram para a Cidade do M�xico e conseguiram cruzar a fronteira para San Ysidro, j� no territ�rio da Calif�rnia, mas foram interpelados por agentes de imigra��o dos Estados Unidos.

Ambos foram ent�o enviados para um centro de deten��o onde havia muitas outras fam�lias. "Por dois dias, s� o que nos ofereceram foi Doritos, barras de cereal e suco." O brasileiro foi informado ent�o de que o filho seria levado para uma unidade de menores, e que eles ficariam separados por n�o mais do que cinco dias.

Brinquedos e sapatinhos de crianças, separadas dos pais na fronteira, abandonados no portão de entrada de Tornillo, no estado do Texas. Em pé, no fundo da imagem, seguranças do governo estadunidense(foto: Brendan Smialowski/AFP)
Brinquedos e sapatinhos de crian�as, separadas dos pais na fronteira, abandonados no port�o de entrada de Tornillo, no estado do Texas. Em p�, no fundo da imagem, seguran�as do governo estadunidense (foto: Brendan Smialowski/AFP)
"Eu n�o queria assust�-lo. Eu disse 'veja, filho, vou ficar longe tr�s dias, cinco no m�ximo, e depois vou v�-lo de novo'", disse o pai. "Ele chorou e me abra�ou. � um bom garoto, nunca esteve longe de mim ou da m�e."

Dez dias depois, o brasileiro soube que o menino havia sido enviado para uma unidade de imigrantes em Chicago, no Estado de Illinois. Ele procurou ajuda em um servi�o de aux�lio jur�dico por telefone e conseguiu conversar por 20 minutos com o filho.

Naquele momento, a crian�a j� havia conseguido estabelecer contato com a m�e no Brasil. Em entrevista na noite da quinta-feira, 21, a m�e do garoto disse � Associated Press que o filho tem autoriza��o para fazer liga��es �s segundas e �s quintas, por no m�ximo 30 minutos por vez.

A mulher afirmou que o garoto est� mais calmo do que aparentava nos primeiros contatos, mas que ele permanece ansioso. O garoto toma rem�dio para hiperatividade, que continuou oferecido durante a deten��o.

"Ele chora muito e quer ir embora", disse a m�e, que tem 31 anos e trabalha como faxineira em edif�cios comerciais. "Ele est� mais calmo agora, mas quer ir embora de l�. � horr�vel, terr�vel. As crian�as est�o sofrendo. Os pais tamb�m."

Em protesto, mulher questiona Melania Trump com a pergunta
Em protesto, mulher questiona Melania Trump com a pergunta "eu realmente me importo. E voc�?". Ontem, a primeira-dama dos EUA usou uma parca com a indaga��o "eu realmente n�o me importo, voc� se importa?". (foto: Eric Baradat/AFP.)
Pai e m�e disseram que t�m questionado insistentemente as autoridades de imigran��o sobre quando poder�o rever o filho, sem resposta conclusiva. Ambos nutrem a esperan�a de que a ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira, 20, para acabar com a separa��o de fam�lias de imigrantes os ajude - o que at� agora n�o ocorreu.

O pai disse que teve uma entrevista sobre o pedido de asilo na quinta-feira, 22, durante a qual aproveitou para perguntar sobre o filho. O agente de imigra��o informou apenas que a crian�a estava sob responsabilidade de outro departamento.

A m�e afirmou que tamb�m recebe informa��es vagas da unidade em que o filho se encontra, atrav�s do advogado de um escrit�rio sem fins lucrativos que ajuda imigrantes.

O escrit�rio ingressou com diversas a��es em nome do menino de nove anos e de um outro brasileiro, um adolescente de 15 anos que tamb�m foi separado do pai. Os processos alegam que a separa��o das fam�lias � ilegal, e pede o reencontro delas.

"Estamos ingressando com essas a��es porque o que essas fam�lias est�o vivendo � uma farsa", disse a advogada Karen Hoffmann. "Ningu�m sabe como ser� a reunifica��o. O governo certamente n�o sabe."

Itamaraty se posiciona

Cartaz pede misericórdia pelos imigrantes(foto: Alex Edelman/AFP)
Cartaz pede miseric�rdia pelos imigrantes (foto: Alex Edelman/AFP)
Em nota publicada na �ltima quarta-feira, o Minist�rio das Rela��es Exteriores (ou Itamaraty) afirmou que acompanha a situa��o "com muita preocupa��o". De acordo com o �rg�o, trata-se de uma "pr�tica cruel e em clara disson�ncia com instrumentos internacionais de prote��o aos direitos da crian�a". 

A pasta ainda orientou que os consulados brasileiros nos Estados Unidos reforcem medidas em prol da prote��o de menores em terr�t�rio estadunidense. 

Entre essas a��es, o Itamaraty cita o mapeamento de todos os abrigos, para detectar novos casos, intensifica��o do monitoramento e da assist�ncia consular aos menores e orienta��o aos pais envolvidos. Al�m disso, o minist�rio ressalta a necessidade de realizar campanhas e coordenar o interc�mbio de informa��es entre os demais pa�ses emissores de emigrantes.

(Associated Press)


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