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Estado de Minas

M�quinas pesadas intensificam buscas por desaparecidos em Brumadinho

Com uso de m�quinas, bombeiros vistoriam faixas mais profundas do rejeito � procura de corpos. A��o facilita acesso terrestre e aeronaves federais come�am a ser desmobilizadas


postado em 11/02/2019 06:00 / atualizado em 11/02/2019 08:29

O rejeito solidificado nos vários pontos da área do desastre está sendo retirado e analisado por bombeiros e cães antes de receber destinação final (foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press )
O rejeito solidificado nos v�rios pontos da �rea do desastre est� sendo retirado e analisado por bombeiros e c�es antes de receber destina��o final (foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press )


Brumadinho – A terceira semana que se inicia ap�s o rompimento da barragem da mina da Vale do C�rrego do Feij�o, distrito de Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, traz um panorama diferente em rela��o �s buscas pelos desaparecidos do desastre. Como a quantidade de corpos encontrados no patamar mais superficial da lama come�a a diminuir, os bombeiros se voltam a uma an�lise mais profunda do rejeito com o apoio intensificado das m�quinas pesadas, que chegam a 35 e passam a retirar a lama dos locais onde o rejeito se acumula. O n�mero de mortos, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, subiu para 165, dos quais 156 identificados. O total de desaparecidos chega a 160, n�mero que inclui nove corpos cuja identifica��o ainda est� em processo. S�o 38 funcion�rios da Vale e 122 trabalhadores terceirizados ou moradores da regi�o. As buscas desta segunda-feira j� come�aram. 

Ao mesmo tempo, a presen�a de mais material seco vai permitindo que os bombeiros estabele�am acessos terrestres aos pontos de buscas e por isso h� um movimento de desmobiliza��o de aeronaves federais, conforme o coronel Alexandre Lucas, que � secret�rio Nacional de Defesa Civil. Ele esteve ontem em Brumadinho para avaliar a necessidade de uso dos recursos federais nas buscas. Dos cinco helic�pteros das for�as armadas usados no in�cio das opera��es, restam apenas dois e possivelmente mais um retornar�.

“Minha vinda aqui foi exatamente para verificar quais recursos ainda precisam permanecer aqui, quais que podem continuar trabalhando de forma remota e quais s�o aqueles que devem ficar para que a opera��o continue at� o tempo que for necess�rio”, afirma Alexandre Lucas. De acordo com o capit�o Leonard Farah, do Corpo de Bombeiros, esse movimento de redu��o de helic�pteros � normal � medida que os acessos por terra v�o sendo reestabelecidos. Ontem, 11 aeronaves ainda estavam a servi�o da opera��o.

Farah explicou que a partir de agora passa a ser usado um novo formato de atua��o, voltado para pontos de rejeito solidificado. “Nossa din�mica agora � reestabelecer os acessos, porque preciso retirar esse min�rio e colocar em algum lugar. Isso exige um plano de manejo de rejeitos. Esse plano vem da hora que eu fa�o a escava��o, um militar confere o local para ver se n�o tem corpo, ele vai para um caminh�o basculante, esse caminh�o espalha todo o rejeito, v�m militares conferindo novamente para ver se n�o tem nada, a gente passa os c�es para certificar e depois eles d�o destino final”, diz o capit�o.

Esse trabalho passa a permitir que os bombeiros comecem a descartar locais j� varridos pelas equipes. “Agora a gente vai trabalhar com alguns objetivos. Um deles � a elimina��o de �reas para chegar na cota 0. Ent�o eu come�o a eliminar quadrantes (� medida que os rejeitos v�o sendo retirados)”, afirma o capit�o Farah. Cada quadrante tem 40 mil metros quadrados, o que significa quatro campos de futebol, e foi dividido em quatro.

Apesar do trabalho mudar o perfil nos pontos mais pr�ximos da planta da Vale, ainda h� terrenos cuja caracter�stica n�o foi alterada, como o entorno do Parque da Cachoeira, Bairro de Brumadinho tamb�m atingido pela lama. “Nesse setor da comunidade, ainda tem muita �gua no terreno. Ent�o a progress�o continua muito dif�cil. Por isso ainda n�o estamos entrando por l�. Estamos drenando a �gua para que fique mais f�cil fazer buscas”, acrescenta o capit�o Farah. Ontem, militares fizeram v�rias entrevistas com a comunidade para levantar informa��es de onde pode haver mais pessoas desaparecidas. O objetivo � conseguir nortear da melhor forma poss�vel o trabalho.

Apesar de a pr�pria corpora��o j� ter admitido que nem todos os desaparecidos podem ser encontrados, Leonard Farah disse que o foco no momento � parar as opera��es apenas quando todos os corpos forem encontrados. Esse � o entendimento do comando dos bombeiros, conforme o capit�o.

Secretário Nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas veio a Minas analisar retirada de helicópteros(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Secret�rio Nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas veio a Minas analisar retirada de helic�pteros (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


AJUDA CONTRA DORES  Come�ou a ser articulado ontem um suporte fisioter�pico para os militares empenhados nas buscas pelos desaparecidos em Brumadinho. Profissionais recrutados pelo Conselho Regional de Fisioterapia est�o � disposi��o para fazer atendimentos para os militares que sentirem dores geradas pelo trabalho intenso. De acordo com uma das fisioterapeutas que participa dessa articula��o, Fl�via Massa Cipriani, o objetivo � usar t�cnicas diferenciadas em terapia manual, com objetivo de oferecer uma recupera��o r�pida aos profissionais. “� um suporte para recuperar esses bombeiros que podem apresentar, por exemplo, uma fadiga muscular, de maneira mais r�pida”, diz ela. De acordo com a fisioteapeuta, dois pontos de atua��o ser�o montados, sendo um no centro de comando de Brumadinho e outro na central de opera��es do C�rrego do Feij�o.

PERDA
Ontem foi enterrada mais uma v�tima da barragem da Vale no Cemit�rio Recanto da Saudade, que fica dentro do vilarejo do C�rrego do Feij�o. Dirce Dias Barbosa, de 41 anos, era funcion�ria de uma empresa terceirizada da Vale e, segundo o irm�o, Adriano Dias Barbosa, deixa quatro filhos e dois netos. “Minha irm� combateu o bom combate e agora creio que ela est� em um bom lugar. Ela dava tudo que tinha para as filhas. O sonho dela era ter uma casa, porque vivia de aluguel e com muita luta criou as filhas”, diz Adriano, que ainda perdeu tr�s primos e uma ex-cunhada na trag�dia.

Desastre em n�meros

165
corpos resgatados

156

mortos identificados

160
desaparecidos


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