
Os profissionais que dar�o o apoio psiqui�trico e psicol�gico s�o dos hospitais Eduardo de Menezes e do Raul Soares. J� os legistas s�o m�dicos que t�m dupla jornada e tamb�m trabalham no HPS. “Nossa preocupa��o � o que ocorrer� com familiares e v�timas daqui para frente, mesmo aquelas que n�o est�o hospitalizadas, no que se refere ao impacto do trauma psicol�gico. Temos relatos de m�dicos psiquiatras sobre pessoas que n�o se recuperaram at� hoje do trauma de Mariana, em 2015”, afirmou o diretor assistencial da Rede Fhemig, Marcelo Lopes Ribeiro.
Para a libera��o de m�dicos para exercer unicamente a fun��o de legista, uma vez que a quantidade de corpos que est� chegando � muito al�m da capacidade do IML, est� tendo um remanejamento de profissionais. Marcelo Ribeiro garante que o procedimento n�o vai atrapalhar a rotina do Jo�o XXIII nem de outros hospitais da rede Fhemig. De acordo com o diretor do HPS, S�lvio Grandinetti, a unidade tem funcion�rios suficiente para agir nesse tipo de situa��o. “Nessas horas, independente de estrutura f�sica, faz a diferen�a a mobiliza��o de todos. Paramos de atender as demandas do cotidiano e outros hospitais passaram a faz�-lo. � medida que chegar mais gente, avaliaremos quais procedimentos tomar”, relatou.
Entre os tr�s que devem receber alta do Jo�o XXIII hoje est� uma mulher de 59 anos. Ela teve um pico de hipertens�o com a not�cia do marido desaparecido. Est� previsto de ir para casa tamb�m o filho dela, de 19, que tem hist�rico de problemas respirat�rios. Um homem de 55, resgatado do meio da lama, ser� liberado dependendo dos resultados de exames de sangue.
FERIDOS Nove pessoas deram entrada no HPS em virtude da trag�dia de Brumadinho. Duas j� tiveram alta. Das sete que ainda restam, quatro pacientes ainda ficar�o sem previs�o de alta. Segundo o diretor assistencial, um paciente de 55, que teve traumatismo craniano, exige muita aten��o. Uma mulher de 43, com traumatismo tor�cico, precisa de exames peri�dicos para verificar se a les�o vai progredir.
Uma outra mulher, que por ter ficado na lama por muito tempo, teve les�es tamb�m. O caso mais preocupante � de uma adolescente de 15, que teve m�ltiplas fraturas na pelve, bacia e t�rax. Ela foi operada, ficou em coma induzido e acordou depois de suspensa a seda��o. “A primeira pergunta que ela fez foi sobre os familiares dela. Parece que n�o se lembrava do que havia ocorrido”, contou o m�dico. A garota precisa de tratamento complementar e deve fazer outras cirurgias ao longo da interna��o.
Para o supervisor de servi�os gerais Jos� Ant�nio Soares Pereira, de 46, o momento agora � de espera. Ele e a fam�lia trabalhavam na Pousada Nova Inst�ncia, arrasada pela lama. No hospital, est�o a mulher e a cunhada. Desaparecida, a filha de 14. “Eu estava em BH. Esse � um dos motivos de eu ter escapado, se n�o, n�o estaria aqui agora dando essa entrevista. � um desespero total”, disse, em meio a um abra�o.