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Estado de Minas

Aumento de moradores de rua fora do Centro muda estrat�gia da Prefeitura de BH

Ap�s detectar a pulveriza��o de moradores de rua, prefeitura anuncia amplia��o de equipes para convenc�-los a guardar pertences e do n�mero de abrigos com vagas para gr�vidas e fam�lias


postado em 20/07/2018 06:00 / atualizado em 20/07/2018 08:18

'Portas' de tecido demarcam uma série de moradias improvisadas no Bairro Cachoeirinha, na Região Nordeste da cidade (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
'Portas' de tecido demarcam uma s�rie de moradias improvisadas no Bairro Cachoeirinha, na Regi�o Nordeste da cidade (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)

 

N�o � dif�cil encontrar em algum ponto de Belo Horizonte uma barraca, peda�os de madeira, ou tiras de pano empregados na tentativa de estabelecer uma resid�ncia nas ruas ou cal�adas da cidade. As improvisa��es prec�rias usadas por moradores de rua t�m se espalhado e se afastado do Hipercentro, na avalia��o da Prefeitura de Belo Horizonte, o que motivou uma rea��o da administra��o municipal. Contra a pulveriza��o pela capital mineira das pessoas que n�o t�m onde morar, ser�o nove vezes mais equipes para atuar na abordagem e no convencimento dessa popula��o, para que ela deixe as ruas e os objetos que obstruem o espa�o p�blico sejam removidos. A rea��o da PBH tamb�m pretende atuar n�o s� na abordagem, mas tamb�m no acolhimento desses moradores da cidade, que chegam a cerca de 4,5 mil pessoas. Pela primeira vez, Belo Horizonte ter� um abrigo exclusivo para gr�vidas e mulheres que acabaram de dar � luz, para que elas tenham uma moradia provis�ria at� que consigam se restabelecer. Uma nova unidade para acolher exclusivamente fam�lias tamb�m est� prevista, totalizando, nos dois espa�os, 90 vagas.

A ordem para intensificar o trabalho de acolhimento e abordagem aos moradores de rua partiu do prefeito Alexandre Kalil (PHS), segundo a secret�ria de Pol�tica Urbana, Maria Caldas. As a��es s�o compartilhadas entre as secretarias de Pol�tica Urbana, de Assist�ncia Social, Seguran�a Alimentar e Cidadania, de Seguran�a e de Sa�de. Em uma das vertentes, a aposta da Prefeitura de BH � investir R$ 5 milh�es para aumentar nove vezes a quantidade de equipes cuja atribui��o � abordar os moradores de rua e convenc�-los a retirar o material inserv�vel e evitar que as casas improvisadas tomem as ruas da cidade. Hoje, uma equipe composta de um psic�logo, dois fiscais de posturas, dois auxiliares e dois funcion�rios da Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) faz esse trabalho, focado na regi�o do Hipercentro e Lagoinha. A secret�ria Maria Caldas disse que o trabalho resolveu a demanda em cerca de 80% no Hipercentro, mas isso pode ter motivado a sa�da desses moradores para outras regi�es da cidade.

“Ainda n�o temos certeza se eles migraram, porque n�o temos ainda um cadastro que possa dizer que aquele que estava aqui a gente abordou. Mas a gente percebe que h� um espalhamento. Essas pessoas est�o se espalhando pela cidade. Pode ter rela��o com essa a��o no Centro, que foi bastante intensa e resolveu grande parte do problema. Mas pode ser tamb�m outro fen�meno”, diz Maria Caldas. Para atuar frente a essa situa��o, outras oito equipes j� est�o sendo contratadas. O objetivo � aumentar o poder de convencimento da prefeitura frente � popula��o de rua, j� que as abordagens n�o usam a for�a em nenhuma hip�tese. Os t�cnicos convencem os moradores de rua a entregar objetos, que ficam guardados em um dep�sito, e podem ser retirados at� 30 dias depois. “Ainda estamos em processo de contrata��o (das novas equipes). � preciso treinar o pessoal, porque n�o � uma a��o fiscal comum, � necess�rio fazer um trabalho de convencimento”, acrescenta Maria Caldas.

Há oito anos vivendo na rua, José Carlos revela: 'Trabalhei a vida inteira, criei minha família e agora vivo de migalhas' (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
H� oito anos vivendo na rua, Jos� Carlos revela: 'Trabalhei a vida inteira, criei minha fam�lia e agora vivo de migalhas' (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)


NOVAS �REAS No pacote de interven��es intersetoriais que a prefeitura quer lan�ar para melhor acolher a popula��o de rua, uma novidade � a abertura de duas novas unidades de acolhimento. Uma delas ter� 40 vagas espec�ficas para gr�vidas e tamb�m mulheres que acabaram de ter seus beb�s. Na segunda, est�o previstas 50 vagas para fam�lias. “� uma moradia provis�ria. At� que a pessoa consiga criar ou ter condi��es para o regresso � sua fam�lia ou cria��o de novo projeto de vida”, diz Ma�ra Colares, secret�ria de Assist�ncia Social, Seguran�a Alimentar e Cidadania. A expectativa � que esses dois espa�os sejam inaugurados no in�cio do ano que vem, sendo que a oferta para gr�vidas ocorrer� de forma in�dita na cidade. Al�m dessas duas unidades, outro equipamento que j� tinha sido anunciado � o Centro de Refer�ncia Especializado Para Pessoas em Situa��o de Rua, que ficar� na Lagoinha, �rea de concentra��o de usu�rios de crack e outras drogas. A previs�o � que o atendimento, com capacidade para 200 pessoas apenas durante o dia, comece at� o fim do ano.

Ma�ra Colares tamb�m informou que os restaurantes populares, ainda neste semestre, v�o abrir tamb�m nos fins de semana. Outra frente aberta pela PBH diz respeito � amplia��o do bolsa-moradia. Hoje, cerca de 250 pessoas s�o beneficiadas com o programa e a previs�o � de que o n�mero chegue a 500 at� 2020. Uma ajuda que cairia bem para Jos� Carlos Monteiro, vulgo “Pastor”, de 52 anos, h� oito na rua. “Trabalhei a minha vida inteira, criei minha fam�lia e agora dependo de migalhas, do pouco que ganho com reciclagem”, conta ele, que atualmente mora em avenida da Cachoeirinha, na regi�o Nordeste da capital.

Dos cerca de 4,5 mil moradores de rua presentes na cidade com base em um cadastro �nico da prefeitura, aproximadamente a metade sofre de algum tipo de sofrimento mental ou � viciada em �lcool e outras drogas, segundo o secret�rio de Sa�de, Jackson Machado Pinto. Por isso, a equipe de sa�de da fam�lia do Centro de Sa�de Carlos Chagas vai ganhar a companhia de outa equipe, do Centro de Sa�de Oswaldo Cruz, com o foco 100% voltado para a popula��o em situa��o de rua que exige uma abordagem diferenciada. “N�o � a��o policial, � um atendimento m�dico de uma forma humanizada, de maneira que todas as pessoas sejam tratadas com dignidade”, diz o secret�rio. O objetivo � incentivar essas pessoas a usarem todos os servi�os p�blicos dispon�veis, j� que muitas sofrem de diversos problemas de sa�de.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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