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Estado de Minas

Simulado de acidente com barragem em Congonhas tem queixas e baixa ades�o

Primeiro simulado com moradores de �reas vulner�veis a acidentes com barragem da CSN, que contemplaria s� 8% do p�blico-alvo, teve reclama��es e participa��o m�nima da comunidade


postado em 30/07/2018 06:00 / atualizado em 30/07/2018 08:17

Dos 4,8 mil habitantes das áreas mais próximas à represa de rejeitos, apenas 381 foram convocados, e menos de duas dezenas compareceram (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Dos 4,8 mil habitantes das �reas mais pr�ximas � represa de rejeitos, apenas 381 foram convocados, e menos de duas dezenas compareceram (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

 

Um treinamento atrasado, de alcance restrito e com o agravante de baix�ssima ades�o da popula��o. Ontem, o primeiro simulado de evacua��o de emerg�ncia envolvendo moradores da �rea de influ�ncia da Barragem Casa de Pedra, administrada pela Companhia Sider�rgica Nacional (CSN) em Congonhas, na Regi�o Central de Minas Gerais, j� alcan�aria somente 381 pessoas, ou apenas 8% dos 4,8 mil moradores das �reas consideradas mais vulner�veis em caso de eventual colapso da represa de rejeitos de min�rio. Mas o exerc�cio sensibilizou apenas 19 habitantes, que sa�ram de suas casas, no Bairro Residencial Gualter Monteiro, para participar da din�mica.

Apesar de o Minist�rio P�blico ter garantido a estabilidade da barragem, em laudo divulgado em abril, o treinamento comp�e os primeiros passos definidos pelo Plano de Emerg�ncia de Barragens, exig�ncia do Departamento Nacional de Produ��o Mineral e elaborado ap�s a detec��o – h� 21 meses – de infiltra��es no Dique de Sela, uma das estruturas do barramento da CSN. O p�blico-alvo da movimenta��o de ontem eram moradores das ruas Jos� Morais Silva, Carlota Cordeiro, Santinha Teixeira Matos, Maria de Castro e Crispim Francisco Mendes, todas no bairro.

Apesar da pequena participa��o quase dois anos depois de detectados os primeiros problemas na barragem, o resultado foi aprovado por representante da Prefeitura de Congonhas. “O simulado deu certinho, embora as fam�lias n�o tenham tido uma grande participa��o. Ainda assim, � um avan�o. Acredito que agora a CSN, junto � Defesa Civil do estado e � do munic�pio, vai analisar onde precisamos melhorar, para levar �s pessoas a necessidade de ter esse conhecimento e a no��o da import�ncia desses testes”, disse o secret�rio municipal de Gest�o Urbana, Sandro C�sar Cordeiro.

Um dos poucos que se interessaram pelo exerc�cio, o morador Vanderlei Batista lamentou a falta de participa��o dos vizinhos. “A gente precisa comparecer a uma atividade como esta, para ficarmos cientes do que precisamos fazer. O pessoal pensa: ‘� uma simula��o, ent�o n�o estou nem a�’, mas se acontecer a eventualidade, a pessoa fica sem saber para onde correr”, afirma.

O treinamento come�ou �s 10h05 e foi finalizado 16 minutos e 25 segundos depois, �s 10h21, hor�rio em que a �ltima pessoa interessada chegou ao local combinado. Houve acionamento de sirenes, uma das preocupa��es dos �rg�os p�blicos e da mineradora, j� que os dispositivos n�o haviam atingido o n�vel ideal nas duas primeiras atividades, que n�o contaram com a participa��o de moradores. Desta vez, o sinal sonoro foi classificado como suficiente

Uma caminhonete tamb�m circulou pelas ruas com equipamento sonoro, anunciando instru��es. Depois disso, a popula��o pr�xima ao local de risco se deslocou at� um ponto de encontro, onde foram repassadas orienta��es da equipe t�cnica. Em caso de desastre, o local deve operar como �rea de salvamento, a 800 metros do ponto mais extremo das cinco ruas participantes do exerc�cio de ontem.

No per�metro dessas ruas est�o dois focos de preocupa��o: uma creche e uma escola. De acordo com diretor de Sa�de e Meio Ambiente da Uni�o das Associa��es Comunit�rias de Congonhas (Unaccon), as institui��es de educa��o deveriam ser prioridade, mas n�o foram convocadas, j� que o treinamento aconteceu em um domingo, e durante as f�rias escolares. “Se essas crian�as se salvarem em um simulado, as outras pessoas tamb�m v�o se salvar. Elas deveriam ser prioridade, porque t�m limita��es para locomo��o”, avaliou o l�der comunit�rio.

Para preparar a popula��o antes da atividade, a CSN e a prefeitura organizaram uma reuni�o, na ter�a-feira, quando apresentaram detalhes do treinamento. Al�m disso, profissionais respons�veis por instruir os moradores passaram de porta em porta entregando um folheto com sete dicas em caso de desastres e telefones de �rg�os de seguran�a. Entretanto, moradores como Jos� das Gra�as Pereira,dono de um ponto comercial no bairro contemplado pelo simulado, se queixaram de falta de informa��o antes do treino. “Eles (representantes do poder p�blico e da mineradora) me procuraram (no estabelecimento), mas, quando eu disse que n�o morava aqui, n�o me entregaram o folheto. Deveriam ter me dado, porque passo mais tempo na venda do que em casa”, afirmou.

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


PR�XIMOS PASSOS Com a aproxima��o do per�odo de chuvas, quando os riscos podem ser ampliados, a CSN admite que est� “encurtando” os prazos para que os treinamentos estejam na cultura da popula��o de Congonhas nos pr�ximos meses. Contudo, ainda n�o h� uma data definida para a pr�xima atividade. “N�o estamos estabelecendo datas fixas, porque � importante avaliar o que ocorreu neste simulado, para que possamos planejar o pr�ximo”, disse o gerente-geral de Sustentabilidade da CSN, Eduardo Sanches. Segundo ele, a tend�ncia � de que o pr�ximo teste contemple outro bairro, assim como um n�mero mais elevado de pessoas. O foco em pontos de com�rcio e pessoas com mobilidade reduzida tamb�m vai ser considerado.

Ainda de acordo com o gerente, o processo de treinamento fragmentado entre bairros tem a meta de criar aos poucos uma cultura de emerg�ncia na popula��o. Segundo ele, � preciso cuidado para n�o “banalizar” os treinamentos. O executivo tamb�m pediu apoio da popula��o, para que as atividades sejam cada vez mais efetivas.


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