A onda de sequestro de funcion�rios de bancos e familiares, o chamado “crime do sapatinho”, chegou a Belo Horizonte. O gerente do Banco do Brasil no Bairro Guarani, na Regi�o Norte, e parentes dele foram as v�timas dos criminosos. O banc�rio teve um simulacro de bomba amarrado ao corpo e foi obrigado a seguir at� a ag�ncia para sacar dinheiro. Enquanto isso, a fam�lia foi mantida sob o poder da quadrilha. O crime foi frustrado pela a��o de equipes do Departamento de Opera��es Especiais (Deoesp), que conseguiram colocar fim ao sequestro. Um dos suspeitos foi preso. O crime do sapatinho se enquadra na modalidade de extors�o mediante sequestro, que cresceu quase 36,2% no estado na compara��o entre 2017 e 2018.
Os n�meros disponibilizados no site da Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica (Sesp) mostram que, em 2017, foram 58 casos no estado, contra 79 de do ano passado. Somente em 2019, outros tr�s casos foram registrados, em Serro, e Itaobim, no Alto Jequitinhonha, e Igaratinga, na Regi�o Centro-Oeste. Com a onda de ataques, um dos l�deres da maior quadrilha especializada nessa modalidade criminosa foi transferido para um pres�dio Federal. Wanderley Silva Andrade, conhecido como Chacal, segundo investiga��es, continuava a ordenar os sequestros no territ�rio mineiro mesmo de dentro da cadeia. A �ltima vez que o crime chegou perto da capital mineira foi em Matozinhos, na Grande BH, em outubro.
Desta vez, o drama foi vivido por um funcion�rio do Banco do Brasil e familiares dele, que passaram por momentos de sufoco. O gerente da ag�ncia foi rendido na noite de anteontem, quando chegava em casa. De l�, foi levado � casa da namorada e dos pais, em Betim, que foram rendidos junto com um amigo da fam�lia que se encontrava na resid�ncia. Os cinco foram levados para um cativeiro em uma vila de Justin�polis, Ribeir�o das Neves, na Grande BH, de onde o gerente foi retirado ontem pela manh� e levado � ag�ncia. Os suspeitos amarraram sobre o corpo do homem equipamentos que simulavam explosivos e obrigaram a v�tima a entrar no banco e “retirar todo o dinheiro”. Eles n�o contavam com a a��o do servi�o de seguran�a da ag�ncia, que desconfiou e acionou as for�as policiais.
De acordo com o delegado da Delegacia Estadual de Opera��es Especiais (Deoesp), Ramon Sandoli, a pol�cia foi acionada por volta das 10h10 e passou a fazer dilig�ncias. O setor antibombas do Batalh�o de Opera��es Especiais (Bope) da Pol�cia Militar foi acionado e constatou que n�o se tratavam de explosivos, o que deixou os policiais civis livres para abordar o gerente e tentar identificar o cativeiro. Por volta das 13h, o cativeiro foi localizado e as quatro v�timas, liberadas. Um homem armado de carabina calibre 22 foi preso enquanto tomava conta dos ref�ns. Trata-se de Rafael Silveira de Almeida, 38 anos, que havia sa�do da pris�o, segundo o delegado, em 22 de dezembro, depois de cumprir pena por furto, roubo e les�es corporais. Nenhum ref�m ficou ferido e os assaltantes n�o levaram qualquer quantia em dinheiro.
ONDA NO INTERIOR A a��o de quadrilhas especializadas nesse tipo de crime em Minas Gerais vem amedrontando funcion�rios de ag�ncias banc�rias. Em 21 de janeiro, a viol�ncia foi registrada em Serro, no Alto Jequitinhonha. Dois gerentes do Banco Sicoob foram sequestrados, assim como parentes deles. Os criminosos foram a duas ag�ncias e conseguiram levar dinheiro. Um cerco foi feito na regi�o e quatro homens foram presos, al�m de um adolescente detido. Tr�s armas foram apreendidas e uma quantia em dinheiro foi recuperada.
Em 14 de janeiro, um grupo de ao menos quatro pessoas sequestrou a tesoureira do Banco Sicoob localizado em Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, e o marido dela. A banc�ria retirou uma quantia em dinheiro da ag�ncia e entregou aos criminosos. O marido dela acabou liberado, depois de ficar aproximadamente 17 horas sob o poder do bando. Ele e a mulher n�o sofrerem ferimentos.
Seis dias antes, o crime j� tinha acontecido em Igaratinga, na Regi�o Centro-Oeste. Criminosos sequestraram a fam�lia de um seguran�a de uma ag�ncia da institui��o financeira Sicoob Ascicred. O funcion�rio fez um saque na ag�ncia e entregou a quadrilha, que conseguiu fugir. Parentes do homem foram soltos depois de aproximadamente 15 horas sob o poder dos bandidos. Dois suspeitos foram presos no mesmo dia em Betim, na Grande BH. Com eles foram apreendidos R$ 20 mil em dinheiro, um rev�lver calibre 38 e muni��o do mesmo calibre.