
Est� sendo ouvido na Corregedoria de Pol�cia Civil de S�o Paulo um dos empres�rios que participava de uma transa��o suspeita em Juiz de Fora, na Zona da Mata, que terminou em troca de tiros entre policiais civis mineiros e paulistas. No tiroteio, um policial de Minas morreu e outras duas pessoas ficaram feridas. Dois delegados e dois investigadores de SP tiveram a pris�o preventiva decretada pela Justi�a e foram transferidos para o Complexo Penitenci�rio Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH.
De acordo com a Secretaria de Seguran�a de S�o Paulo, o empres�rio se apresentou na tarde desta segunda-feira acompanhado de um advogado. Ele presta depoimento para policiais da corregedoria, que apuram a conduta administrativa dos policiais paulistas. Al�m disso, ir� ser questionado, via carta precat�ria, para o inqu�rito criminal aberto pela Pol�cia Civil de Minas Gerais.
Na noite de domingo, a Justi�a mineira decretou a pris�o preventiva de dois delegados e dois investigadores de S�o Paulo envolvidos na troca de tiros que resultou na morte do policial civil mineiro Rodrigo Francisco, de 39 anos. Na manh� desta segunda-feira, os quatro foram transferidos para o Complexo Penitenci�rio Nelson Hungria. Por meio de nota, a Secretaria de Seguran�a de S�o Paulo informou que delegados da Corregedoria da Pol�cia Civil e do Departamento de Pol�cia Judici�ria da Capital paulista apuram as circunst�ncias do caso. Eles verificam o que os agentes faziam na cidade fora do hor�rio de trabalho. “Comprovados desvios de conduta, os policiais envolvidos responder�o administrativa e criminalmente, de acordo com os atos praticados por cada um”, completou.

Investiga��o
A linha de investiga��o da equipe da Superintend�ncia de Investiga��o e Pol�cia Judici�ria de Juiz de Fora � de que os policiais davam cobertura a uma transa��o possivelmente ilegal entre dois empres�rios marcada para ocorrer no estacionamento de um condom�nio de consult�rios que faz liga��o com o Hospital Monte Sinai. As informa��es j� obtidas d�o conta de que os policiais faziam a escolta de um empres�rio que vinha de S�o Paulo para Juiz de Fora com uma quantidade de d�lares para realizar a troca da moeda no munic�pio. O neg�cio deu errado, aparentemente, quando se descobriu que parte das c�dulas em real que seriam usadas na troca pelo d�lar eram falsas.
Quando o tiroteio come�ou, o empres�rio que estava com os d�lares conseguiu fugir, mas quase R$ 15 milh�es em c�dulas de R$ 100, a maioria falsificada, foram apreendidos. Ele teria pegado um t�xi-a�reo de Juiz de Fora para S�o Paulo. Autuado por tentativa de estelionato, ele � procurado pela pol�cia.
Os quatro policiais paulistas que est�o presos foram autuados por lavagem de dinheiro e podem ser implicados pela morte do policial. Outros cinco policiais daquele estado foram ouvidos e liberados, mas a conduta deles ainda � investigada. Parte do grupo foi enquadrada no crime de lavagem de dinheiro e parte foi liberada. Fonte ligada aos primeiros trabalhos de apura��o explicou ao em.com.br que o enquadramento em lavagem de dinheiro � explicado pelo fato de os policiais paulistas estarem protegendo uma negocia��o que tinha v�rios elementos indicativos de ser fruto de algum tipo de crime.
Tr�s policiais mineiros foram indiciados por prevarica��o, por terem conhecimento da opera��o ilegal e n�o tomarem medidas, mas podem responder por outros crimes, pois tamb�m continuam sendo investigados.
Na noite deste s�bado a Pol�cia Civil de Juiz de Fora chegou a confirmar a morte de uma segunda pessoa ferida gravemente no tiroteio, mas a informa��o foi corrigida. De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Monte Sinai, um homem de 42 anos, dono de uma empresa de seguran�a contratado por um dos empres�rios, segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Irm�o de um policial paulista, ele � suspeito de ter disparado o tiro que matou o policial mineiro.
A outra v�tima, o homem de 66 anos que levou um tiro p�, passou por cirurgia e recebeu alta na noite desse domingo. A assessoria de imprensa do Hospital Monte Sinai informou que ele ficou sob responsabilidade do sistema prisional. Ele � apontado como dono do dinheiro falso e vai responder pelo crime de estelionato tentado.
O corpo do policial Francisco foi sepultado no fim da tarde de s�bado, no Cemit�rio Municipal de Juiz de Fora. Ele deixou a mulher e uma filha de 5 anos.