Os crimes de sequestro de funcion�rios de bancos e familiares deles v�m crescendo em Minas Gerais. O conhecido “crime do sapatinho” cresceu quase 30% em Minas na compara��o entre 2017 e 2018, mesmo sem os dados de dezembro do ano passado, que ainda n�o foram divulgados. Neste ano, j� foram duas ocorr�ncias desta modalidade criminosa. Na tentativa de frear essas a��es, o l�der da maior quadrilha especializada neste tipo de crime foi transferido para um pres�dio federal. Wanderley Silva Andrade, conhecido como Chacal, segundo investiga��es, continuava a ordenar ataques no territ�rio mineiro mesmo de dentro da cadeia.
A transfer�ncia de Chacal aconteceu nessa ter�a-feira em uma grande opera��o montada pela Pol�cia Militar (PM). “O Deoesp (Departamento de Opera��es Especiais) pediu a transfer�ncia do Chacal, que estava preso na Penitenci�ria Nelson Hungria, e a Justi�a autorizou. Montamos uma grande opera��o com policiais do Batalh�o de Opera��es Especiais (Bope) e o transferimos de avi�o para o pres�dio federal de Campo Grande”, explicou o major Fl�vio Santiago, chefe da sala de imprensa da Pol�cia Militar (PM).
A periculosidade do detento motivou o pedido de transfer�ncia. De acordo com o Deoesp, Chacal � considerado o n�mero um da maior quadrilha especializada em sequestros de gerentes e funcion�rios de banco. Por causa disso, o Departamento recomendou a transfer�ncia dele para um pres�dio federal.
Em agosto de 2018, uma opera��o terminou com a pris�o de 14 pessoas ligadas a uma quadrilha especializada no crime do sapatinho. O Deoesp conseguiu interceptar �udios enviados por Chacal e um outro detento, com ordens para os outros integrantes do bando. Os dois estavam presos em pres�dios de Minas Gerais.
Um dos ataques apontados como realizado pela quadrilha comandada por Chacal est� um sequestro em Papagaios, na Regi�o Central de Minas Gerais, em junho do ano passado. Na ocasi�o, o tesoureiro do banco foi rendido quando chegava em casa de bicicleta. Sob amea�a de rev�lveres e pistolas, foi instru�do a levar os ladr�es at� a ag�ncia do Sicoob. Para manter o controle sobre o gerente, os bandidos prenderam a sua cintura um dispositivo coberto de fita isolante e fios el�tricos ligado a um celular e que foi tratado como sendo uma bomba.
Na manh� do dia seguinte, dois criminosos cobriram as cabe�as de mulher e da filha da v�tima com um cobertor e as levaram de carro para um im�vel em Contagem, na Grande BH, amea�ando mat�-las caso o tesoureiro n�o colaborasse, ou se o grupo fosse preso. O banc�rio foi levado at� a ag�ncia onde outros funcion�rios foram rendidos. Parte do grupo fugiu levando uma quantia n�o informada em dinheiro.
Do pelot�o de Papagaios, que fica a apenas um quarteir�o do banco, desceram v�rias viaturas e a ag�ncia foi cercada. Um criminoso ent�o tirou a bomba do tesoureiro e a instalou na cintura de um caixa, que foi instru�do a se posicionar na frente da ag�ncia, � vista dos policiais, para impedir que o local fosse invadido. Um suspeito, Edson Cassiano Corr�a, de 32 anos, acabou preso com um rev�lver. A filha e a mulher do tesoureiro foram libertadas ap�s 20 horas sob o poder dos sequestradores.
Tentativa de fuga
Uma a��o ousada foi montada para tirar Chacal da pris�o. Por�m, antes mesmo da a��o arquitetada acontecer, ela foi descoberta pela pol�cia. No fim de 2018, uma advogada, de 31 anos, que seria mulher do criminoso, acabou presa depois que o servi�o de intelig�ncia da PM descobriu o plano. Ela estava com carros adulterados que foram “transformados” em viaturas dos Sistema Prisional.
A mulher acabou sendo presa na Rua Damas Ribeiro, no bairro Eldorado, em Contagem, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram tr�s ve�culos cobertos por uma capa de prote��o e averiguaram que dois deles foram roubados entre novembro e dezembro deste ano. Os ve�culos tinham placas adulteradas. Os militares averiguaram que a advogada usava v�rios telefones celulares para fazer contato com comparsas e, at� mesmo, com o pr�prio marido.