“Um rio completamente morto”. Esta � a constata��o sobre a condi��o do Rio Paraopeba por integrantes de uma expedi��o da Funda��o SOS Mata Atl�ntica, que percorre o manancial, ap�s a trag�dia da barragem 1 de rejeitos da Mina C�rrego do Feij�o, da Vale, em Brumadinho, ocorrida em 25 de janeiro. A contamina��o do rio por metais pesados tamb�m foi confirmada por an�lises feitas pelo Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (IGAM).
“A �gua (do Paraopeba) tem variado entre p�ssimo – ou seja, (mostrando) o rio completamente morto – e ruim, (com o rio) tamb�m completamente morto do trecho pr�ximo de onde ocorreu o desastre at� Par� de Minas, onde foi feito uma barreira de conten��o, tentando conter os rejeitos, mas ainda que ainda n�o deu resultado”, afirmou nesta segunda-feira a especialista em recursos h�dricos da Funda��o SOS Mata Atl�ntica, Malu Ribeiro, que coordena a Expedi��o Paraopeba.
Desde quinta-feira passada, o governo do estado informou que os “resultados iniciais” de monitoramento do Rio Paraopeba, ap�s o recebimento dos rejeitos de min�rio da barragem de Brumadinho, apontaram que a �gua do manancial “apresenta riscos � sa�de humana e animal”.
O governo estadual tamb�m divulgou que, diante dos resultados e, “por seguran�a � popula��o”, os �rg�os respons�veis pelo monitoramento “n�o indicam a utiliza��o da �gua bruta do manancial para qualquer finalidade, at� que a situa��o seja normalizada.
Na quinta-feira passada, tamb�m foi iniciada a Expedi��o da Funda��o SOS Mata, com o objetivo de percorrer 336 quil�metros do ponto que o Rio Paraopeba recebeu a lama de min�rios, no munic�pio de Brumadinho at� foz no reservat�rio da Usina Hidrel�trica de Tr�s Marias, situada no Rio S�o Francisco, no munic�pio de Felixl�ndia, na Regi�o Central do estado. At� esta segunda-feira, a equipe de estudiosos percorreu cerca de 120 quil�metros, chegando no munic�pio de Par� de Minas.
Malu Ribeiro ressalta que ao longo do rio constatou a devasta��o provocada pela lama de rejeitos de min�rio. “ O rio ficou completamente morto. Foi perdida uma grande quantidade de Mata Atl�ntica – quase 200 hectares de mata nativa foi arrastada, assim tamb�m toda fauna aqu�tica e toda biodiversidade da regi�o. Isso prejudica n�o somente o ecossistema, mas tamb�m as atividades econ�micas”, alertou a especialista, lembrando que a contamina��o do rio tamb�m impede o uso da �gua do rio para o consumo humano e animal para diversas outras finalidades.
Para representante da Funda��o SOS Mata Atl�ntica, o desastre de Brumadinho � “uma trag�dia socioambiental sem par�metros no mundo”. “Trata-se de uma das maiores trag�dias decorrentes de atividades miner�rias do mundo”, avalia.
AMBIENTE DE GUERRA| Ela ressalta tamb�m as perdas humanas que se somam aos danos ambientais. “� como se a gente tivesse vendo uma ferida exposta, um verdadeiro ambiente de guerra mesmo, um grande esfor�o de todos os socorristas e das pessoas, de forma volunt�ria, em prestar ajuda e solidariedade �s v�timas”, afirma Malu Ribeiro.
“� uma enorme como��o das fam�lias e amigos das v�timas e mesmo das pessoas que atuam de forma volunt�ria, com muito pesar. Esta trag�dia n�o pode ficar impune”, conclama a ambientalista.
Em novo boletim sobre o monitoramento da qualidade da �gua do Rio Paraopeba, divulgado na noite do �ltimo domingo, o IGAM informou que as concentra��es de metais pesados no manancial diminu�ram, por�m ainda permanecem acima dos limites permitidos.
O monitoramento do Paraopeba, ap�s o desastre da barragem de Brumadinho, � feito pelo IGAM, juntamente com a Copasa, o Servi�o Geol�gico do Brasil (CPRM) e a Ag�ncia Nacional de �guas (ANA), respons�vel pela divulga��o do boletim.