Em tr�s ofensivas contra roubo de celulares este m�s, pol�cia recupera mais de 1 mil aparelhos
PM apreende quase 300 celulares e tablets em moradia ligada a um dos maiores receptadores de BH. Opera��es em shoppings populares terminaram com mais de 1 mil aparelhos recolhidos
postado em 19/11/2018 06:00 / atualizado em 19/11/2018 09:44
Aparelhos foram encontrados em uma casa no Aglomerado da Serra, na Regi�o Centro-Sul da capital
(foto: Pol�cia Militar/Divulga��o)
Quase 300 celulares com suspeita de furto e roubo foram apreendidos pela Pol�cia Militar no Aglomerado da Serra, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, em mais uma ofensiva para combater um crime cada vez mais comum na capital e tentar frear o com�rcio de aparelhos. Pelo menos tr�s frentes de a��o recente das pol�cias e de outros �rg�os t�m tentado impor uma barreira aos criminosos que cometem furto e roubo dos telefones m�veis. No in�cio deste m�s, reportagem do Estado de Minas revelou que investiga��o do Departamento Estadual de Investiga��o de Crimes Contra o Patrim�nio (Depatri) identificou venda pela internet, em sites de com�rcio eletr�nico, de aparelhos roubadas com viol�ncia de lojas de shoppings e galerias da capital. Na �ltima semana, opera��es das pol�cias e do Minist�rio P�blico, al�m da Receita Federal, fizeram uma verdadeira varredura em boxes dos shoppings populares Xavantes e Oiapoque, em busca de aparelhos roubados e revendidos nesses estabelecimentos – mais de 1 mil smartphones de origem suspeita foram apreendidos. Por fim, a opera��o da PM de s�bado na Serra encontrou aparelhos numa moradia ligada a um dos maiores receptadores da cidade, segundo a corpora��o.
Ao todo, foram 288 telefones apreendidos em uma casa dentro do Aglomerado da Serra, al�m de 31 tablets, um notebook e uma bicicleta el�trica avaliada em R$ 50 mil. De acordo com o sargento Samuel dos Santos, nos �ltimos dias a PM recebeu informa��es sobre um receptador j� conhecido das autoridades por vender produtos roubados. Levantamentos adicionais fizeram o Grupo Especializado em Patrulhamento em �reas de Risco (Gepar) da 127ª Companhia do 22º Batalh�o desencadear uma opera��o na noite de s�bado. O alvo dos militares n�o estava na resid�ncia e n�o foi localizado, mas � apontado como o elo entre ladr�es de telefone e o retorno dos aparelhos para o mercado. “O que chamou a aten��o foi que em v�rios aparelhos o n�mero do Imei estava apagado, o que indica que eles realmente s�o roubados”, diz o militar. Ele explica que na parte interna do telefone � comum ter uma tarja com o n�mero do IMEI, c�digo usado para bloquear o aparelho em caso de furto ou roubo, al�m do n�mero armazenado tamb�m de forma eletr�nica. A ocorr�ncia deve ser recebida pela Pol�cia Civil apenas hoje, por conta da necessidade de cataloga��o dos equipamentos e levantamentos de ocorr�ncias anteriores envolvendo cada um. A partir da entrega do caso uma investiga��o ser� iniciada.
Essa � uma das tr�s frentes mais recentes desencadeadas pelas autoridades para tentar frear o mercado de revenda de aparelhos roubados na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. No in�cio do m�s, o EM mostrou que uma investiga��o do Depatri da Pol�cia Civil conseguiu refazer o caminho de celulares roubados em lojas de shoppings e galerias mediante viol�ncia. A equipe comandada pelo delegado Gustavo Barletta identificou aparelhos retirados da loja da Samsung de um shopping da Regi�o Leste de BH em abril sendo revendidos pelo site OLX. Os compradores est�o sendo intimados a prestar depoimento e podem responder por recepta��o, mas at� o momento a grande maioria foi realmente enganada, segundo a Pol�cia Civil. De 49 aparelhos roubados dessa loja, 12 deles j� foram recuperados pela corpora��o, todos revendidos a terceiros pela OLX.
Em outra linha para tentar impor dificuldades aos bandidos as pol�cias, o MP e a Receita Federal desencadearam uma s�rie de opera��es de busca e apreens�o de celulares nos shoppings populares Xavantes e Oiapoque, no Hipercentro de BH. Mais de 1 mil aparelhos foram apreendidos com origem duvidosa e v�rios com registro de bloqueio no site da Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel), o que indica furto ou roubo. O tenente-coronel Frederico Ferreira, comandante do Batalh�o de Pol�cia de Choque, disse na semana passada que novas opera��es podem acontecer e prometeu toler�ncia zero a esse tipo de crime.
