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Belo Horizonte � a capital brasileira com mais carros por habitante

Levantamento do EM mostra que h� um ve�culo para cada 1,76 morador da cidade. Belo Horizonte tem a pior rela��o autom�vel/habitante entre as capitais do pa�s


postado em 03/12/2018 06:00 / atualizado em 03/12/2018 08:30

Avenida Cristiano Machado: número elevado de carros em circulação trava o trânsito na cidade(foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
Avenida Cristiano Machado: n�mero elevado de carros em circula��o trava o tr�nsito na cidade (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)


O rompimento da barreira de 2 milh�es de ve�culos na frota de Belo Horizonte, desde o m�s passado, revela, al�m das perspectivas preocupantes para a circula��o na cidade, que a capital mineira se destaca negativamente quando comparada com outras capitais do pa�s. Levantamento feito pelo Estado de Minas com base em dados do Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran) e em proje��es populacionais para 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) mostra que BH � a capital com a menor quantidade de habitantes por ve�culo no Brasil e tamb�m tem o menor n�mero de pessoas por autom�vel, tipo mais comum na frota das capitais. Os n�meros do m�s de outubro, que se referem ao dia 31, mostram que em Belo Horizonte a propor��o � de um carro para cada 1,76 habitante. Se a frota em geral for considerada, a rela��o abaixa para um ve�culo a cada 1,22 morador, o que coloca essa propor��o bem pr�xima da igualdade.

Os dados do Denatran de outubro mostram que Belo Horizonte fechou o m�s com 2.044.545 ve�culos registrados, mais que o dobro do que o Denatran mostrou em dezembro de 2007, h� 11 anos, quando a frota bateu 1.018.501 ve�culos. A atual composi��o da frota belo-horizontina mostra 1,4 milh�o de autom�veis, al�m de 277 mil caminhonetes e camionetas (veja explica��o abaixo) e 226 mil motocicletas. No caso de S�o Paulo, capital que costuma ganhar rotineiramente o t�tulo de pior tr�nsito do pa�s, a rela��o geral � de 1,47 habitante para cada ve�culo da frota e 2,13 pessoas por autom�vel. A frota da capital paulista fechou o m�s de outubro com 8,2 milh�es de ve�culos, sendo 5,7 milh�es autom�veis. J� a popula��o de S�o Paulo � estimada em 12,1 milh�es para 2018. A cidade que fica mais perto de Belo Horizonte nessa rela��o � Curitiba. A capital paranaense tem 1,24 pessoa por ve�culo levando em considera��o toda a frota e 1,81 habitante por autom�vel. Goi�nia vem em terceiro lugar no ranking que mede a quantidade de pessoas por ve�culo (veja quadro).

CRESCIMENTO ECON�MICO Para o coordenador do N�cleo de Infraestrutura e Log�stica da Funda��o Dom Cabral, Paulo Resende, o que vai determinar quando a capital mineira vai empatar na rela��o frota/popula��o � a situa��o econ�mica do pa�s. “Se n�s mantiv�ssemos nos �ltimos cinco anos os mesmos n�veis de crescimento da d�cada passada j� ter�amos mais de 2,5 milh�es de ve�culos, com aumento principalmente das motos”, diz o especialista. Resende ainda acrescenta que se a economia voltar a crescer por um per�odo maior, existe a possibilidade de BH alcan�ar o padr�o at� de pa�ses desenvolvidos, que chegam a ter dois ve�culos por pessoa. “Nesse caso, se voc� n�o criar uma s�rie de alternativas para a pessoa deixar o carro em casa n�s n�o teremos a menor condi��o de conviver com isso.”

A s�rie de alternativas mencionadas pelo especialista passa exclusivamente pelo �nico meio de transporte capaz de convencer a popula��o a deixar o carro em casa: o metr�. Por�m, diferentemente de outras capitais do pa�s, Resende destaca que BH n�o est� construindo nenhum quil�metro desse modal e por isso n�o h� perspectivas de melhoria. “Isso � a prova cabal de que n�s n�o constru�mos uma rea��o ao aumento do n�mero de ve�culos. N�s dever�amos ter praticado o que o resto do mundo praticou, que � muita quilometragem de metr� e trens metropolitanos. Dessa forma, os �nibus servem para alimentar esta��es e grandes corredores”, diz Resende. O especialista defende que as pessoas s� se sentem estimuladas a abrir m�o do ve�culo particular quando ficam livres dos congestionamentos. “Se � para estar no congestionamento e o �nibus tamb�m est�, oferecendo baix�ssimo conforto, prefiro estar no carro do que no �nibus”, afirma. 

