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Estado de Minas

Manter limpeza de �reas sob viadutos � trabalho de enxugar gelo para a PBH

�reas sob viadutos viram pontos de bota-fora que, junto com lixo deixado por moradores de rua, desafiam a PBH e est�o na mira de grupo criado para extinguir o descarte clandestino


postado em 31/07/2018 06:00 / atualizado em 31/07/2018 08:21

Lixo acumulado sob o elevado Hélio Pellegrino, antes de limpeza na quinta-feira, e debaixo do viaduto do Anel Rodoviário com a Avenida Tereza Cristina (abaixo) (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Lixo acumulado sob o elevado H�lio Pellegrino, antes de limpeza na quinta-feira, e debaixo do viaduto do Anel Rodovi�rio com a Avenida Tereza Cristina (abaixo) (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


Constru�dos para desatar os n�s de tr�nsito impostos pelo volume crescente de ve�culos nas grandes cidades, vistos de cima os viadutos n�o revelam problemas, que ficam aparentes apenas da parte escondida por vigas de concreto e blocos de a�o. Em Belo Horizonte, �reas sob uma parcela de elevados da cidade escondem ponto de ac�mulo de lixo e objetos inserv�veis, que, para as pessoas que moram ou trabalham perto dos pontilh�es, tem liga��o com a expans�o da popula��o de rua pela cidade. J� a Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) informa que a aglomera��o de lixo e objetos em geral sob os viadutos da capital � explicada por v�rios fatores.


H� exemplos de deposi��o clandestina de lixo em pontos consolidados como locais de bota-fora. E tamb�m h� gera��o de res�duos pela presen�a dos moradores de rua embaixo dos viadutos, o que exige uma abordagem qualificada que precisa respeitar a portaria 001/2017, editada em setembro pela Prefeitura de BH, para disciplinar o atendimento aos moradores de rua. A situa��o da deposi��o de lixo n�o s� nos viadutos, mas em todos os pontos da cidade, motivou a edi��o de uma nova portaria, publicada na �ltima semana no Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM). Representantes de quatro �rg�os da Prefeitura de BH criaram uma comiss�o permanente para desenvolver a��es que coloquem fim ao descarte clandestino de lixo, uma das metas do Plano Municipal de Gest�o Integrada de Res�duos S�lidos at� 2026.


A reportagem do EM percorreu elevados espalhados por diferentes pontos da cidade e encontrou exemplos tanto de amontoados de lixo quanto de objetos que podem ter algum tipo de destina��o, mas ficam acumulados ocupando o espa�o p�blico. Um dos lugares que mais chamam a aten��o em Belo Horizonte � a �rea sob o viaduto do Anel Rodovi�rio com a Avenida Tereza Cristina, ponto lim�trofe entre BH (Bairro Vista Alegre) e Contagem (Vila S�o Paulo). O baixio do pontilh�o est� repleto de objetos pr�prios de um morador de rua que ocupa um barraco improvisado no local. In�meras pe�as de madeira est�o estocadas nesse lugar. O serralheiro Ant�nio de Souza, de 48 anos, que mora bem perto do viaduto, diz que os objetos come�aram a se acumular h� cerca de dois anos. “Tem um morador que recebe as coisas e separa. O problema ali � s� a quantidade de madeira. Se algu�m passar e atear fogo, � perigoso comprometer at� a estrutura do viaduto. At� chamar os bombeiros, j� vai ter queimado muita coisa”, afirma Ant�nio. A SLU informou que est� prevista uma a��o nesse endere�o envolvendo v�rios �rg�os da prefeitura, para remo��o dos res�duos, de acordo com as diretrizes previstas na Portaria 001/2017, que normatiza as a��es ligadas � popula��o de rua, mas at� ontem tudo continuava no mesmo lugar.


Embora tenha passado por limpeza no fim da semana passada, a parte abaixo do concreto do Viaduto H�lio Pellegrino, que passa sobre a Cristiano Machado na altura do Bairro S�o Paulo, Nordeste de BH, � um exemplo de local marcado pelo descarte constante de lixo. Naquele ponto h� uma �rea extensa protegida do sol e da chuva pelo elevado, que faz a liga��o da Avenida Risoleta Neves com a Cristiano Machado. Segundo o motorista Davi Duarte Pimenta, de 46, esse local � usado por moradores de rua para separar o lixo que pode servir para reciclagem e tamb�m para ferros-velhos. “Aquilo que n�o lhes interessa, eles deixam a�, embaixo do viaduto”, diz Davi.

