Retomar a rotina � um desafio dif�cil diante de tanto medo e incerteza. Hoje � o primeiro dia �til ap�s a madrugada temerosa em que as sirenes foram tocadas em comunidades de Itatiaiu�u (Grande BH) e Bar�o de Cocais (Regi�o Central) fazendo com que centenas de pessoas deixassem suas casas apenas com a roupa do corpo, temerosas de que a trag�dia de Brumadinho se repetisse. Os moradores de comunidades de Itatiaiu�u que sa�ram de casa ap�s avalia��o de riscos da barragem Serra Azul e est�o em hot�is em Ita�na (Centro-Oeste) ter�o transporte garantido. Ser�o 10 �nibus e tr�s micro�nibus partindo a cada 30 minutos para levar crian�as, adolescentes e jovens para creches, escolas e universidades da regi�o.
Em Bar�o de Cocais, a Vale tamb�m se comprometeu a fornecer transporte para que crian�as e adolescentes que est�o hospedadas em hot�is e em casa de parentes possam frequentar as aulas – a rede p�blica ainda n�o iniciou o ano letivo. As escolas ser�o procuradas para esclarecimentos de d�vidas sobre procedimentos de seguran�a relacionados � barragem Sul Superior da Mina de Gongo Soco.
Cerca de 500 pessoas deixaram suas casas na madrugada de sexta-feira ap�s o acionamento dos sinais sonoros de emerg�ncia. Um �udio em alto-falantes instalados na cidade alertava para o risco de rompimento da barragem. Numa escala crescente de 1 a 3 de risco, o maci�o da Vale subiu do n�vel 1 para o n�vel 2. As medidas, segundo a Vale, fazem parte do Plano de A��o de Emerg�ncia de Barragens de Minera��o (PAEBM). De acordo com o �ltimo balan�o divulgado pela empresa, 284 pessoas est�o em hot�is e 208 na casa de familiares.
Ontem, um novo epis�dio poderia terminar com a incerteza: uma nova inspe��o na barragem da Mina de Gongo Soco para avalia��o da estabilidade. Ele foi feita por uma consultoria internacional especializada e acompanhada pela Ag�ncia Nacional de Minera��o. Mas os prazos para o laudo n�o s�o claros. “Assim que o laudo for emitido – n�o temos grandes expectativas que saia hoje (ontem) ou amanh� (hoje) –, os �rg�os p�blicos adotar�o as medidas necess�rias”, informou o major da Defesa Civil Eduardo Lopes. A corpora��o informou que o n�vel 2 de emerg�ncia e de evacua��o das �reas de risco est�o mantidos at� que sejam conclu�das as analises de estabilidade da barragem.
A Vale informa que , como medida de seguran�a, est� intensificando as inspe��es. Elas est�o sendo feitas por profissionais especializados, 24 horas por dia. As �ltimas verifica��es, de acordo com a empresa, n�o detectaram anomalia.

OS ANIMAIS Como se n�o bastasse ter que deixar as casas �s pressas durante a madrugada em raz�o do risco de rompimento, v�rias fam�lias deixaram para tr�s seus animais de estima��o. Para a identifica��o dos mesmos, elas preencheram um cadastro. A grande preocupa��o � que havia mais de 24 horas que os bichos n�o comiam. No fim de semana, cerca de 1.500 deles (c�es, gatos, aves, porcos, cavalos e bois) foram alimentados. A a��o foi desempenhada pelo Conselho Regional de Medicina Veterin�ria (CRMV-MG), ao lado da Defesa Civil da cidade e da Vale.
Segundo o conselho regional, a equipe da Brigada Animal que atua em Bar�o de Cocais � composta por volunt�rios com experi�ncia e capacidade t�cnica para agir em ocasi�es de desastres ambientais. A m�dica veterin�ria Carla Sassi, que coordena os trabalhos com o m�dico Thauan Carraro, falou sobre a import�ncia das a��es: “O risco � real e n�o tem previs�o de os moradores retornarem para suas resid�ncias. Estamos aqui tanto pelos animais quanto por seus tutores, pois as circunst�ncias inviabilizaram que eles pudessem lev�-los”. Caso haja necessidade de remo��o, esses animais ser�o levados para uma fazenda alugada pela Vale, que j� est� apta ao acolhimento. Tamb�m foram contratadas duas cl�nicas veterin�rias. (Com ag�ncias)