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Estado de Minas

Pesquisa contesta origem africana de Luzia

Trabalho conduzido por cientistas do Brasil e do exterior destaca import�ncia de Lagoa Santa para entender a ocupa��o das Am�ricas e sustenta que a 'primeira brasileira', cujo f�ssil foi achado na cidade, era antepassada dos �ndios americanos


postado em 08/11/2018 17:30 / atualizado em 08/11/2018 18:00

Minas Gerais – e especificamente a regi�o de Lagoa Santa, na Grande BH – se confirma mundialmente como um ponto estrat�gico para as pesquisas em arqueologia e paleontologia (estudos de f�sseis). Um grupo de pesquisadores internacionais e brasileiros, incluindo tr�s da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apresenta resultados in�ditos sobre o povoamento pr�-colombiano das Am�ricas, por meio do estudo dos processos iniciais de ocupa��o na Am�rica do Norte e do Sul. Uma das mais surpreendentes conclus�es � que Luzia, considerada a primeira brasileira, cujo cr�nio datado de 11,4 mil anos foi salvo inc�ndio no Museu Nacional, do Rio de Janeiro, n�o tinha fei��es africanas, mas dos ind�genas brasileiros. O trabalho ser� publicado na revista norte-americana Science.

A pesquisa apresentada no Rio inclui v�rias amostras com mais de 10 mil anos (entre 10,4 mil e 10,7 mil), coletadas em Lagoa Santa, no s�culo 19, pelo dinamarqu�s Peter W. Lund (1801-1880), chamado de doutor Lund, que viveu e trabalhou 46 anos na regi�o. Os pesquisadores tiveram sucesso no processo de data��o por radiocarbono e estudos gen�micos dos famosos restos humanos na chamada regi�o c�rstica. O material faz parte do acervo do Museu de Hist�ria Natural da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, enviado para l� por Lund, no s�culo 19. De acordo com os pesquisadores, o acervo � crucial para o entendimento da ocupa��o das Am�ricas na pr�-hist�ria.

Do grupo de pesquisadores liderados pelo dinamarqu�s Eske Willerslev, que esteve no ano passado em Lagoa Santa, em visita acompanhada pelo Estado de Minas, fazem parte Luiz Souza, coordenador do Laborat�rio de Ci�ncia da Conserva��o (Lacicor) e vice-diretor do Centro de Conserva��o e Restaura��o de Bens Culturais (Cecor), ambos da Escola de Belas Artes da UFMG, o professor Fabr�cio Santos e o mestrando em gen�tica por ele orientado, Thomaz Pinotti, do Departamento de Biologia Geral. Est�o ainda nas pesquisas o arque�logo Andr� Straus, especializado em morfologia craniana, da Universidade de S�o Paulo (USP), e Murilo Bastos, Claudia Carvalho e Silvia Reis, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

OCUPA��O Conforme os cientistas, as evid�ncias indicam uma rela��o direta entre as popula��es da Am�rica do Norte e da Am�rica do Sul; houve uma expans�o, mais r�pida do que se imaginava, pela Am�rica, provavelmente ocupando todo o continente em poucos s�culos; e ocorreram migra��es para a Am�rica do Sul, vindas do Norte. Dessa forma, as popula��es eram da pr�pria Am�rica, e n�o da �frica, Austr�lia ou de qualquer parte do globo. “O professor Eske Willerslev explicou que o resultado confirma a regi�o de Lagoa Santa como 'ponto quente' ou fundamental para a arqueologia em todo o mundo”, afirma Thomaz Pinotti. “� fundamental, ent�o, preservar os acervos”, acrescenta

O estudo tamb�m d� pistas quanto ao enigm�tico sinal gen�tico australomelan�sio encontrado na popula��o de Lagoa Santa, que data pelo menos de 10 mil atr�s, que n�o � encontrado nas popula��es pr�-hist�ricas da Am�rica do Norte. A evid�ncia gen�tica s� foi poss�vel, dizem os pesquisadores, gra�as aos estudos feitos atrav�s dos f�sseis humanos do continente americano, dentre os quais, o material original de Lagoa Santa, popula��o da qual Luzia, o mais antigo f�ssil brasileiro, fazia parte. As pe�as coletadas por Lund fazem parte do acervo do Museu de Hist�ria Natural da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, e do homem de Spirit Cave, de Nevada, dos Estados Unidos, a m�mia natural mais antiga do mundo.

O novo estudo gen�mico (DNA) a ser publicado Science e que desvenda a hist�ria de distribui��o das primeiras popula��es do continente americano teve origem em 30 cr�nios origin�rios da regi�o c�rstica de Lagoa Santa e dos quais foi feita a data��o, explica Pinotti. Ele explica que, em pesquisas, h� duas linhas de trabalho, como a morfologia craniana e a data��o gen�tica, que, no caso, norteou os atuais resultados.


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