(foto: Arte EM)
PERIGO NA INTERNET A proced�ncia dos aparelhos telefonia m�vel, feita por meio de sites de com�rcio eletr�nico, ligou o alerta do Depatri. No �ltimo dia 6, a reportagem apurou que os investigadores da 2ª Delegacia de Furtos e Roubos est�o no encal�o de suspeitos de integrarem uma quadrilha que pode estar ligada a pelo menos quatro ataques desde o ano passado na Grande BH, somando mais de 200 aparelhos roubados de lojas em shoppings ou galerias comerciais da regi�o metropolitana. Em um dos casos, dos 49 smartphones roubados de uma autorizada que funciona em um centro de compras do Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Leste da capital, em abril deste ano, 12 j� est�o com os investigadores, todos comercializados pelos ladr�es por meio do site OLX.
Para chegar aos suspeitos, a Pol�cia Civil est� fazendo uso tamb�m da tecnologia. Investigadores est�o rastreando os aparelhos por meio do monitoramento. Dessa maneira, � poss�vel localizar quem os comprou para tentar chegar ao “vendedor”. A investiga��o aponta que, no caso dos aparelhos j� rastreados, a maioria das pessoas foi realmente enganada, mas o inqu�rito ainda vai definir as responsabilidades de cada uma.
Na ocasi�o, a OLX emitiu uma nota para informar que diariamente s�o inseridos 500 mil an�ncios novos na plataforma, e que toda negocia��o � feita fora do ambiente do site, sem que a empresa fa�a intermedia��o ou participe de qualquer forma das transa��es, feitas diretamente entre usu�rios. “Infelizmente, algumas vezes as ferramentas dispon�veis no mercado s�o utilizadas por terceiros de m� �ndole. A empresa repudia esse tipo de atitude, que vai contra as regras da OLX”, informou. A OLX disponibiliza dicas neste link para evitar neg�cios duvidosos.
RECOMENDA��O A Pol�cia Civil recomenda cuidado aos que t�m costume de fazer compras pela internet, pois recepta��o � crime pass�vel de puni��o, de acordo com o C�digo Penal. “Esse tipo de compra por um valor muito abaixo do mercado � o chamado ‘neg�cio da China’. � um neg�cio il�cito, mesmo que n�o tenha o conhecimento do comprador. Eu n�o posso alegar ignor�ncia para me isentar de ser responsabilizado”, diz o delegado Gustavo Barletta.
MAIS DE 50 BLOQUEIOS Em novembro, a Central de Bloqueio de Celulares (Cbloc), criada pela Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica de Minas Gerais (Sesp) completou quatro meses. Segundo o governo do estado, o servi�o online j� registra mais de 50 atendimentos semanais. Pelo site da Sesp, a Cbloc (https://cbloc.seguranca.mg.gov.br/) bloqueia equipamentos cujo registro da ocorr�ncia tenha ocorrido at� 48 horas antes. Para a Secretaria, � uma forma de ampliar a chance de a inutiliza��o do celular acontecer ainda enquanto o equipamento estiver nas m�os do criminoso e receptador.
O bloqueio no site pode ser feito por duas op��es: Com o n�mero do telefone utilizado pelo usu�rio, a partir da vincula��o com uma operadora, e o fornecimento de informa��es pessoais; ou A partir da Identifica��o Internacional de Equipamento M�vel (IMEI) do telefone para casos em que o aparelho ainda n�o tenha sido vinculado a uma operadora, e o fornecimento de informa��es pessoais.
� importante destacar que nas duas situa��es � preciso ter registrado um boletim de ocorr�ncia de furto ou roubo em uma unidade policial. Isso porque o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) precisar� ser anexado ao formul�rio.
O governo do estado afirma que houve redu��o de 30% das ocorr�ncias de roubo de celular em Minas Gerais do ano passado para c�. “De janeiro a setembro de 2018, foram 32.651 registros, contra 47.096 no mesmo per�odo de 2017. As principais v�timas do crime s�o do sexo feminino e t�m entre 18 e 24 anos”, diz o Executivo estadual. Em Belo Horizonte, a redu��o chegou a 32% no comparativo de janeiro a setembro de 2017 (17.647 registros de roubo) e o mesmo per�odo de 2018 (11.972). (Com informa��es de Cristiane Silva)