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Estado de Minas

Viagem de �nibus revela cen�rio de destrui��o na �rea da Vale em Brumadinho

EM embarca no �nibus que agora faz a liga��o entre o distrito de C�rrego do Feij�o e o Centro de Brumadinho. Para muitos moradores, � o primeiro contato com a dimens�o do desastre


postado em 15/02/2019 06:00 / atualizado em 15/02/2019 08:05

Atamaio Ferreira olhava a paisagem desoladora da lama de dentro do coletivo enquanto ia para sua primeira consulta com psicólogo(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Atamaio Ferreira olhava a paisagem desoladora da lama de dentro do coletivo enquanto ia para sua primeira consulta com psic�logo (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


Brumadinho – Ap�s protestarem para usar a estrada no interior do complexo da Mina C�rrego do Feij�o para fazer o caminho entre Brumadinho e as comunidades do outro lado da lama, a popula��o da cidade da Grande BH teve finalmente o acesso � via liberado. A permiss�o veio ap�s a manifesta��o e a solicita��o da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil � Vale na �ltima quarta-feira. A entrada foi autorizada na manh� de ontem. Entretanto, agora, moradores esperam ansiosos pela libera��o da estrada que ligava as comunidades de C�rrego do Feij�o, Piedade do Paraopeba, Topo do Mundo e a BR-040 � cidade de Brumadinho – que est� em constru��o depois de ser tomada pelos rejeitos vazados em 25 de janeiro. A previs�o � de que ocorra em tr�s semanas.

“A gente olha pela janela e s� pensa nas centenas de pessoas que morreram ali. � muito triste”, contou a moradora do C�rrego do Feij�o, Marilda Ferreira dos Santos, de 34 anos, que viu de perto a trag�dia ao olhar a janela do �nibus fretado pela Vale para levar os moradores at� o Centro de Brumadinho. L� do alto de onde ocorre a minera��o – que se tornou via de acesso – � poss�vel ter uma vis�o panor�mica do mar de lama que cobre o verde das montanhas. � como se estivesse embarcado em um trem com destino ao desastre. Muitos esticam o pesco�o para ver a dimens�o da cat�strofe. Outros j� preferem virar o rosto: “Eu prefiro nem olhar”, disse Alberto de Souza Fernandes, de 68. O Estado de Minas foi barrado ao tentar fazer a passagem pela via e a equipe de reportagem embarcou em um dos �nibus fornecidos pela mineradora para o transporte.

A via foi liberada depois que os moradores das comunidades do C�rrego do Feij�o, Aranha, Suzana e Piedade de Paraopeba realizaram manifesta��o para cobrar provid�ncias da Vale em rela��o �s vias para transporte. O novo caminho torna a chegada a Brumadinho mais r�pida, n�o somente para os moradores, mas para todos que queiram ter acesso � cidade. A medida era bastante solicitada pelos produtores rurais, que estavam sendo prejudicados no transporte de suas mercadorias, uma vez que alguns mantinham neg�cios em comunidades pr�ximas, como Aranha, Casa Branca e outras que est�o inacess�veis. Nos dias anteriores, os moradores gastavam at� duas horas para dar a volta por Casa Branca, pela BR-040, pelo Anel Rodovi�rio, BR-381, Sardezo e M�rio Campos, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. S�o cerca de 90 quil�metros.

Isso porque o principal acesso a Alberto Flores e Parque da Cachoeira ainda est� interditado para a constru��o de uma ponte. “Quero ver quando v�o ficar pronta as obras. Disseram tr�s semanas, mas acho muito dif�cil”, contou Alberto. Ele, que desde novembro do ano passado precisa de fazer fisioterapia todos os dias para se recuperar de uma les�o do ombro, quer a estrada direta para o Centro de Brumadinho. Antes da libera��o pela Mina, ele demorava cerca quatro horas ida e volta. “N�o faltei nenhum dia. Mas estava mais dif�cil. Ficava muito longe. At� ent�o eles haviam fornecido apenas uma van. Ela ficava muito lotada e precisava chegar cedo para garantir lugar. Agora, com o �nibus, ficou melhor – na medida do poss�vel”, contou. Ontem, no �nibus de 12h30, 12 pessoas fizeram o trajeto – metade da sua capacidade. Ele saiu da pra�a principal do C�rrego do Feij�o, passou pela Mina, seguiu at� o Espa�o Conhecimento e, posteriormente, para a rodovi�ria de Brumadinho. O retorno estava programado para 14h30.

Ver galeria . 22 Fotos Novas fotos aéreas mostram situação na região atingida pelos rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho, na Grande BH, na segunda semana após o desastreCorpo de Bombeiros/Divulgação
Novas fotos a�reas mostram situa��o na regi�o atingida pelos rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho, na Grande BH, na segunda semana ap�s o desastre (foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o )


DISPONIBILIDADE Atamaio Ferreira, de 48, tamb�m ocupava um dos bancos do coletivo. Ele estava indo para sua primeira consulta com o psic�logo depois da trag�dia de 25 de janeiro. “Est� muito dif�cil de dormir, ent�o, decidi procurar ajuda”, contou ele, que perdeu muitos amigos no desastre. � a segunda vez que ele passa pelo acesso da Mina da mineradora. “Poder�amos fazer o trajeto em 35 minutos, mas pela Mina j� conseguimos fazer em 45, 50 minutos. Ainda fica longe. Ainda bem que eu n�o dependo de ir para Brumadinho todos os dias”, pontuou. Eleonoro Rodrigues, de 74, mora no Centro de Brumadinho e foi at� o C�rrego do Feij�o para apoiar um velho amigo, que est� desolado com o que ocorreu. Aproveitou do servi�o gratuito para fazer o trajeto: “Vim v�-lo. � um amigo de anos, perdeu muita gente”, comentou.

A Vale disponibiliza transporte para a comunidade entre o Centro Comunit�rio C�rrego do Feij�o e a Rodovi�ria de Brumadinho. O servi�o est� dispon�vel durante todos os dias da semana, inclusive aos s�bados e domingos, com partidas de ambos os pontos a cada duas horas, sendo o primeiro hor�rio �s 8h e o �ltimo �s 20h.


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