Estoque baixo afeta vacina��o em Minas Gerais

Autoridades sanit�rias de todo o pa�s se esfor�am para conscientizar a popula��o sobre a import�ncia da vacina��o, inclusive com lan�amento da campanha nacional de imuniza��o contra o sarampo e a poliomelite, que ser� anunciado hoje em Minas, mas quem procura a rede p�blica para se proteger nem sempre consegue as doses de que precisa. A mais recente baixa de estoque afeta a f�rmula que protege contra a meningite C. Por problemas na cadeia produtiva e de log�stica, o suprimento da vacina Meningoc�cica C, contra a grave forma da doen�a causada pela bact�ria Neisseria meningitidis do sorogrupo C, n�o atingiu os quantitativos programados. De acordo com a Secretaria de Estado de Sa�de (SES), o abastecimento nos �ltimos tr�s meses ficou prejudicado.

A vacina Meningoc�cica C conjugada faz parte do Calend�rio Nacional de Vacina��o desde 2010, fornecida com exclusividade pela Funda��o Ezequiel Dias (Funed). “Devido a problemas at�picos na cadeia produtiva e log�stica, o suprimento da vacina Meningoc�cica C n�o atingiu os quantitativos programados para os tr�s �ltimos meses, com consequente impacto no abastecimento e disponibiliza��o para a popula��o”, informou a Sa�de estadual.

A pasta acrescentou que a situa��o est� sendo regularizada com “a entrega de 1,2 milh�o de doses da vacina ao Minist�rio da Sa�de em julho e previs�o de regulariza��o total em agosto”, como informou, por meio de nota. Na �ltima semana, o Minist�rio da Sa�de orientou os munic�pios que est�o com estoque reduzido a fazer agendamentos para vacina��o.

Em Belo Horizonte, uma remessa foi entregue na �ltima quinta-feira. De acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de, 5,3 mil doses foram recebidas pelo munic�pio para a rotina de agosto. Mas a previs�o de gasto mensal, segundo a pasta, gira em torno de 10 mil doses. “A secretaria foi informada de que o quantitativo de vacinas enviadas ao munic�pio dever� ser normalizado at� o final do m�s”, informou.

O infectologista Carlos Starling, com mais de 30 anos de atua��o na �rea, acredita na corre��o do problema a curto prazo, e acrescenta que um atraso de uma ou duas semanas n�o tem grande repercuss�o, mas alerta que a falta de vacinas superior a um m�s pode prejudicar a popula��o.

Ele lembra ainda que neste per�odo, entre o fim do inverno e o princ�pio da primavera, os casos da doen�a crescem. “Primeiro, porque as pessoas est�o mais vulner�veis a outras doen�as, como gripes e resfriados, o que faz a bact�ria da meningite, que � bastante agressiva, atingir um n�mero maior de cidad�os. Segundo,  porque no inverno h� uma maior tend�ncia de confinamento da popula��o em locais fechados”, alerta.

CALEND�RIO Outras vacinas que comp�em o calend�rio nacional de vacina��o previnem meningites, mas n�o para todos os tipos de v�rus e bact�rias. S�o elas: Pneumoc�cica Conjugada 10 Valente, Haemophilus influenzae B conjugada e BCG (veja quadro).

O primeiro estado a introduzir a vacina contra a bact�ria Neisseria meningitidis do sorogrupo C foi Minas Gerais, em 2009. A dose deve ser aplicada em crian�as menores de 2 anos e em adolescentes de 11 a 14 anos. At� 2020, a faixa et�ria ser� ampliada gradativamente, com inclus�o do p�blico entre 9 e 13 anos. Dados da Secretaria de Estado da Sa�de mostram que neste ano a cobertura vacinal da Meningoc�cica C em menores de 1 ano est� em torno de 41%, bem abaixo da meta, que � atingir 95%.

 

Gripe j� matou 28% mais que em 2017

 

Os casos de s�ndrome respirat�ria aguda grave (SRAG) provocados pelo v�rus Influenza v�m avan�ando por Minas Gerais, e j� causaram 28% mais mortes em 2018 do que as registradas em todo o ano passado: 64, contra 50 em 2017. Vacinas contra a gripe continuam � disposi��o da popula��o gratuitamente em todas as unidades do Sistema �nico de Sa�de (SUS). A meta de vacinar 90% do p�blico-alvo foi batida, mas a cobertura do grupo priorit�rio de crian�as e gestantes continua abaixo do ideal.

