
Segundo o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), a den�ncia aponta que J�ssica tapou a boca e o nariz da menina, que morreu por asfixia. Na delegacia, ela chegou a dizer que o beb� havia engasgado com o leite, mas acabou confessando ter sufocado a crian�a porque ela n�o parava de chorar mesmo depois de se alimentar.
A senten�a que determinou o julgamento � do juiz Ricardo S�vio de Oliveira. “Ele se baseou nas provas t�cnicas e depoimentos que apontaram a exist�ncia do crime de homic�dio, cometido por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da v�tima, meio cruel e ainda por ter sido realizado contra parente consangu�neo”, explica o TJMG. “A pena prevista em caso de condena��o � de 12 a 30 anos de pris�o em regime inicialmente fechado”, diz o Tribunal.
Sophia era a primeira filha de J�ssica, que morava com o marido. Ela chegou a trabalhar como cuidadora de crian�as em uma escola infantil. O crime aconteceu na manh� de 29 de janeiro de 2016. A mulher chamou o Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) dizendo que a beb� havia se asfixiado com o leite de mamadeira. A equipe tentou reanimar a crian�a, sem sucesso. Ela j� chegou morta ao Hospital Odilon Behrens.
“O corpo passou pelo IML e os m�dicos detectaram a aus�ncia de leite nas vias a�reas. Mas viram pontos hemorr�gicos disseminados no cora��o e nos pulm�es da crian�a. Isso se chama 'manchas de tardieu', � um ep�nimo usado na doutrina m�dico-legal que � t�pico das asfixias”, explicou o delegado Emerson Morais, do Departamento de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP) ao em.com.br na �poca. “Ent�o, a crian�a foi asfixiada n�o pelo l�quido da mamadeira, mas constri��o do aparelho respirat�rio”.
“Diante do laudo de necr�psia, ela foi intimada novamente para falar na Delegacia de Homic�dios, ocasi�o em que acabou confessando que asfixiou a crian�a porque estava irritada com o choro constante”, diz o delegado. Segundo ele, J�ssica contou que usou o polegar e o indicador para tapar o nariz de Sofia, enquanto cobria a boca da menina com a outra m�o. Ap�s alguns minutos, ela perdeu os sentidos.
Conforme o delegado, no primeiro momento em que foi ouvida na delegacia, J�ssica n�o foi presa por causa da aus�ncia de requisitos necess�rios para pris�o em flagrante, bem como um mandado de pris�o. Ela foi ouvida e liberada. Aproveitando-se disso, e sabendo que as investiga��es estavam avan�ando, a mulher se separou do marido e fugiu para Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, onde acabou presa em maio de 2016.
A pequena Sophia era v�tima da viol�ncia da m�e desde os primeiros dias de vida. De acordo com o delegado Emerson Morais, testemunhas relataram diversas agress�es de J�ssica contra a crian�a. A mulher chegava a dar banho na menina em um tanque de �gua fria.
Quando Sophia tinha pouco mais de uma semana, foi v�tima de uma les�o grave, que deixou sequelas. “Quando ela tinha 10 dias de vida, a sogra de J�ssica chamou a aten��o dela, falando que menina s� tinha 10 dias, n�o tinha idade para apanhar. J�ssica, com a raiva canalizada ap�s a discuss�o com a sogra, deu um soco na face da crian�a, que causou traumatismo craniano e a deixou cega de um olho”, contou o Morais.