
As pris�es realizadas nesta sexta-feira, pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MP-MG) e a Pol�cia Militar do Estado abrem uma nova linha de investiga��o para o rompimento da barragem I da Mina do C�rrego do Feij�o, da Vale. Al�m do foco inicial, mais amplo, direcionado � seguran�a desse tipo de barragem (por alteamento a montante) e ao n�vel de conhecimento dos riscos, os investigadores passam a se apoiar tamb�m no aspecto mais t�cnico do monitoramento de seguran�a da estrutura.
Com isso, a press�o na sede da mineradora, no Rio, se enfraquece, e se instala na opera��o em Minas, cuja sede fica em Nova Lima, a menos de 20 quil�metros da mina em Brumadinho.
Dois dos empregados da empresa presos, o engenheiro geot�cnico H�lio Cerqueira e o t�cnico da �rea de inspe��o e monitoramento de barragem e pilha da mina, Artur Bastos, s�o protagonistas de uma s�rie de e-mails trocados na v�spera da trag�dia e divulgados esta semana pela pr�pria Vale. As mensagens mostram que havia falhas na leitura de cinco piez�metros, equipamentos usados para medir a press�o no interior das barragens.
Cerqueira se mostra bastante preocupado com as circunst�ncias e pede prioridade. Deixa claro, por�m, que as pr�ticas de medi��o, de uma forma geral, estava com problemas. "Ainda n�o temos leituras para o m�s de janeiro/19 para as barragens I, Vargem Grande, e B3/B4 e s� temos 5 dias �teis at� a virada do m�s. O risco de multa do DNPM (antigo nome da Ag�ncia Nacional de Minera��o) � muito alto", afirma o engenheiro, que trabalha na sede mineira da mineradora, em Nova Lima. O Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado, entrou em contato com Cerqueira, que se recusou a dar qualquer declara��o.
A Vale contratou uma auditoria para avaliar os problemas nos piez�metros relatados nas mensagens. A conclus�o da auditoria, realizada ap�s o rompimento, � que havia uma falha na leitura dos equipamentos, provocada por problemas de configura��o. "A incorre��o dos dados visualizados j� havia sido identificada, motivo pelo qual a consulente (Vale) requereu, advertiu e reiterou aos seus fornecedores na solu��o do problema", declaram os auditores do Instituto Brasileiro de peritos em Com�rcio Eletr�nico e Telem�tica (IBPtech), que focaram a an�lise na transmiss�o e an�lise dos dados, e n�o o funcionamento e instala��o dos equipamentos.
Em entrevista realizada nesta semana, o gerente-executivo de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carv�o da mineradora, L�cio Cavalli, garantiu que os problemas com cinco piez�metros reportados nos e-mails na v�spera n�o poderiam causar a trag�dia. "N�o houve erro de leitura dos piez�metros, mas de configura��o de placa. Se as informa��es (dos piez�metros) estivessem corretas, barragem teria �gua jorrando", disse.