(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Igreja da Boa Viagem ganha painel com foto do altar para ocultar obras

Banner gigante recria o altar e os vitrais do templo neog�tico no Centro de BH, enquanto o im�vel passa por reforma interna que deve durar cinco meses, com custo de R$ 280 mil


postado em 09/01/2019 06:00 / atualizado em 09/01/2019 10:56

Atrás da imagem feita pelo fotógrafo Miguel Aun, a capela-mor passa por restauração(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Atr�s da imagem feita pelo fot�grafo Miguel Aun, a capela-mor passa por restaura��o (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

H� muitas d�cadas, Ant�nia Louren�o, de 90 anos, n�o visitava a Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Na tarde de ontem, em companhia da filha, a pedagoga Aparecida Louren�o, a moradora do Bairro Dona Clara, na Pampulha, se surpreendeu ao ver, fechando a capela-mor, um banner que recria o altar e seus vitrais, com 12 metros de altura e 8m de largura. Do outro lado, uma equipe acabava de montar os andaimes para in�cio, hoje, de nova etapa da restaura��o do Santu�rio Arquidiocesano de Adora��o Perp�tua. “Estive aqui quando Nossa Senhora da Piedade veio da Serra da Piedade, em Caet�, faz muito tempo. Tenho certeza que a obra vai ficar boa, � importante n�o deixar nenhuma igreja cair”, disse Ant�nia.

Enquanto m�e e filha admiravam a beleza do templo neog�tico, tamb�m conhecido como catedral provis�ria, um grupo discutia detalhes da obra que come�a: o vig�rio paroquial, padre Renivaldo Bruno da Cruz, a administradora da Par�quia Nossa Senhora da Boa Viagem e administradora da obra, Gra�a Malveira, a restauradora Carla Castro Silva e o presidente do Instituto Yara Tupynamb�, Jos� Theobaldo. O instituto � respons�vel pelo servi�o que representa a quinta etapa da restaura��o e tem expectativa de durar cinco meses. Os recursos para essa etapa s�o de R$ 280 mil, obtidos via Lei Rouanet, e de a��es na comunidade, tendo � frente o titular da par�quia e reitor do santu�rio, padre Marcelo Carlos da Silva.

Orgulhosa do banner gigantesco, feito a partir de trabalho do fot�grafo Miguel Aun, Gra�a explica que na atual etapa s�o contemplados os vitrais, o altar em sua totalidade e os elementos art�sticos. Desde 2012, quando o projeto foi deslanchado, j� ficaram prontos o telhado, a infraestrutura el�trica, o sistema de seguran�a e as duas capelas laterais. Depois da capela-mor, ser� a vez do restauro de toda a nave, da c�pula central e da parte externa. Ela lembra que toda a empreitada tem autoriza��o do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG), pelo qual a igreja � tombada, do Conselho Deliberativo Municipal do Patrim�nio Cultural e acompanhamento do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte. O templo tem ainda elementos art�sticos – incluindo a imagem, altar, pia, chafariz e outras pe�as do s�culo 18 – sob prote��o do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan). 

Operários montavam os andaimes para trabalhar nos elementos artísticos(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Oper�rios montavam os andaimes para trabalhar nos elementos art�sticos (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


NOVO HOR�RIO
Para os frequentadores da igreja, uma aten��o especial aos hor�rios, j� que haver� missas, de segunda a s�bado, �s 7h, 8h e 18h. Aos domingos, �s 7h, 8h30, 11h, 18h, 19h30 e 21h, sendo que, �s segundas e sextas-feiras, haver� uma celebra��o eucar�stica extra (12h15), na capela. A tradicional Adora��o Perp�tua, com dura��o de 24h, ocorrer� de dia na capela, e, � noite, dentro da igreja. O banner instalado na segunda-feira, est� agradando quem j� veio � missa, diz o padre Renivaldo, que agora celebra diante do imenso painel com as cores bem n�tidas da plotagem. “Com ele, as pessoas n�o enxergam os andaimes. Essas estruturas, quando � mostra, d�o uma sensa��o de abandono.”

J� a administradora da obra tra�a planos. “Os coment�rios que ouvi s�o positivos. Quando formos restaurar a c�pula, com seus 34 metros de altura (do piso ao fundo), vamos usar o mesmo recurso”, afirma Gra�a Malveira. O presidente do Yara Tupynamb�, instituto encarregado do restauro das capelas laterais, informa que o trabalho ser� realizado pela especialista Carla Castro Silva e o arquiteto Lizandro Franco. Entre os principais problemas detectados no espa�o sagrado para os cat�licos estava as infiltra��es e os cupins, sendo feito um trabalho para evitar a prolifera��o dos insetos.

Acompanhando a montagem dos andaimes, Carla conta que fez prospec��es nas paredes da capela-mor, e, sob v�rias camadas de tinta a �leo, que d�o o tom monocrom�tico ao interior do templo, foram encontrados originais: amarelo-ocre, azul acinzentado claro e verde, com uma faixa marmorizada. As cores remetem �s da bandeira nacional, j� que igreja abriu as portas no centen�rio da Independ�ncia do Brasil, em 1922. A expectativa � de que tudo esteja conclu�do para as celebra��es, dentro de tr�s anos, de um s�culo da Boa Viagem. Enquanto os servi�os nessa etapa avan�am para ficar prontos em seis meses, uma delicada interven��o, em fase final, enche os olhos de especialistas: o restauro da imagem da padroeira Nossa Senhora da Boa Viagem, de origem portuguesa que chegou ao primitivo arraial de Curral del-Rey em 1714.

PADROEIRA A hist�ria da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem teve in�cio no s�culo 18. Em 1709, o portugu�s Francisco Homem del Rey conseguiu autoriza��o da coroa portuguesa por meio de cartas de sesmarias e se estabeleceu na regi�o onde hoje se encontra Belo Horizonte. Segundo as pesquisas, ele trouxe uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem, que o acompanhou na travessia do Oceano Atl�ntico.

Para proteger e homenagear a santa, Francisco ergueu em suas terras uma pequena capela de pau-a-pique. Como estava na rota dos tropeiros que passavam pela regi�o transportando riquezas do interior do pa�s, a igrejinha recebeu o nome de Nossa Senhora da Boa Viagem e passou a ser conhecida tamb�m como a padroeira dos viajantes.

Com o passar dos anos e a enorme devo��o dos fi�is, a capelinha ficou pequena para receber tanta gente e em seu lugar foi constru�da uma igreja maior. Mas, com a constru��o da capital, foi necess�rio erguer um novo templo – o atual Santu�rio Arquidiocesano de Adora��o Perp�tua Nossa Senhora da Boa Viagem.

 

CUIDADO PASSO A PASSO Em 16 de abril de 2016, o Estado de Minas documentou o in�cio da terceira etapa das obras no Santu�rio de Adora��o Perp�tua e Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem. Para perfura��o da base e passagem do novo cabeamento el�trico nas laterais internas do templo, houve a cuidadosa tarefa de retirada dos tacos de madeira. Tanta aten��o e, principalmente, per�cia com a talhadeira eram necess�rias j� que as pe�as do revestimento voltariam, uma a uma, ao local de origem. A catedral recebia, assim, novos sons: no lugar dos c�nticos, dos salmos e das ora��es, ouvia-se o barulho do maquin�rio perfurando o piso. Em 18 de outubro do mesmo ano, ficou pronta a infraestrutura interna, incluindo o sistema de vigil�ncia, e a nova ilumina��o para valorizar a arquitetura neog�tica.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)