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Estado de Minas

Em 2018, DEER suspendeu um ter�o dos �nibus vistoriados ap�s den�ncias

Fiscaliza��o mira os �nibus intermunicipais. Sujeira, desconforto e paradas causadas por defeitos atormentam passageiros do transporte rodovi�rio


postado em 21/01/2019 06:00 / atualizado em 21/01/2019 07:20

As empresas de �nibus respons�veis por levar passageiros de uma cidade a outra em Minas Gerais entraram na linha de fogo da fiscaliza��o. Depois do transporte clandestino, agora � a vez das linhas regulares ficarem na berlinda. N�meros que p�em em xeque a seguran�a e at� mesmo as condi��es de higiene dos ve�culos est�o levando o Departamento de Edifica��es e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG), respons�vel pela verifica��o das linhas intermunicipais, a refor�ar as inspe��es. Vistorias feitas em virtude de reclama��es de passageiros resultaram no recolhimento da autoriza��o de tr�fego de mais de um ter�o dos ve�culos examinados no ano passado. Quem passa pelo transtorno de ficar na estrada por causa de quebras constantes de �nibus cobra provid�ncias. Especialista lembra que, assim como no transporte a�reo, os viajantes t�m direitos tamb�m no rodovi�rio e orienta quem foi prejudicado a recorrer � Justi�a para reparar danos.


Em 2018, o DEER/MG recebeu 654 reclama��es de passageiros, sendo que 416 se referiam � conserva��o, conforto e higiene. Outras 238 eram sobre problemas mec�nicos ou de seguran�a. O departamento fez 670 vistorias em fun��o dessas den�ncias, sendo que 231 �nibus perderam provisoriamente a autoriza��o de tr�fego, at� a corre��o do problema. O �rg�o estadual informou que a atual gest�o est� avaliando os dados da fiscaliza��o de ve�culos do transporte intermunicipal para identificar as defici�ncias e refor�ar as vistorias desses �nibus. O objetivo � garantir a seguran�a de quem usa o servi�o.

A fiscaliza��o verifica, frequentemente, o cumprimento de condi��es adequadas dos �nibus quanto � seguran�a (portas, pneus, lanternas, parte mec�nica e el�trica), � higiene e ao conforto, de acordo com o estabelecido por regulamento e termo de manuten��o. O DEER acrescenta que, no caso de den�ncias, todas as reclama��es s�o enviadas � fiscaliza��o para averigua��o e notifica��o � empresa. Em casos de reprova��o na vistoria, o ve�culo tem a autoriza��o de tr�fego recolhida imediatamente, at� que se corrijam as defici�ncias.

(foto: Arte/Paulinho Miranda)
(foto: Arte/Paulinho Miranda)


VIA-SACRA O problema tem se tornado recorrente nas estradas do estado, principalmente no per�odo de f�rias e feriados e causado transtornos aos passageiros. No caso do engenheiro Alex Vitor Rodrigues dos Santos, de 37 anos, morador de Contagem, na Grande BH, era mais uma viagem que j� come�ava com apreens�o por causa de experi�ncias anteriores malsucedidas com a Expresso Gard�nia, a �nica a atender o Sul de Minas. Mas nem no pensamento menos otimista pensou passar pela maior das vias-sacras: enfrentar tr�s quebras de �nibus no mesmo trajeto. Um dia depois do Natal, ele embarcou em Belo Horizonte com destino a Po�o Fundo, pr�ximo a Alfenas.

A linha fazia o percurso da capital at� Po�os de Caldas, pela rodovia Fern�o Dias. O engenheiro deveria descer em Machado, distante 380 quil�metros de BH. Um pouco antes de Carm�polis, a 110 quil�metros da capital, o ve�culo deu pane. Foram duas horas at� os passageiros entrarem em outro, da mesma empresa, para continuar na estrada. Pouco depois de deixarem o posto de combust�veis na cidade de Perd�es, a 197km da capital, onde o �nibus faz parada, o ve�culo quebrou novamente. “Disseram que viria um ve�culo que estava numa cidade a 13 quil�metros de dist�ncia, mas ele demorou duas horas para chegar. Desci em Machado e, quando o �nibus arrancou para seguir viagem, o pneu estourou. Ele chegou a Po�os �s 5h, sendo que o hor�rio previsto era 20h do dia anterior”, conta.

