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Estado de Minas

Crian�as de BH vivenciam a primeira Copa como descoberta sobre pa�ses e esp�rito esportivo

'Time' da gera��o que n�o sofreu com os 7 a 1 de 2014 se entusiasma com craques de 2018, treina jogadas na escolinha de futebol, veste a amarelinha e '� Brasil desde pequenininho'


postado em 06/07/2018 06:00 / atualizado em 06/07/2018 11:07

Para os candidatos a boleiros, Mundial é uma oportunidade de entender conceitos aprendidos nos treinos e o espírito esportivo (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Para os candidatos a boleiros, Mundial � uma oportunidade de entender conceitos aprendidos nos treinos e o esp�rito esportivo (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)


Muitos nem eram nascidos quando a febre mundial do futebol tomou conta do Brasil, em 2014, ano em que o pa�s foi sede do maior evento esportivo da modalidade. Outros, ainda beb�s, se agarravam aos pais em cangurus, no colo ou ainda estavam a bordo do carrinho. Passados quatro anos, dribles, passes e roubadas de bola se tornaram, de repente, um grande evento para a gera��o que vive sua primeira Copa. Acostumados a tocar a bola entre colegas da escolinha e a ver, no m�ximo, a atua��o de clubes brasileiros, pequenos jogadores come�aram a entender agora que o futebol mobiliza todo o planeta. Re�ne pa�ses, � capaz de parar uma na��o inteira em frente da televis�o e, de tempos em tempos, se transforma em um espet�culo capaz de mobilizar torcedores de todos os continentes. Para esses estreantes no planeta bola, o Mundial n�o � apenas uma competi��o: � uma verdadeira descoberta. Nela, as aulas ganharam significado diferente, ficaram mais concretas e o esp�rito esportivo t�o lembrado pelo professor passou a fazer sentido.

O treino parece at� brincadeira. Mas, para os atletas com idades entre 3 e 6 anos da Escola Infantil Galileo Galilei, no Bairro Funcion�rios, Centro-Sul de Belo Horizonte, � coisa s�ria. E ai de quem disser o contr�rio. Os meninos est�o craques na bola e no tema Copa do Mundo. Tudo sob os ensinamentos do professor de educa��o f�sica Peter Voll Mayer, que mant�m, depois do hor�rio de aula, a escolinha de futebol para crian�as do maternal, 1º e 2º per�odos que querem se iniciar no esporte.

 

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)

 

A din�mica envolve sempre um treino t�cnico, seguido de um ou mais jogos. Segundo o professor, o objetivo � estimular o desenvolvimento t�cnico e o aprimoramento f�sico, em pontos como coordena��o, ritmo, equil�brio, for�a, agilidade, velocidade, flexibilidade, precis�o e resist�ncia. “As aulas trabalham ainda o esp�rito esportivo, a disciplina, socializa��o e contribuem com valores �ticos e morais na forma��o das crian�as”, diz. Claro que o Mundial acaba auxiliando nessa compreens�o.

Lucas Andrade, 6 anos:
Lucas Andrade, 6 anos: "N�o gostei da sa�da da Argentina nem de Portugal. Queria ver o Messi e o Cristiano Ronaldo jogando" (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Nem o professor tem a dimens�o certa de quanto os meninos entendem de Copa do Mundo. Mas viu que, nos jogos transmitidos na escola, acompanharam, torceram e vibraram. “Eles se acostumaram com Copa depois que ela come�ou. Antes, era algo muito subjetivo. Jogo do Brasil, que � o mais enfatizado por todo mundo, � o que mais comentam”, conta o t�cnico dos craques do futuro. “Os alunos do 2º per�odo s�o os que mais acompanham e sabem tudo do Mundial. Mas a compreens�o tem tamb�m muito a ver com os est�mulos que v�m de casa. Meninos cujos pais s�o mais fan�ticos por futebol tendem a ter no��o melhor.” 

� o caso do garoto Lucas Andrade Vasconcelos Novais, de 6 anos, que nem tem a mem�ria do fat�dico 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil. Na �poca, tinha apenas 2 aninhos. Mas agora, em poucos minutos, � capaz de p�r o mais alheio a futebol a par de tudo o que ocorre h� 22 dias. N�o � para menos: aluno do 2º per�odo, vai a campo com o pai para ver as partidas do time mineiro de cora��o e faz do �lbum de figurinhas da Copa algo s�rio.

Pedro Brandão, 4 anos:
Pedro Brand�o, 4 anos: "O Jap�o � o mais legal, porque � o mais r�pido. Gostei do jogo deles" (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
JOGA NAS ONZE Lucas ainda est� aprendendo a ler, mas reconhece os times pelos escudos. “J� sei quase todos”, garante. Tem at� um ranking pr�prio. Melhores sele��es em campo at� agora: “Brasil e Inglaterra”. Jogador de destaque: “Neymar”. Jogo mais emocionante: “B�lgica e Jap�o, pelas oitavas de final”. E na hora de apostar em quem leva a ta�a, n�o titubeia: “Brasil”. Na escolinha, Lucas conta que atua em todas as posi��es. “Como atacante sou melhor, como goleiro e na zaga mais ou menos, e no meio-campo, sou m�dio”, define.

No Mundial de 2014, Pedro Ramos Brand�o, de 4 anos, tinha poucos meses. Hoje, com o irm�o Artur, � um dos melhores na quadra da escola. Para ele, a Copa � algo que est� sendo desvendado pouco a pouco. Ele diz que est� adorando e gosta mais da Sele��o Brasileira, mas quando perguntado sobre o melhor em campo at� agora, vai longe: “Paris Saint-Germain”.

Matheus Camargos, 3 anos:
Matheus Camargos, 3 anos: "O que mais gosto � de ladr�o de bola" (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Matheus Camargos Braga, de 3, que assistiu a todos os jogos na escolinha, n�o v� a hora de torcer hoje, na partida dos brasileiros contra os belgas, ao lado do papai e da mam�e. “Vai ter jogo na minha casa”, comemora. O time de que mais gosta tamb�m � a sele��o canarinho. Para ele, s� d� Brasil. O coleguinha Lu�s Ant�nio de Oliveira Rocha, tamb�m de 3, conta que gosta muito de futebol e joga no gol. “Defendo bem”, relata. “E � verdade”, confirma o amigo Mateus.

Fim de papo. Apito do t�cnico, hora de ir para o jogo. Antes, momento de confabular. Abra�ados e em c�rculo, como os jogadores profissionais, combinam as estrat�gias. Quem est� do lado de fora tentando entender, ouve apenas murm�rios. Bola rola. Alguns chutes fortes a gol, outros nem tanto. Suam a camisa. A preferida, nesses tempos de tantas sele��es por a�, � a verde-amarela. Alguns homenageiam times de fora, como Fran�a e Su�cia. E, assim como deve ser na Copa, se entendem perfeitamente, numa mistura de diferen�as, respeito e amizade.


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