(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


ESPALHADO O resultado � uma infinidade de materiais, como lixo org�nico, restos de televis�es antigas, peda�os de m�veis e v�rios outros exemplos do que n�o serve mais. O problema � que tudo isso fica espalhado no ch�o, criando um tapete de lixo sob o viaduto at� que a prefeitura providencie a limpeza. O lugar costuma ser ponto de moradia de pessoas que n�o t�m teto, conforme Davi. “Eles montam barracos de madeira e v�o revezando a moradia. De vez em quando, a prefeitura vem e recolhe tudo. A� eles saem daqui, mas depois voltam”, diz Davi. Tamb�m s�o comuns as fogueiras no local. “Eles queimam cabos para retirar os fios de cobre. A fuma�a sobe e tem vez que atrapalha at� o tr�nsito”, afirma. A SLU informou que nesse local a varri��o e a cata��o do lixo s�o feitas a cada 15 dias ou at�  uma vez por semana, conforme a necessidade. Uma a��o de limpeza foi realizada na quinta-feira.


O problema da deposi��o de lixo � comum tamb�m sob viadutos do Complexo da Lagoinha, local em que, segundo a SLU, a varri��o e a retirada de inserv�veis ocorrem todos os dias. Na quarta-feira, a reportagem encontrou um caminh�o a servi�o da autarquia abarrotado de lixo arrecadado na regi�o. Sob o Viaduto Sarah Kubitschek, que liga as avenidas Pedro II e Ant�nio Carlos � �rea central, nas proximidades da rodovi�ria, v�rios objetos eram mantidos sob um v�o estreito e tamb�m colocados no ch�o gramado ao lado do viaduto. Como o local � marcado pela presen�a dos moradores de rua, a retirada dos objetos � feita mediante um processo de convencimento, respeitando a portaria do ano passado, conforme a SLU.


Outro lugar que serve de ac�mulo de lixo � a �rea da Avenida Tereza Cristina embaixo dos viadutos Itamar Franco e da linha f�rrea, no Bairro Carlos Prates, Noroeste de BH. Na quarta-feira o amontoado de lixo tinha acabado de ser consumido pelo fogo quando a reportagem passou pelo local. Os res�duos obstru�am, inclusive, a cal�ada e a ciclovia da avenida. De acordo com a SLU, esse ponto � considerado de deposi��o clandestina e tamb�m � atendido por servi�os programados de recolhimento de res�duos.

Combate com prazo at� 2026

Veículo da SLU lotado de sujeira recolhida no Complexo da Lagoinha (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Ve�culo da SLU lotado de sujeira recolhida no Complexo da Lagoinha (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


 

O chefe do Departamento de Servi�os de Limpeza da SLU, Pedro Assis Neto, explica que o �rg�o n�o tem como atribui��o a preven��o da deposi��o irregular de lixo, mas sim a gest�o dos res�duos. Ainda segundo ele, a presta��o de servi�os sob elevados obedece a tr�s categorias, que se diferenciam de acordo com a demanda. “Preven��o n�o � o foco da SLU, apesar de desenvolvermos campanhas educativas para o descarte correto dos res�duos. Todos os locais abaixo dos viadutos t�m frequ�ncia de atendimento. Uma parte de acordo com o planejamento interno da SLU, outra parte com vistoria rotineiras das nossas equipes, al�m de mais uma, que � executada de acordo com a demanda geral”, ressalta.


Sobre a presen�a do lixo em geral na cidade, o que inclui �reas sob viadutos, na semana passada foi criada uma comiss�o permanente para desenvolver a��es para acabar com os pontos de descarte clandestino. O grupo de trabalho incluir� integrantes da SLU e das secretarias municipais de Meio Ambiente, Seguran�a e Preven��o e Pol�tica Urbana. “Essa comiss�o serve justamente para construir a��es. No primeiro momento, vamos diagnosticar os pontos de a��o clandestina em BH. A previs�o � que isso seja conclu�do em agosto. A partir desse ponto, vamos tra�ar inciativas para cada local, para qualifica��o do servi�o, n�o s� o aumento. �s vezes, incrementamos a frequ�ncia do servi�o, mas isso tem o efeito contr�rio, j� que a popula��o se acostuma com a coleta frequente. Ent�o, o principal objetivo desse grupo � o combate ao descarte clandestino na cidade”, explica Pedro Assis Neto. Com isso, a ideia � eliminar a deposi��o de lixo fora das normas da cidade at� 2026, conforme estipulado pelo Plano Municipal de Gest�o Integrada de Res�duos S�lidos. (GP)


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