A maioria das mortes neste ano foi provocada pelo v�rus Influenza A, em casos nos quais n�o foi poss�vel definir o subtipo (26). Em seguida v�m o A/H1N1, com 22 �bitos, o A/H3N2, com 13, e o Influenza B, com tr�s. Belo Horizonte (tr�s) e Uberl�ndia (quatro), no Tri�ngulo, s�o as cidades com o maior n�mero de mortes. Dados da Secretaria de Estado de Sa�de mostram um aumento de 77,77% em rela��o ao �ltimo boletim, divulgado em 25 de junho – embora esse seja o per�odo em que os exames foram conclu�dos, e n�o o intervalo em que ocorreram as mortes.

O boletim epidemiol�gico da gripe divulgado ontem mostra que j� s�o 252 casos de SRAG provocados pelo v�rus Influenza em 2018, a maioria do tipo A sem subtipo definido (96). Em seguida v�m os casos causados pelo subtipo A/H3N2 (82), A/H1N1 (66) e o Influenza B (oito).

De acordo com a SES, a m�dia de idade das pessoas infectadas � de 54 anos, com casos de gripe registrados  em pessoas de 0 a 96 anos. A capital mineira, Uberl�ndia, Pouso Alegre e Varginha, as duas �ltimas no Sul de Minas, foram o que mais registraram casos de s�ndrome respirat�ria aguda grave por Influenza.

 

Bloqueio contra sarampo e p�lio

 

A campanha nacional de vacina��o contra a poliomielite e o sarampo est� programada para come�ar segunda-feira, prosseguindo at� o fim do m�s. Em Minas Gerais, o p�blico-alvo � de aproximadamente 1 milh�o de pessoas, segundo o Minist�rio da Sa�de. Em todo o pa�s, a meta � imunizar 11,2 milh�es. Todas as crian�as de 1 a 5 anos devem se vacinar contra as duas doen�as. O dia D da mobiliza��o nacional ser� dia 18, quando os mais de 36 mil postos de vacina��o no pa�s estar�o abertos. A meta � vacinar, pelo menos, 95% das crian�as para diminuir a possibilidade de retorno da p�lio e a reemerg�ncia do sarampo. Neste ano, o Brasil registrou 822 casos confirmados de sarampo, 519 deles no Amazonas e 272 em Roraima. Casos considerados isolados foram confirmados em S�o Paulo (um), no Rio de Janeiro (14), no Rio Grande do Sul (13), em Rond�nia (um) e no Par� (dois).

 

 

Saiba mais

» Meningite

� um processo inflamat�rio das meninges, membranas que envolvem o c�rebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bact�rias, v�rus, parasitas e fungos, mas tamb�m por processos n�o infecciosos. As meningites bacterianas e virais s�o as mais importantes do ponto de vista da sa�de p�blica, devido � sua magnitude, � capacidade de causar surtos e, no caso da meningite bacteriana, � gravidade dos casos. Esta �ltima � mais comum no inverno e as virais, no ver�o.

 

 

» Sintomas

Os principais s�o febre, dor de cabe�a, v�mitos, n�useas, rigidez de nuca e/ou manchas vermelhas na pele

 

» Transmiss�o

Em geral, ocorre de pessoa para pessoa, por got�culas e secre��es do nariz e da garganta

 

» Preven��o

Al�m da ida r�pida aos servi�os de sa�de diante de sintomas, a preven��o conta com vacina��o e medica��o dos contatos pr�ximos de doentes. Outras formas incluem evitar aglomera��es e manter os ambientes ventilados e limpos. A vacina � considerada a forma mais eficaz na preven��o � doen�a

 

» Vacinas do Programa Nacional de Imuniza��o

Meningoc�cica C conjugada: protege contra a doen�a causada pela N. meningitidis sorogrupo C
Pentavalente: protege contra as infec��es causadas pelo H. influenzae do sorotipo b, entre elas a meningite
Pneumoc�cica 10 valente conjugada: protege contra as infec��es, entre elas a meningite, causadas por 10 sorotipos do S. pneumoniae
BCG: protege contra as formas graves de tuberculose (incluindo a men�ngea)

Fonte: Minist�rio da Sa�de