
Belo Horizonte entra para a lista que p�e mais de 40% das cidades mineiras em situa��o de alerta ou de risco, diante da infesta��o do mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zica v�rus, com potencial tamb�m para disseminar o causador da febre amarela. Dados do Levantamento de �ndice R�pido para Aedes aegypti (Liraa) mostram que a cada 1.000 im�veis pesquisados, em 11 foram encontradas larvas do mosquito (1,1%), acima, portanto, do �ndice de 1%, considerado aceit�vel. A regional em pior situa��o � a Pampulha, com 1,7%, e os materiais inserv�veis, como garrafas, copos de pl�stico, marmitex, entre outros, foram os principais criadouros. Como mostrou o Estado de Minas em sua edi��o de ontem, a regi�o � tamb�m aquela que re�ne a maior concentra��o de bota-foras na cidade, com 169 pontos, dos 731 mapeados pela Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU).
No conjunto do estado, a situa��o � preocupante. Como o EM mostrou na �ltima semana, ao menos 40,7% dos munic�pios que informaram ao estado o resultado do Liraa est�o em situa��o de risco ou em alerta para a possibilidade de surto da doen�a. Neste ano, h� uma preocupa��o ainda maior com a dengue. Depois de oito anos, voltou a circular o v�rus do tipo Denv 2, que encontrar� uma parcela expressiva da popula��o suscet�vel a ele. Vale lembrar que o Aedes tamb�m � capaz de transmitir a febre amarela, que tem aumento nesta �poca do ano. Por�m, casos do tipo urbano da virose n�o s�o registrados h� anos no Brasil.
A infesta��o do Aedes aegypti vinha diminuindo ao longo do ano, mas apresentou alta em outubro. No estudo feito em janeiro, o resultado foi de 2,4%. Em abril, caiu para 1,5% e, em agosto, 0,6%. J� o �ltimo levantamento, divulgado ontem, os n�meros quase dobraram, chegando a 1,1%. No mesmo per�odo do ano passado, BH estava com �ndices satisfat�rios, com taxa de 0,3%. “O resultado do Liraa � muito influenciado pelas quest�es clim�ticas. Na verdade, (o resultado) significa m�dio risco ou alerta. O aumento da infesta��o do mosquito � esperado, por causa das chuvas. Agosto, por exemplo, � um m�s de seca. Em outubro, tivemos chuvas frequentes, o que possibilita o aparecimento maior das larvas”, explicou o subsecret�rio municipal de Promo��o e Vigil�ncia em Sa�de de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta.
O Liraa � feito em todas as regionais da cidade por agentes de sa�de que visitam pontos espec�ficos para analisar se h� larvas do Aedes aegypti. �ndices de infesta��o de at� 0,9% indicam condi��es aceit�veis, e, entre 1% e 3,9%, situa��o de alerta. Taxas superiores a 4% indicam risco de surto. Em Belo Horizonte, um dos principais problemas encontrados nos im�veis visitados foram os chamados inserv�veis – tampinhas, potes de margarina, garrafas, copos descart�veis ou embalagens de isopor e de alum�nio. Em seguida, v�m os vasos de plantas. Moradores da Pampulha, Leste e Venda Nova devem ficar atentos, j� que as regi�es t�m os maiores �ndices de infesta��o (veja mapa). A regi�o dos postos de sa�de Vila Pinho e Teixeira Dias, no Barreiro, tamb�m preocupa. L�, os �ndices foram de 4,7%. O menor valor foi na Regional Norte.
“� muito importante que a popula��o tome conta. Este � um momento muito importante para tirar meia hora a cada semana para olhar descart�veis e caixas-d’�gua descobertas. O levantamento (Liraa) � uma fotografia. Nessas condi��es de chuva frequente e temperaturas elevadas, uma situa��o de baixo risco vira de m�dio e alto risco, caso aquelas a��es amplamente reconhecidas e recomendadas deixem de ser adotadas. Ent�o, temos que fazer coletas de descart�veis no quintal, fazer o acondicionamento da limpeza urbana e lavar pratos de vasos de planta com buchas, porque os ovos do mosquito ficam presos �s paredes, e podem resistir at� um ano”, explicou o subsecret�rio.

Munic�pio intensifica combate ao mosquito
A partir do resultado do Liraa, a prefeitura vai intensificar as a��es nos pontos que foram considerados cr�ticos. “Podemos fazer o direcionamento dos mutir�es em parceria com a SLU e uma a��o integrada com a Secretaria de Fiscaliza��o, para notificar propriet�rios de lotes vagos. Se n�o h� limpeza naquele local, a SLU consulta a Secretaria Municipal de Sa�de e faz a limpeza. Depois, os custos v�o para os propriet�rios”, explicou Fabiano Pimenta.
As a��es j� estavam sendo ampliadas em Belo Horizonte. Em novembro, a prefeitura instituiu o Grupo Executivo para Intensifica��o de Combate ao Aedes aegypti. O grupo coordena a��es de v�rios �rg�os da administra��o municipal, com o objetivo de intensificar a��es de preven��o e controle do mosquito. Fazem parte as secretarias municipais de Sa�de; de Educa��o; de Obras e Infraestrutura; a Defesa Civil; e a Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU). Outra medida foi fechar uma parceria com escolas para incentivar o combate ao transmissor.
Dados da Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) mostram que 418 casos de dengue foram confirmados este ano em Belo Horizonte. A Regi�o Oeste � a que concentra o maior n�mero de registros, seguida da Norte, com 56, e Nordeste, com 50. Em rela��o � chikungunya, foram 22 confirma��es, 12 delas aut�ctones – quando a contamina��o ocorre dentro do munic�pio. Outros nove casos s�o investigados. Quatro casos de zika foram confirmados e sete s�o apurados.