
A alegria no rosto de Raimundo Salvador, de 56 anos, contrasta com a preocupa��o e a tristeza percept�veis nas palavras do aposentado: "Estamos fugindo da morte", lamenta. Ele e a esposa Aparecida das Dores, 56, precisaram deixar �s pressas a casa rec�m-constru�da por conta do risco do rompimento da barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, da Vale, em Bar�o de Cocais, Regi�o Central de Minas Gerais.
De moto, Raimundo carregou documentos e alguns m�veis pequenos da casa nova - que ele mesmo construiu, sozinho, h� menos de dois anos - para a antiga. "Como essa mais velha � num lugar alto, resolvemos trazer as coisas para c�", conta. Depois, os dois contrataram um profissional com um caminh�o para levar geladeira e colch�es.
"Mais ou menos 2h da manh�, os policiais passaram na nossa rua avisando que est�vamos em uma �rea de risco. A� sa�mos correndo, ficamos doidos, sem saber o que fazer. Mas Deus sabe o que faz. O importante � a vida", diz Aparecida, que � produtora rural.

De aluguel
O pedreiro Reinaldo Silva, de 42 anos, a esposa e dois filhos deixaram o local onde moram, �s margens do rio Ponte Paix�o, para buscar um novo lar. Eles precisaram alugar uma casa �s pressas. "Vamos levar as coisinhas que temos para levar. Foi uma correria. N�o tinha dinheiro, tenho que ralar para pagar. O que eu quero � tirar o pessoal de l� mesmo", desabafa.
Hot�is
Mais de 500 pessoas deixaram a �rea de risco, que envolve as comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, na madrugada desta sexta-feira. Parte delas foi recebida no Gin�sio Poliesportivo de Bar�o de Cocais. L�, foram cadastradas num sistema da Vale e enviadas a hot�is da cidade e de Santa B�rbara e Caet�, munic�pios vizinhos.