
Brumadinho – A destrui��o ambiental e a devasta��o de mais de 300 fam�lias que perderam familiares ou ainda t�m parentes desaparecidos pela onda de lama da barragem da Vale em C�rrego do Feij�o, distrito de Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, ganham a companhia de um preju�zo financeiro que come�a a ser levantado nas contas p�blicas. O tamanho da trag�dia obrigou o governo de Minas a montar uma opera��o diretamente proporcional ao tsunami de lama e seus efeitos – at� agora foram resgatados 150 corpos e 182 pessoas estavam desaparecidas – com gastos que somavam R$ 13,448 milh�es ontem, com m�dia de R$ 1 milh�o por dia. As despesas j� ultrapassam os R$ 13 milh�es liberados pelo Tribunal de Justi�a tamb�m ontem para que a mineradora fa�a o ressarcimento aos cofres p�blicos.
Segundo a assessoria de imprensa do governador Romeu Zema (Novo), os gastos do estado na opera��o em Brumadinho incluem despesas com recursos humanos, abastecimento de aeronaves, viaturas, caminh�es, �nibus, horas trabalhadas dos profissionais, uniformes, equipamentos, entre outros. “O governo de Minas trabalha para que os recursos da empresa Vale, bloqueados pela Justi�a, sejam utilizados para ressarcir os cofres do estado, que enfrenta uma grave crise financeira”, informou a assessoria de Romeu Zema, por meio de nota, antes da decis�o do Tribunal de Justi�a, tomada ap�s a reuni�o.
Para se ter uma ideia do tamanho da estrutura empregada, na parte de busca dos desaparecidos – 182 conforme atualiza��o feita ontem pelas autoridades –, 428 pessoas est�o diretamente envolvidas na vistoria da lama. S�o 227 bombeiros militares de Minas Gerais, 110 bombeiros de outros estados, 64 homens e mulheres da For�a Nacional e 27 volunt�rios. As equipes se espalham por 40 pontos, com apoio de 15 escavadeiras convencionais, uma de bra�o longo, tr�s anf�bias, quatro p�s carregadeiras e dois caminh�es.
Um dos custos de maior destaque da opera��o envolve os 12 helic�pteros, que atuam o tempo todo na varredura da lama e tamb�m no transporte de corpos. Ainda est�o sendo usados 12 c�es farejadores para tentar encontrar corpos ou restos mortais em meio ao rejeito de min�rio que pavimentou o caminho at� o Rio Paraopeba.
A mobiliza��o de policiais militares tamb�m � outro item que aumenta o custo da opera��o, j� que quase 1 mil policiais foram designados para a opera��o de fiscaliza��o nas �reas urbanas e rurais de Brumadinho, al�m do trabalho de bloqueio de pontos estrat�gicos e de acesso proibido. “Estamos com v�rias opera��es e diversos pontos de bloqueio. Vamos manter essa frente aqui exatamente para garantir que o evento continue transcorrendo com tranquilidade. N�o temos registros de saques e tamb�m a prote��o da �rea quente para os bombeiros continuarem fazendo o trabalho”, pontua o major Fl�vio Santiago, porta-voz da Pol�cia Militar. Ainda segundo ele, � um esfor�o grande, mas importante, pois o comandante-geral da corpora��o determinou a manuten��o da sensa��o de seguran�a. “Uma sociedade que foi t�o abalada pelo desastre tendo a possibilidade de conviver com o n�mero majorado de policiais na prote��o do patrim�nio p�blico, sobretudo aqueles que sa�ram”, afirma o major Fl�vio Santiago, porta-voz da Pol�cia Militar.
At� o momento, a for�a-tarefa que est� focada no trabalho de buscas conseguiu retirar 150 corpos da lama, dos quais 134 j� identificados pela Pol�cia Civil por meio do Instituto M�dico-Legal (IML) da Pol�cia Civil. Por�m, outras 182 pessoas seguem desaparecidas embaixo do mar de lama que mudou a paisagem da regi�o e atingiu, em sua maioria, funcion�rios que eram diretamente fichados pela Vale ou por empresas que prestavam servi�o � mineradora. Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec/MG), 103 pessoas ficaram desabrigadas ap�s a passagem da onda de lama, destruindo casas e acessos entre a barragem e o Rio Paraopeba.
Por meio de nota, a Vale disse que “arcar� com o ressarcimento de todos os custos que forem devidos em rela��o � atua��o dos �rg�os p�blicos que est�o presentes desde o in�cio no resgate e atendimento dos atingidos”.