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Estado de Minas

Veja o que a Vale diz e sobre o que se cala no caso da barragem em Brumadinho

Passados 20 dias desde o rompimento da barragem da Mina C�rrego do Feij�o, mineradora deixa em aberto quest�es cruciais levadas � empresa pelo EM e pela comunidade atingida


postado em 13/02/2019 06:00 / atualizado em 13/02/2019 08:50

Obra da ponte que restabelecerá ligação da zona rural com a sede de Brumadinho(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Obra da ponte que restabelecer� liga��o da zona rural com a sede de Brumadinho (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)


Amanh� faz 20 dias do rompimento da barragem da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, e centenas de fam�lias continuam sem respostas para suas perguntas mais urgentes. O resultado � sofrimento dobrado, ang�stia nas alturas, expectativa dia e noite. No sil�ncio da mineradora Vale, dona da estrutura que “estourou” e j� deixou 165 mortos, 155 desaparecidos e 138 desabrigados devido ao vazamento da lama de rejeitos de min�rio, est�o embutidas quest�es fundamentais para as comunidades atingidas. Como sobreviver ap�s a cat�strofe de 25 de janeiro? Haver� recursos para quem vivia das hortas, agora completamente dizimadas? E o Rio Paraopeba, afluente do S�o Francisco, ter� salva��o?


Inconformados com a destrui��o da regi�o onde vivem, preocupados com o futuro incerto e marcados pela dor da perda de entes queridos e destrui��o ambiental, l�deres comunit�rios de Brumadinho, a pedido do Estado de Minas, fizeram perguntas � dire��o da Vale – e as indaga��es se somaram �s dos jornalistas. No total, foram enviadas � assessoria de imprensa da mineradora 17 perguntas, mas, em vez de responder uma a uma, o setor optou por mandar um texto � reda��o do EM para que fossem extra�das as respostas. Do total, seis perguntas ficaram sem respostas e foram remetidas novamente aos assessores, via e-mail, embora, at� o fechamento desta edi��o, n�o tivessem sido esclarecidas – mesmo assim, s�o publicadas nesta mat�ria.


Uma das perguntas dos l�deres comunit�rios se refere ao aux�lio financeiro emergencial oferecido pela Vale, o qual n�o estaria funcionando na pr�tica. A mineradora afirma que j� faz “um apoio financeiro humanit�rio” na forma de doa��o no valor de R$ 100 mil aos representantes de mortos ou desaparecidos e ainda de R$ 50 mil “para todas as fam�lias que residiam na Zona de Autossalvamento do Plano de A��o de Emerg�ncia de Barragens de Minera��o (PAEBM), mas desenvolviam atividades rurais ou comerciais cadastradas pela companhia quando da elabora��o do PAEBM”.


Quest�es cruciais sobre a “trag�dia anunciada” em Brumadinho ficam sem respostas. Por que o refeit�rio e as �reas administrativas da empresa estavam no caminho da onda de rejeitos, caso houvesse o rompimento da barragem? E por que as sirenes ligadas ao complexo da Mina C�rrego do Feij�o ficaram intactas ap�s o desastre, embora moradores relatem que elas n�o tocaram no momento do rompimento? Se o passar dos dias aumenta as tens�es em Brumadinho, a falta de informa��es concretas, na mesma intensidade, cria mais sofrimento para pessoas de todas as gera��es. E faz o tempo parecer uma eternidade.

 

Moradores do Parque da Cachoeira dizem que a decis�o de distribuir doa��es de R$ 50 mil a quem perdeu casa em uma �rea de 10 quil�metros da barragem n�o est� funcionando. O que a empresa tem a dizer sobre isso? Quem tem direito de fato a esta doa��o?

De maneira emergencial, como forma de minimizar poss�veis incertezas dos atingidos, a Vale j� est� realizando um apoio financeiro humanit�rio – na forma de doa��o – de R$100 mil aos representantes de falecidos ou desaparecidos. E, ainda, doa��o de R$ 50 mil para todas as fam�lias que residiam na Zona de Autossalvamento do Plano de A��o de Emerg�ncia de Barragens de Minera��o (PAEBM) mas desenvolviam atividades rurais ou comerciais cadastradas pela companhia quando da elabora��o do PAEBM.

