
A instabilidade no tempo � uma preocupa��o dos �rg�os ambientais que fazem o monitoramento do Rio Paraopeba, atingido pela lama de rejeitos que vazou da barragem B1 da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Grande BH. A previs�o � de muita chuva na primeira quinzena de fevereiro. O receio � que o restante do min�rio que ainda est� no reservat�rio que se rompeu des�a e polua ainda mais o manancial. Para o Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), barreiras devem ser colocadas mais pr�ximas de onde ocorreu o desastre. A Vale, respons�vel pelo empreendimento, j� instalou tr�s membranas pr�ximo a Par� de Minas, a 75 quil�metros de Brumadinho. A mineradora afirmou que h� um plano que prev� a constru��o de diques no entorno da estrutura colapsada, por�m ainda n�o informou a data de sua constru��o.
An�lises est�o sendo feitas com amostras coletadas no Rio Paraopeba entre os dias 26, dia seguinte � trag�dia, at� 2 de fevereiro. Foram encontrados valores at� 21 vezes acima do aceit�vel de chumbo total e merc�rio total. Tamb�m foi constatada a presen�a de n�quel, c�dmio e zinco. Diante dessa situa��o, o governo de Minas desaconselha o uso da �gua para qualquer finalidade at� que a situa��o esteja normalizada. A recomenda��o vale desde a conflu�ncia do Rio Paraopeba com o C�rrego Ferro-Carv�o at� Par� de Minas.
De acordo com a diretora-geral do Igam, Mar�lia Melo, alguns dos materiais identificados nos primeiros dias ap�s o desastre diminu�ram e viraram sedimentos. “Alguns par�metros identificamos nos primeiros dias, e depois n�o mais. Somente chumbo e merc�rio detectamos at� 2 de fevereiro, �ltimo dia de an�lise”, afirmou. Um estudo est� sendo feito para detectar o material que foi carreado durante o rompimento. “Tem uma caracteriza��o do rejeito. Diferente de Mariana, onde desceu s� rejeito, (em Brumadinho) a lama passou em todo o espa�o de produ��o, na �rea de beneficiamento, no estoque, na oficina. Ent�o, o rejeito varreu junto”, completou.
A preocupa��o dos �rg�os ambientais � com a chuva que pode atingir Brumadinho nos pr�ximos 10 dias. “Est�vamos com a atua��o de uma massa de ar quente e seco. No domingo, teve a chegada de uma frente fria no litoral do Sudeste, o que deixa o tempo inst�vel. Teremos a maior condi��o de ter chuva todos os dias nesta semana. Principalmente no fim da tarde e in�cio da noite, com caracter�sticas de pancadas r�pidas”, afirmou o meteorologista Kleber Souza, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). “Os modelos indicam que at� 15 de fevereiro temos condi��es de chuva”, finalizou.
ENXURRADA DE REJEITOS A preocupa��o com a instabilidade no tempo se deve � possibilidade de rejeitos que ainda est�o na regi�o do reservat�rio que se rompeu alcancem o Rio Paraopeba. “J� choveu muito na regi�o (segunda-feira) e temos previs�o de chuva nos pr�ximos dias. N�o podemos deixar que mais rejeitos cheguem ao rio. Isso � uma preocupa��o dos �rg�os ambientais”, diz Mar�lia Melo. “A empresa j� come�ou a montar barreiras perto de Par� de Minas. Hoje, o que importa, s�o barreiras mais pr�ximas � barragem e ao rejeito”, completou a diretora-geral do Igam.
Por meio de nota, a Vale afirmou que estabeleceu um plano de monitoramento da qualidade de �gua, sedimentos e biota aqu�tica a partir de coletas di�rias de amostras em 46 pontos nas bacias dos rios Paraopeba e S�o Francisco. Os resultados est�o sendo compartilhados, segundo a mineradora, com os �rg�os competentes. “A empresa apresentou ao Minist�rio P�blico e aos �rg�os ambientais, no �ltimo dia 30, o plano conceitual para conter os rejeitos que vazaram da barragem B1, com atua��o em tr�s trechos, onde ser�o realizadas diferentes medidas de conten��o e recupera��o. Ser�o realizadas diferentes a��es, conforme as caracter�sticas do curso d'�gua e o do material presente no rio”, explicou.