O engenheiro diz que os problemas com a empresa de transporte come�am com a falta de pontualidade. “Todos os �nibus saem atrasados e h� uma frequ�ncia de quebra enorme”, relata. Na pior viagem que j� fez, chamou aten��o a quantidade de crian�as e idosos que havia no �nibus e a falta de provid�ncias da empresa. “Ela n�o prestou assist�ncia alguma, nem com um copo d’�gua. E ainda havia um motorista despreparado para lidar com a situa��o”, relata. “Ligamos para a Pol�cia Rodovi�ria Federal, que informou n�o ser atribui��o dela. Orientou chamar o 0800 da empresa. Era madrugada e o n�mero s� recebe liga��o de telefone fixo. De forma geral, com exce��o de linhas mais renomadas, aquelas que atendem as cidades do interior s�o uma vergonha”, reclama.

N�meros de duas das rodovias mais importantes que cortam Minas Gerais mostram como panes em �nibus intermunicipais e interestaduais se tornaram reflexo do descaso com quem tem no transporte rodovi�rio o meio para chegar a cidades do interior. No per�metro mineiro da Fern�o Dias e da BR-040, trechos privatizados, o socorro a ve�culos nessa situa��o, feito pelas concession�rias, somaram 2,4 mil ocorr�ncias ao longo do ano passado – m�dia de 6,6 casos por dia.

OCORR�NCIAS O volume maior se concentra na Fern�o Dias, onde as panes totalizaram 1.698 – quase cinco por dia. Este ano a situa��o n�o come�ou diferente. Nos primeiros 14 dias de 2019, foram 93 ocorr�ncias dessa natureza, de acordo com dados da Arteris Fern�o Dias (AFD), concession�ria respons�vel pelo trecho que liga Belo Horizonte a S�o Paulo. Apenas nos limites mineiros, a m�dia di�ria � de 6,6 atendimentos. A AFD informa ainda que o pico � no per�odo de f�rias e feriados prolongados. No r�veillon deste ano, as panes nos ve�culos rodovi�rios responderam por 48% dos atendimentos, bem acima dos acidentes, que ficaram na casa dos 10%.

Na BR-040, de acordo com a Via 040, respons�vel pelos 936,8 quil�metros entre Bras�lia (DF) e Juiz de Fora (MG), o trecho mineiro registrou 702 ocorr�ncias em 2018. As panes mec�nicas responderam pela maior parte dos casos, com 515 atendimentos. No ver�o, de janeiro a mar�o e em dezembro, elas somaram 38,6% dos casos. Pneus furados ou estourados totalizaram 49. Pane el�trica, pane seca, superaquecimento do motor e bateria descarregada tamb�m integram a lista de problemas.

O diretor-superintendente da Arteris Fern�o Dias, Helv�cio Tamm de Lima Filho, considera o n�mero elevado, principalmente pela propor��o entre �nibus e outros ve�culos que trafegam pela estrada. Segundo ele, boa parte das panes ocorre em ve�culos clandestinos, mas o fato tamb�m � frequente nas linhas regulares. “A linha � uma concess�o p�blica, e a empresa tem obriga��o de seguir normas e dar manuten��o. Independentemente de ser uma concess�o tem essa responsabilidade, mas, sendo, � ainda mais grave”, afirma. “Nas f�rias e feriados, o n�mero de �nibus regulares aumenta e entendemos que t�m mais condi��o de prestar melhor servi�o, mas quebram tamb�m”, diz.

Para tentar minimizar o problema, o diretor-superintendente da Arteris pensa em adotar para os �nibus a��o semelhante � que � feita com caminh�es na rodovia. Na campanha Serras Seguras, eles s�o abordados em conjunto com a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF). Um mec�nico verifica as condi��es mec�nicas dos ve�culos, como freios, pneus, fixa��o de cordas, entre outros itens. “Volta e meia encontramos caminh�es em condi��es lament�veis. � de se pensar incluir os �nibus nesse procedimento”, avisa.


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