A comunidade aponta tamb�m que h� casos de mais de um n�cleo familiar ocupando um mesmo im�vel e que ter�o que dividir o valor da indeniza��o, o que reduz o montante drasticamente. Eles questionam por que a doa��o n�o � de R$ 50 mil por fam�lia.
A doa��o � destinada exclusivamente a quem residia no im�vel na data do rompimento da barragem, independentemente da rela��o de propriedade e da avalia��o do dano sofrido pelo im�vel. Os im�veis considerados s�o aqueles existentes na ZAS (Zona de Autossalvamento), tal como contemplado no Plano de A��o de Emerg�ncias de Barragens de Minera��o, elaborado com base nas regras previstas pela legisla��o brasileira. O registro para as doa��es de R$ 50 mil por im�vel localizado na Zona de Autossalvamento foi iniciado na segunda-feira, na Esta��o Conhecimento, em Brumadinho.

Produtores rurais alegam que as promessas de doa��es de R$ 15 mil n�o est�o avan�ando e h� dificuldades para as pessoas conseguirem se registrar para receber esses valores. Por que isso est� acontecendo?
Em acordo firmado na manh� de ontem com a Defensoria P�blica do Estado de Minas Gerais, comunicamos que as doa��es de R$ 15 mil est�o suspensas temporariamente at� que a empresa e os �rg�os p�blicos competentes revisem a documenta��o necess�ria nesse processo espec�fico, quest�o a ser tratada em audi�ncia agendada para a pr�xima quinta-feira. � importante destacar que esse apoio financeiro � uma doa��o com fins humanit�rios. N�o se trata de indeniza��o, que ser� acordada entre as partes em conjunto com as autoridades.

Por que, mesmo depois do desastre da Barragem do Fund�o, em Mariana, n�o foram tomadas provid�ncias em rela��o �s barragens a montante – que s� agora t�m descomissionamento anunciado –, embora o lema do presidente da Vale ao assumir tenha sido “Mariana nunca mais”?
Quanto � seguran�a das barragens, a Vale � comprometida com a seguran�a de suas estruturas. Possu�mos um sistema estruturado de gest�o de barragens, que engloba diversas a��es t�cnicas e de governan�a. Investimos continuamente na melhoria de seus processos, buscando sempre as melhores t�cnicas operacionais e tecnologias para assegurar a estabilidade de suas estruturas.

Listamos as principais a��es que fazem parte desse sistema de gest�o de seguran�a: execu��o de revis�es peri�dicas de seguran�a de barragens, com empresas especializadas; execu��o de auditorias externas com empresas especializadas, elabora��o de planos de a��es emergenciais detalhados, implanta��o de sistemas de alertas para situa��es de emerg�ncia (sirenes), elabora��o de estudos de dam break detalhados, com base em levantamento de campo com equipamentos de alta precis�o, execu��o do cadastramento da popula��o a jusante das estruturas, implanta��o de rede sismol�gica pr�pria para avalia��o de sismos e outros.

A Vale adotou a tempo todas as provid�ncias indicadas como necess�rias pela consultoria T�v S�d ao atestar a seguran�a da Barragem 1 da Mina C�rrego do Feij�o? Se n�o, qual medida n�o foi adotada e por qu�?

Quanto aos laudos da T�v S�d, � importante destacar que a raz�es do rompimento est�o sendo investigadas. O relat�rio da T�v S�d era de conhecimento da Vale, que seguiu todas as recomenda��es e orienta��es, dentro de um plano de a��o aprovado pela T�v S�d.

Quase 20 dias depois do desastre, o Rio Paraopeba continua recebendo rejeitos da �rea impactada. H� projeto para, em algum momento, fazer algum tipo de conten��o para que essa lama pare de contaminar o leito?

� importante destacar que a Vale est� comprometida com a recupera��o ambiental das �reas afetadas pelo rompimento da barragem. Em 30 de janeiro, a empresa apresentou ao Minist�rio P�blico e aos �rg�os ambientais o plano conceitual para conter os rejeitos que vazaram da barragem I, com atua��o em tr�s trechos, onde ser�o realizadas diferentes medidas de conten��o e recupera��o. Ser�o realizadas diferentes a��es conforme as caracter�sticas do curso d’�gua e o do material presente no rio.

H� algum projeto para evitar que a pluma de rejeitos atinja Tr�s Marias e, portanto, o leito do Rio S�o Francisco? Qual?

Em rela��o � conten��o do rejeito, foram instaladas mais duas barreiras na regi�o entre Betim e Juatuba, antes da Usina Termel�trica de Igarap�, que come�aram a operar no dia 10. Atualmente, encontram-se em opera��o cinco barreiras, sendo tr�s na regi�o de Par� de Minas e essas duas novas na regi�o de Betim/Juatuba. A empresa estuda ainda novos pontos para instala��o de outras barreiras. Esse plano prev� a constru��o de diques no entorno da estrutura rompida; a dragagem de sedimentos mais grossos e pesados, que ser�o recolhidos e dispostos em locais adequados; e a instala��o de barreiras de reten��o (membranas) ao longo do Rio Paraopeba.