Base do Renavam


A reportagem do EM usou dados do Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran) relativos �s frotas de todas as capitais do pa�s para fazer o comparativo com as popula��es das 27 cidades usadas nesse levantamento. Segundo o Denatran, esses dados constam da Base �ndice Nacional do Sistema de Registro Nacional de Ve�culos Automotores (Renavam), cuja responsabilidade pela gest�o � do pr�prio Denatran. Embora os ve�culos sejam registrados, licenciados e transferidos de propriedade no �mbito dos Detrans dos estados, seguem com seus registros atualizados no Renavam. A base do Renavam leva em considera��o todos os ve�culos ativos e, no caso de Belo Horizonte, h� uma pequena diferen�a em rela��o �s estat�sticas do Detran/MG. O �rg�o estadual informou apenas que considera a frota circulante, sem dar mais detalhes sobre os dados. 

Caminhonete e camioneta


O C�digo de Tr�nsito Brasileiro (CTB) trata como caminhonete os ve�culos que transportam at� tr�s passageiros e t�m compartimento espec�fico e exclusivo para cargas, cuja capacidade seja de at� 3,5 toneladas. Acima desse patamar, o ve�culo � considerado caminh�o. J� as camionetas s�o aqueles ve�culos que transportam carga e passageiros no mesmo compartimento, caso dos exemplares de SUV. 
 

Tr�nsito mais lento do pa�s 


Uma propor��o estreita entre popula��o e quantidade de ve�culos que n�o se reflete no dia a dia de Belo Horizonte. Para a BHTrans, n�o necessariamente a frota cadastrada est� nas ruas e boa parte dos autom�veis sai das garagens apenas nos fins de semana. Nos outros dias, o �nibus, por quest�es financeiras e de log�stica, continua sendo a primeira op��o. A empresa que gerencia o tr�nsito na capital se baseia em estudo de um aplicativo de transporte para avaliar essa rela��o.
O levantamento em 2017 e repetido este ano mostra que BH passou de 7ª para a 8ª capital com o tr�nsito mais lento do pa�s. A pesquisa foi feita nos mesmos deslocamentos dentro e fora do hor�rio de pico. Em per�odos de mais tranquilidade, o tempo de viagem aumenta em 65%. “A posse do autom�vel � muito cultural e de poder econ�mico. Socialmente, � um status, mas essa frota n�o est� totalmente em circula��o”, afirma a diretora de Planejamento e Informa��o da BHTrans, Elizabeth Moura. 

Mesmo assim, para amenizar o gargalo que sufoca quem vive na cidade, a empresa aposta no incentivo ao uso do transporte coletivo e em a��es de monitoramento do tr�fego. “Em pontos com volume maior temos trabalho com agentes de tr�nsito para n�o fechar cruzamento, por exemplo. Implantamos projetos na �rea Central para melhorar a circula��o e para melhorar o fluxo de sa�da, priorizando tamb�m rotas de atravessamento para ter percurso r�pido e, logo, sa�da r�pida. Foram feitas ainda altera��es de circula��o para reduzir impactos”, afirma. 

(foto: Arte/Paulinho Miranda)
(foto: Arte/Paulinho Miranda)


FISCALIZA��O A gerente chama a aten��o tamb�m para o efeito da fiscaliza��o eletr�nica, seja para coibir excesso de velocidade ou avan�o de sem�foro. “Qualquer acidente repercute no congestionamento. Coibindo a a��o errada do motorista, deixa de ter acidente, o que reflete n�o s� nos engarrafamentos, como na quantidade de v�timas. Quando esse tipo de fiscaliza��o foi implantada, no in�cio dos anos 2000, BH tinha seis mortes para cada 10 mil ve�culos. Hoje, registra uma, apesar de a frota quase ter triplicado no per�odo”, ressalta. 

Outros pontos que levam � redu��o do n�mero de autom�veis em circula��o, na opini�o dela, � o incentivo ao uso do transporte coletivo, � medida que se melhora n�o apenas as condi��es da estrutura, mas o conforto, a confiabilidade e as informa��es relativas a hor�rios e rotas. Aumentar a quantidade de faixas exclusivas para �nibus � outra aposta para que motoristas deixem o carro em casa e optem pelo �nibus. O incentivo ao uso da bicicleta e do deslocamento a p� s�o outras medidas. 

Iniciativas que s�o tomadas enquanto os belo-horizontinos esperam o metr�. Na opini�o de Elizabeth, a regionaliza��o do modal, que fica a cargo do governo federal, impedindo qualquer decis�o em n�vel municipal, trava a sa�da do projeto do papel. “A linha 1 tem feito o deslocamento de massa, mas tem o tra�ado e a �rea de influ�ncia determinados. Outras linhas viriam a estruturar mais a linha de transporte. Ele � essencial.”


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