
Considerada uma das obras-primas do Barroco mundial e um dos principais cart�es-postais de Minas Gerais, a Bas�lica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, na Regi�o Central do estado, ser� reaberta na quinta-feira, ap�s passar por uma restaura��o que durou mais de dois anos. Durante as obras foram descobertas pinturas at� ent�o desconhecidas. A cerim�nia de entrega da obra ser� realizada �s 9h30, com apresenta��es culturais locais. A bas�lica est� intimamente relacionada � cidade e sua hist�ria.
O servi�o de restauro marca os 280 anos de nascimento de Aleijadinho, considerado um dos maiores artistas da arte colonial brasileira, e tamb�m os 80 anos de emancipa��o pol�tica do munic�pio. As obras se encerraram um m�s antes do previsto na prorroga��o do contrato. O interior da bas�lica, constru�da na segunda metade do s�culo 18, � considerado um importante marco da arte sacra brasileira, e re�ne trabalhos de alguns dos maiores escultores do per�odo colonial mineiro, como Jer�nimo F�lix Teixeira, Jo�o Antunes e Vieira Servas, al�m de quadros e imagens de Jo�o Nepomuceno Correia e Castro e Manuel da Costa Ata�de.
De acordo com a Prefeitura de Congonhas, a obra de restaura��o come�ou pela capela-mor, que � a principal capela uma igreja, com o desmonte de todo o forro. Uma nova pintura foi encontrada no camarim do ret�bulo do altar -mor, sobre a tela na parte superior da cruz. Segundo informa��es do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), as laterais da imagem foram removidas, deixando transparecer a pintura monocrom�tica, em tom azul, com elementos da Paix�o de Cristo. Ap�s muitas discuss�es, os t�cnicos do Iphan decidiram manter a paisagem do fundo, protegendo a pintura antiga que est� atr�s.
O restauro interno contou com recursos do governo federal. A obra passou ainda pelos corredores laterais da bas�lica e pela sacristia. No forro da nave, que � o espa�o central de uma igreja, que era cinza liso, foi encontrada uma pintura escondida: c�u com nuvens em tonalidades do azul ao rosado.
A descoberta desses novos elementos art�sticos e a necessidade de obras estruturais, como o refor�o dos forros da capela, fez com que as obras, fossem prorrogadas at� julho. Por�m, a restaura��o terminou um m�s antes do esperado. O servi�o foi iniciado em novembro de 2015. J� a interven��o na fachada da bas�lica foi custeada pela Par�quia do Senhor Bom Jesus, com acompanhamento de t�cnicos do Iphan, al�m da recupera��o das imagens e relic�rios.
"Congonhas � testemunha e s�mbolo do Barroco mineiro, e o Santu�rio do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, o maior conjunto de arte colonial do Brasil. Al�m do tombamento pelo Iphan, o santu�rio tamb�m � patrim�nio cultural mundial. Ent�o, � de grande import�ncia retomar toda a impon�ncia desse espa�o", comentou a presidente do Iphan, K�tia Bog�a. Foram investidos R$ 2,27 milh�es para restaura��o da bas�lica, contemplando servi�os nos 39 pain�is (somando os da capela-mor, nave, coro e sacristia), balaustrada do coro e da nave, pilastras, pias, p�lpitos, ret�bulos, arco do cruzeiro, forros, mesa do altar, Cruz Feliciano Mendes, entre outros.
PROGRAMA A a��o do tempo e, principalmente do ser humano, s�o agravantes para a preserva��o dos monumentos hist�ricos, por isso, a Cidade dos Profetas, como Congonhas � chamada, foi um dos munic�pios brasileiros contemplados no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das Cidades Hist�ricas.
Tombado pelo Iphan em 1939 e considerado patrim�nio cultural mundial pela Unesco desde 1985, o conjunto arquitet�nico e paisag�stico do Santu�rio do Bom Jesus de Matozinhos � formado por uma pra�a com seis capelas que remontam os passos da Paix�o de Cristo, um espa�o aberto em frente � igreja onde est�o colocados os 12 profetas de Aleijadinho e a bas�lica restaurada, que leva o nome do santu�rio.
O evento de reabertura da bas�lica contar� com a presen�a do diretor do Departamento de Projetos Especiais do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), Robson de Almeida, do prefeito de Congonhas e outras autoridades locais.
*Estagi�ria sob supervis�o do editor Roney Garcia