
Brumadinho – Mais oito corpos foram localizados ontem durante as buscas comandadas pelo Corpo de Bombeiros nas �reas invadidas pela lama que vazou da barragem da Vale que se rompeu em C�rrego do Feij�o, distrito de Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, e transportados por helic�pteros para o centro de opera��es montado na localidade. De acordo com dados da Defesa Civil, 142 mortos foram encontrados, dos quais 122 identificados pela Pol�cia Civil por meio do Instituto M�dico-Legal (IML). No total, 194 pessoas permanecem desaparecidas.
As buscas ao longo do dia se concentraram em 22 pontos e contaram com o trabalho de 375 bombeiros e 37 volunt�rios, apoiados por 22 m�quinas pesadas. C�es tamb�m auxiliaram nas a��es. Do total de efetivo, 64 pessoas s�o militares da For�a Nacional, empenhados nas buscas na Pousada Nova Est�ncia, que foi destru�da pelo mar de lama. Tamb�m atuam no local do desastre bombeiros de Minas Gerais e de outros estados.
Uma das equipes esteve focada em acessar um carro no Rio Paraopeba, com o uso de ferramentas hidr�ulicas de corte de ferragens. M�quinas anf�bias tamb�m trabalhavam, devido � presen�a de lama fofa no terreno devastado pela passagem da onda de rejeitos. A suspeita do Corpo de Bombeiros � de que o ve�culo encontrado tenha sido arrastado pelos rejeitos da barragem da Vale. Localizado por militares que percorriam o rio em barcos, o ve�culo estava com as rodas para o alto, um Uno vermelho. As buscas foram suspensas sem que nenhum corpo tenha sido encontrado e ser�o retomadas hoje, de acordo com a corpora��o.
Ainda ontem, o prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo Barcelos, informou que um muro de conten��o com pedras ser� constru�do nos pontos onde a estrada que liga a sede da cidade a seus principais distritos e tamb�m a Belo Horizonte, via BR-040, foi tomada pela lama. De acordo o chefe do Executivo municipal, a ideia � barrar a lama que continua caindo na estrada 12 dias ap�s o rompimento da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o. A expectativa � que a via seja liberada at� s�bado.
Na manh� de ontem, um dos trechos da via chegou a ser liberado para ve�culos autorizados, ambul�ncias e viaturas da Pol�cia Militar e Corpo de Bombeiros, mas logo depois foi bloqueado novamente. O motivo, segundo militares, era o risco de desabamento na via. “N�o d� para passar mais nada. Corre o risco de ceder”, disse um dos policiais que estava no ponto de bloqueio. Ainda de acordo com os militares, a limpeza da via estava adiantada, mas a chuva da madrugada de segunda-feira voltou a arrastar lama para os pontos, o que causou a interdi��o e preocupa��o de t�cnicos do Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais (DEER-MG).

ILHADOS De acordo com a prefeitura, tr�s estradas de Brumadinho ainda est�o bloqueadas, deixando mais de 40% da popula��o da zona rural ilhada. “N�o tem como passar nada. Est� prejudicando muita gente, por exemplo, era para come�ar o transporte escolar nesta segunda, mas tivemos que adiar, porque a gente tira lama que est� l� e cai outra”, afirmou. Com o bloqueio, o deslocamento, que normalmente levaria 15 quil�metros at� um dos distritos, por exemplo, acaba se transformando em viagens de 70, 90 quil�metros de dist�ncia.
Na tarde ontem, t�cnicos do DEER, engenheiros da Vale, empresa respons�vel pela barragem da Mina do C�rrego do Feij�o e da Prefeitura de Brumadinho se reuniram para discutir e buscar solu��es para o problema. Segundo Avimar, a Vale se comprometeu a construir barreiras de conten��o nos trechos onde h� risco de a lama tomar novamente a estrada. “As obras come�aram hoje (ontem) e at� s�bado a gente acredita que as vias estejam liberadas”, afirmou.
Por meio de nota, o DEER informou que desde o dia do desastre est� no local “orientando e estudando a melhor maneira de desobstruir a via”. Ainda segundo texto, o �rg�o fez um levantamento topogr�fico desse ponto, onde a lama interditou a rodovia, e entregou ontem � Vale. “Uma equipe da fiscaliza��o do DEER/MG continua na regi�o auxiliando na orienta��o do tr�fego e um agente do departamento est�, diariamente, no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) apoiando o monitoramento das a��es, junto com os outros �rg�os”, finalizou a nota. Procurada a Vale disse que n�o comentaria o problema da estrada.