A empresa adicionou pontos de monitoramento de �gua, sendo um no Rio Paraopeba anterior � capta��o de Juatuba e outro na sa�da da barragem B6 da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho. Com os novos pontos instalados desde 7 de fevereiro, a Vale conta agora com 48 pontos de monitoramento ao longo do Rio Paraopeba at� a foz do S�o Francisco. S�o realizadas coletas di�rias de �gua e de sedimentos para an�lises qu�micas nesses pontos. Tamb�m em atendimento � Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), foram inclu�dos par�metros adicionais nessas an�lises, j� repassados e solicitados aos laborat�rios. A Vale ainda realiza a an�lise de turbidez da �gua a cada hora em outros quatro pontos.

A lama que soterrou boa parte do distrito de C�rrego do Feij�o ser� removida em algum momento ou o caminho do rejeito ficar� definitivamente pavimentado, como ocorreu em Bento Rodrigues (Mariana)?

Paralela a essas a��es, a Vale j� obteve autoriza��o emergencial do �rg�o ambiental para a dragagem dos rejeitos acumulados na calha do Rio Paraopeba. A estimativa � de que os trabalhos se iniciem em mar�o. O rejeito ser� depositado em bags em �reas da pr�pria Vale, preparadas para receber o material.

A Vale pretende reativar a Mina C�rrego do Feij�o?
A opera��o da mina do C�rrego do Feij�o segue paralisada. No entanto, a Vale vai compensar o munic�pio pela perda de arrecada��o tribut�ria e disponibilizar os recursos, de forma parcelada, nos pr�ximos dois anos.

Ap�s libera��o da ponte da Avenida Alberto Flores, qual ser� o caminho para a popula��o entre C�rrego do Feij�o e Brumadinho? As pessoas ter�o que passar por Piedade do Paraopeba?
As obras para restaura��o do tr�nsito da Avenida Alberto Flores, no munic�pio de Brumadinho (MG), por meio da instala��o de uma ponte de 50 metros de extens�o, est�o em andamento. Os trabalhos est�o sendo conduzidos pela Vale. O objetivo � restabelecer com seguran�a o acesso de comunidades como Parque da Cachoeira e C�rrego do Feij�o � �rea central de Brumadinho. O prazo previsto para a conclus�o � de aproximadamente tr�s semanas.

 

(foto: EM)
(foto: EM)
Perguntas sem respostas 

 

Tendo conhecimento de que o refeit�rio e �reas administrativas da empresa estavam no caminho de eventual onda de rompimento, a Vale, em algum momento, fez projeto para mudan�a dessas estruturas? Se sim, quando e com qual prazo de conclus�o?

Sirenes ligadas ao complexo da Mina C�rrego do Feij�o permanecem intactas ap�s o desastre, mas moradores relatam que elas n�o tocaram no momento do rompimento. Se as pr�ximas � barragem n�o tocaram por terem sido “engolfadas” pela onda de lama, o que ocorreu com as demais?

Autoridades respons�veis por receber o Plano de A��o de Emerg�ncia de Barragens de Minera��o (PAEBM) relatam n�o ter conhecimento do paradeiro do documento ou n�o poder divulg�-lo, por ser um documento da Vale, a quem caberia tal divulga��o. Considerando que se trata de material de interesse p�blico e principalmente da popula��o afetada, qual o conte�do do documento? Ele ser� divulgado pela Vale? Se n�o, por qu�?

Produtores rurais questionam os motivos de n�o poderem usar a estrada por dentro da mineradora para fazer o caminho entre Brumadinho e as comunidades do outro lado da lama. Eles sustentam que existem alguns produtores com neg�cios em comunidades como Aranha, Casa Branca e outras que est�o inacess�veis, enquanto h� tr�nsito de vans pela estrada da mineradora.

A popula��o de C�rrego do Feij�o est� angustiada com o futuro do vilarejo. Os moradores t�m d�vidas sobre a qualidade de vida do lugar depois da passagem da onda de rejeitos, principalmente com rela��o aos empregos, qualidade da �gua e reconstru��o de algumas �reas importantes para a popula��o, como o campo de futebol transformado em base de opera��es. A Vale pretende revitalizar ou reconstruir o C�rrego do Feij�o?

Os produtores rurais tamb�m questionam a Vale sobre um pagamento mensal, uma vez que eles pararam completamente de trabalhar com a pavimenta��o do curso d’�gua que era usado para a produ��o. O que a empresa diz sobre isso?

Outra solicita��o da comunidade do Parque da Cachoeira � por um valor mensal de um sal�rio m�nimo, enquanto a situa��o definitiva n�o estiver resolvida. Existe essa possibilidade?


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