
O rompimento barragem de rejeitos de min�rios B1, situada na mina do C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, n�o s� ceifou muitas vidas, como marcou a interrup��o da realiza��o de sonhos. Foi o caso de Renato Vieira Caldeira, de 41 anos, que trabalhava como motorista da Vale havia 13 anos. Renato tentou e n�o conseguiu se tornar um jogador profissional de futebol. Quinta-feira passada, ele mandou mensagens para parentes e amigos em Montes Claros, na Regi�o Norte de Minas, terra natal dele. Nelas, eles dizia que, naquela data, tinha conseguido realizar de um grande sonho: a cria��o de uma escolinha de futebol para crian�as em uma regi�o carente da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. No dia seguinte, o motorista se tornou uma das v�timas que desapareceu no mar de lama da trag�dia.
Na noite desta quarta-feira, amigos e parentes de Renato Vieira, em Montes Claros, divulgaram mensagens nas redes sociais. Eles lamentaram a morte do rapaz ao serem informados que o corpo foi encontrado e reconhecido por um irm�o dele, no Instituto M�dico Legal (IML) de Belo Horizonte. O nome dele apareceu na �ltima lista dos corpos reconhecidos, divulgada pelas autoridades na noite desta quarta-feira.
Um irm�o de Renato, Romualdo Vieira Caldeira, tamb�m trabalhava na mina do C�rrego do Feij�o. Conforme parentes, Romualdo escapou porque, no dia da trag�dia, estava de folga. Renato era um dos funcion�rios que estavam no refeit�rio da mineradora, destru�do pela lama que vazou da barragem de rejeitos.
Funcion�rio de uma montadora de ba�s e carrocerias de caminh�es em Montes Claros, Jardel Pereira Santos, de 42, relata que, na quinta-feira, recebeu uma mensagem de Renato. O amigo compatilhava a p�gina na internet de uma escolinha de futebol para crian�as no bairro Lagoa, �rea carente situada no distrito de Justin�polis, no munic�pio de Ribeir�o das Neves, na Grande BH. “Ele (Renato) contou que estava muito alegre porque, finalmente, estava realizando o sonho dele de fundar uma escolinha de futebol para crian�as carentes”, afirmou Jardel.
O morador de Montes Claros disse que, na adolesc�ncia e juventude, Renato tentou a carreira como jogador profissional de futebol. “Ele fez testes na Portuguesa (de Desportos, em S�o Paulo) e em times de Belo Horizonte, como o Venda Nova”, relatou Jardel, que, assim como o amigo, tamb�m tentou carreira no mundo futebol�stico e n�o teve �xito. “Depois o Renato arrumou emprego como motorista da Vale. Ele trabalhava com muita dedica��o”, descreve.
Ainda de acordo com Jardel, Renato Caldeira tornou-se evang�lico e sempre foi muito dedicado � fam�lia, demonstrando muito amor � mulher e ao filho Davi, de 4 anos.