Entre as a��es, segundo a Vale, est� “a constru��o de diques no entorno da estrutura rompida; a dragagem de sedimentos mais grossos e pesados, que ser�o recolhidos e dispostos em locais adequados; e a instala��o de barreiras de reten��o ao longo do Rio Paraopeba”. N�o foi informado pela empresa a data de in�cio das medidas.
Obst�culos artificiais no caminho
A terceira membrana de conten��o instalada no Rio Paraopeba a fim de proteger o sistema de capta��o de �gua de Par� de Minas entrou em opera��o ontem. Outras duas barreiras foram colocadas no �ltimo fim de semana. A iniciativa � uma medida preventiva e faz parte do plano apresentado pela empresa mineradora Vale ao Minist�rio P�blico e aos �rg�os ambientais. Esse plano promete garantir o abastecimento cont�nuo da regi�o de Par� de Minas.
A barreira de conten��o instalada tem 50 metros de comprimento e profundidade de dois a tr�s metros. A estrutura funciona como um tecido filtrante, evitando a dispers�o das part�culas s�lidas (argila, silte, mat�ria org�nica etc.) que provocam a turbidez da �gua e alteram sua transpar�ncia.
Para manter a verticalidade das cortinas antiturbidez h� correntes met�licas na borda inferior (na parte imersa), onde s�o acoplados pesos, n�o permitindo que o fluxo do rio fa�a a cortina subir at� a superf�cie da �gua. J� o elemento flutuante utilizado � uma boia cil�ndrica, que pode ser utilizada para conter o avan�o de elementos suspensos na �gua.
MONITORAMENTO Equipes da Funda��o SOS Mata Atl�ntica percorrem o Rio Paraopeba para fazer an�lises da �gua. A entidade afirma que j� fez o monitoramento em 11 diferentes pontos. A institui��o informou que “a maioria deles possui �gua com condi��o p�ssima”. Uma das verifica��es foi feita depois das barreiras instaladas pela Vale. O resultado n�o foi positivo.
“Para analisar a efetividade das membranas instaladas pela Vale, que t�m como objetivo conter os rejeitos, a equipe da ONG realizou medi��es antes e depois das barreiras. No primeiro ponto, onde o rio possui intensa corrente – trecho mais largo at� agora –,o �ndice de oxig�nio chegou a 3mg/l e a turbidez a 683,8 NTU (sigla em ingl�s para a unidade matem�tica Nefelom�trica de Turbidez, que verifica quantidade de part�culas s�lidas em suspens�o, o que impede a passagem da luz e a fotoss�ntese, causando a morte da vida aqu�tica). Essa turbidez equivale a seis vezes mais que o indicado pela legisla��o ambiental”, afirmou.
Para manter a verticalidade das cortinas antiturbidez h� correntes met�licas na borda inferior (na parte imersa), onde s�o acoplados pesos, n�o permitindo que o fluxo do rio fa�a a cortina subir at� a superf�cie da �gua. J� o elemento flutuante utilizado � uma boia cil�ndrica, que pode ser utilizada para conter o avan�o de elementos suspensos na �gua.
MONITORAMENTO Equipes da Funda��o SOS Mata Atl�ntica percorrem o Rio Paraopeba para fazer an�lises da �gua. A entidade afirma que j� fez o monitoramento em 11 diferentes pontos. A institui��o informou que “a maioria deles possui �gua com condi��o p�ssima”. Uma das verifica��es foi feita depois das barreiras instaladas pela Vale. O resultado n�o foi positivo.
“Para analisar a efetividade das membranas instaladas pela Vale, que t�m como objetivo conter os rejeitos, a equipe da ONG realizou medi��es antes e depois das barreiras. No primeiro ponto, onde o rio possui intensa corrente – trecho mais largo at� agora –,o �ndice de oxig�nio chegou a 3mg/l e a turbidez a 683,8 NTU (sigla em ingl�s para a unidade matem�tica Nefelom�trica de Turbidez, que verifica quantidade de part�culas s�lidas em suspens�o, o que impede a passagem da luz e a fotoss�ntese, causando a morte da vida aqu�tica). Essa turbidez equivale a seis vezes mais que o indicado pela legisla��o ambiental”, afirmou.