Brumadinho – Toda ajuda humanit�ria � bem-vinda, desde que sem excesso, e todo bra�o para trabalhar tem papel fundamental, mas tem que ser com treinamento, seguran�a e experi�ncia. Por isso mesmo, bombeiros volunt�rios, de v�rias partes de Brasil, chegam a Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, para integrar as for�as militares que atuam na trag�dia resultante da Barragem da Mina C�rrego do Feij�o, mas s�o recusados pelas autoridades de comando das opera��es.
Abrigados em barracas de lona ou em espa�os como a Esta��o Conhecimento (Centro Cultural da mineradora Vale), eles t�m esperan�a de "entrar no combate", como � o caso do bombeiro volunt�rio Felipe Barbosa de Souza, de 29 anos, que veio do Rio de Janeiro (RJ) na companhia de um amigo. Ele explica que veio t�o logo ficou sabendo da trag�dia, que deixou mortos e desaparecidos. "Quando vi a not�cia, logo decidi vir para Brumadinho. Nunca atuei numa trag�dia assim, mas posso ajudar a salvar vidas", acredita Felipe, que j� atuou na capital fluminense e Niter�i (RJ), embora em situa��es de enchente.
Assumindo o risco, o bombeiro volunt�rio entrou em uma �rea atingida pela lama, mas revela que um homem da Defesa Civil pediu que ele se retirasse, por quest�o de seguran�a. "O jeito � sair. Mas n�o foi um bombeiro militar que me mandou sair de l�", disse.
Muita �gua
Na quadra municipal de esportes, no Centro de Brumadinho, est� funcionando uma central de cadastramento para recebimento de donativos. De acordo com informa��es da prefeitura local, h� 157 mil litros de �gua mineral, fruto de doa��es vindas de todo o Brasil. S�o gal�es de 20, 10 e 5 litros e garrafas de 1,5 litros e 500ml. O secret�rio municipal de Esportes e Lazer, Vanilson dos Santos Porf�rio, contou que � fundamental manter o estoque de �gua para os pr�ximos meses.
Quem entra na quadra fica impressionado com o volume de "solidariedade em estado liquido", e que n�o � pouca. Nos �ltimos dias, posteriores � trag�dia, j� sa�ram dois caminh�es de �gua. O local recebe tamb�m rem�dios para os bombeiros militares em atua��o. N�o muito distante, embora nos limites da quadra, est�o barracas montadas por bombeiros volunt�rios de Santa Catarina, que j� atuam nos resgates.
A quadra municipal est� recebendo cerca de 600 volunt�rios que fazem v�rios servi�os: separar material n�o perec�vel, acondicion�-lo em caixas e depois transport�-lo para o local de onde seguir� para as comunidades. O fot�grafo Diego Jhone Souza Moreira, de 22, se alistou nesse ex�rcito de coopera��o e diz que est� a postos desde sexta-feira. E garantiu n�o estar cansado. Monitora de �rea no Instituto Inhotim, temporariamente fechado, Sheila Priscila dos Santos, de 26, diz que aproveita esses dias para ajudar a quem precisa.
Determina��o
Ontem, o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, reiterou que o acesso � chamada �rea vermelha ou �rea quente est� restrita aos profissionais com expertise para trabalhar em situa��es como a que vive agora Brumadinho. Ele disse que se trata de uma quest�o de seguran�a. E citou o exemplo de bombeiros que foram intoxicados pela lama de rejeito de min�rio que vazou da mina.
Tamb�m o secret�rio nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas, disse que est� suspenso o recebimento de donativos. Ele adiantou que o governo federal disponibilizou 300 chips de celular, com cr�dito de 300 minutos, para as fam�lias que perderam seus entes queridos ou casas. O objetivo � criar um canal de comunica��o entre essas pessoas e comunidades.