
A import�ncia da ci�ncia para a autonomia do pa�s, os avan�os tecnol�gicos e pessoas que fizeram e fazem parte dos processos que garantem a sa�de em Minas Gerais e no Brasil est�o destacados nos 137 metros do muro do Instituto Ren� Rachou, unidade da Funda��o Osvaldo Cruz (Fiocruz) no estado. Agora, quem passa pela Rua Juiz de Fora, no Barro Preto, em Belo Horizonte, pode contemplar painel em grafite referente ao tema, elaborado por cinco artistas.
“Estamos em um momento muito relevante politicamente para chamar a aten��o para a ci�ncia e tecnologia, que sofreram redu��o de investimentos. � muito importante estudar um pouco nas elei��es, ver o que os candidatos est�o propondo e saber quer ter uma ci�ncia forte garante a autonomia do pa�s”, analisa Cristiana Brito. Ela lembra que a Fiocruz produz medicamentos e vacinas para o Sistema �nico de Sa�de (SUS) que, por isso, n�o precisam ser adquiridos fora do pa�s. Entre eles, est� a vacina contra a febre amarela, que gerou uma demanda extra para a funda��o durante a �ltima epidemia.
“A gente pensou no muro n�o s� para as pessoas que est�o vendo identificarem o que fazemos, mas tamb�m como reconhecimento aos trabalhadores e estudantes daqui. Temos a frase ‘Orgulho de ser Fiocruz’. � para resgatar um pouquinho desse orgulho”, explica a vice-diretora. Foram escolhidos quatro temas para a arte: um mapa do Brasil mostrando todos os estados que contam com alguma representa��o da Fiocruz; a sa�de coletiva; o meio ambiente; e os organismos biol�gicos que s�o estudados na Funda��o.
O primeiro dos quatro pain�is � dedicado �s mulheres na ci�ncia e presta homenagem a duas pesquisadoras que tiveram pap�is fundamentais para a Fiocruz em Minas: Alda Lima Falc�o e Virg�nia Schall. A primeira realizou extenso trabalho sobre a leishmaniose e, por 20 anos, esteve � frente do laborat�rio que pesquisa a doen�a. Ela come�ou a trabalhar no fim da d�cada de 1930 e est� aposentada hoje. Autora de diversos livros, alguns voltados para o p�blico infanto-juvenil, Virg�nia Schall (1954-2015) atuou em pesquisas sobre a preven��o esquistossomose e tamb�m trabalhou na �rea de educa��o em sa�de.


ARTISTAS A Fiocruz convidou a grafiteira Carolina Jaued, a Krol, para produzir o painel. A artista do grupo Minas de Minas foi a respons�vel, entre outros trabalhos, pelos pain�is da cantora Elza Soares e das atrizes Ta�s Ara�jo e Teuda Bara em Belo Horizonte. “A escolha de uma mulher para encabe�ar essa iniciativa foi simb�lica. E (sab�amos que) pelo lado art�stico seria interessante”, disse Cristiana.
Para concluir o trabalho em um dia, Krol montou uma equipe com outros quatro grafiteiros (Testa, Gud, Airone e S�rgio Il�dio) e a obra foi executada coletivamente, atraindo pessoas que frequentam a regi�o e os funcion�rios da Fiocruz. A grafiteira estava entre as pessoas que n�o tinham total conhecimento dos trabalhos realizados pela funda��o at� encontrar essa oportunidade. “Pude ver de perto tudo o que � feito ali e o quanto � grandioso. S�o trabalhos de pesquisa que est�o por todo o Brasil auxiliando e sendo estudados, envolvendo, principalmente, v�rias doen�as do nosso cotidiano. Achei isso muito interessante”, comentou.
Tamb�m chamou a aten��o da artista a grande presen�a feminina na equipe da Fiocruz em Minas Gerais. “Os funcion�rios estiveram no muro no dia para ver a execu��o. Eles foram reconhecendo as coisas que fazem, foram explicando para a gente. Foi muito legal essa intera��o. Nesse mesmo dia, percebi o quanto funcion�rias mulheres, pesquisadoras, trabalham ali”, disse a artista.
Krol tamb�m falou das rea��es � parte do painel dedicada a Alda Falc�o e Virg�nia Schall. “Foi muito gratificante pint�-las. Foi um trabalho do S�rgio Il�dio. Os relatos das pessoas que as conheceram mostraram como elas tiveram pap�is fundamentais ali. A gente via a galera falando e se emocionando”, conta. Segundo a artista, a fam�lia de Virg�nia esteve no local e acompanhou o trabalho de pintura.
A artista destacou como o trabalho com o grafite transforma, traz boas lembran�as, sentimentos e hist�rias. E, al�m disso, exalta as pessoas. “O grafite tem esse poder de transformar e deixar registradas, atrav�s da arte, todas essas coisas. E como o grafite tamb�m englobou a quest�o da valoriza��o da profiss�o que muita gente exerce ali dentro daquele pr�dio, al�m de mostrar o quanto a sa�de tem trabalhado e ido pra frente para fazer com que toda a popula��o ganhe”, pontuou.
Quem quiser conferir a obra pode visitar o pr�dio da Fiocruz no Barro Preto. A pintura est� no trecho do muro na Rua Juiz de Fora, entre a Avenida Augusto de Lima e a Rua dos Guajajaras.