(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Fi�is participam de missa em homenagem �s v�timas de Brumadinho

Durante a celebra��o, 14 ind�genas patax�s rezaram o Pai Nosso na l�ngua nativa


postado em 22/02/2019 20:50 / atualizado em 22/02/2019 21:00

Ver galeria . 10 Fotos Alexandre Guzanshe/EM
Alexandre Guzanshe/EM (foto: )
Velas acesas, ora��o coletiva, flores de papel, nomes dos mortos escritos na escadaria e cruzes como s�mbolo m�ximo da dor. Centenas de pessoas participaram, na noite desta sexta-feira, na Igreja S�o Jos�, no Centro da capital, de uma s�rie de celebra��es em solidariedade �s v�timas da trag�dia de rompimento da barragem da mina do C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. O bispo auxiliar da Arquidiocese de BH, dom Vicente de Paula Ferreira presidiu a missa das 18h e lembrou que em 25 de janeiro, �s 12h28 – um m�s se compelta na segunda-feira – ocorreu “um massacre, um crime”, que resultou na morte de 177 pessoas e deixou 133 desaparecidos sob a lama que vazou do empreendimento da mineradora Vale. Os atos religiosos e tamb�m de manifesta��o popular foram organizados pela Confer�ncia dos Religiosos do Brasil (CRB), Igreja S�o Jos� e arquidiocese.

Antes de come�ar a missa, quem passava no adro da Igreja S�o Jos� podia ver, do lado direito do templo, uma enorme cruz, com fotos penduradas de todas as pessoas que morreram no desastre que tamb�m degradou a Bacia do Rio Paraopeba. No ch�o, outras cruzes menores. Ao pegar uma delas, o mission�rio Raimundo Nonato de Noronha, de 28, morador de Esmeraldas, disse que a vontade era de chorar. “Estive em Brumadinho logo depois da trag�dia e vi bem de perto o sofrimento das fam�lias”, contou ao lado da noiva B�rbara Freitas, de 24, formada em engenharia de produ��o e moradora do Bairro Mangueiras, no Barreiro. “Ficaram muitas crian�as �rf�s”, disse a jovem com emo��o.

A cerim�nia teve v�rios momentos e cenas que deixaram os presentes com l�grimas nos olhos. Um deles foi a entrada na igreja, logo no in�cio da missa, de um homem segurando nos bra�os uma crian�a, ambos cobertos de lama. “Eu tinha conhecidos que morreram em Brumadinho”, contou o ator e diretor de teatro, Munish, que trazia nos bra�os a menina Mariana Mota, de 10, filha de uma amiga dele. Perto do altar, os dois foram recebidos por um grupo de religiosas que, cuidadosamente, receberam os dois e limparam o rosto da garota, representando, nesse momento, todas as crian�as que perderam a vida no desastre. Antes, na entrada, um grupo portava cartazes com frases de alerta, a exemplo de “lucro acima de tudo, lama em cima de todos”. Na escadaria, foi estendida uma faixa na qual se lia Vale assassina.

�gua do rio

Outro momento de emo��o foi o Pai Nosso rezado, na l�ngua nativa, por um grupo de 14 ind�genas patax�s, da Aldeia Na� Xoh� de S�o Joaquim de Bicas, duramente atingida pelos rejeitos. No ofert�rio, uma religiosa levou ao altar uma garrafa com �gua do Rio Paraopeba agora contaminado por metais pesados carreados na lama. “Quase um m�s depois, tenho um sentimento inexplic�vel. Um sentimento que n�o vou viver o suficiente para definir, mas que levarei at� �ltimo instante da minha vida”, disse o p�roco da Matriz de S�o Sebasti�o, de Brumadinho, padre Ren� Lopes.

Em cada banco ou de p�, as pessoas prestavam homenagens �s v�timas e pediam que Minas n�o seja mais alvo de trag�dias como as de Mariana, em 2005, e Brumadinho, pouco mais de tr�s anos depois. “As pessoas est�o muito sensibilizadas com tudo isso, por isso esta celebra��o � importante. � essencial n�o esquecermos desta trag�dia, para que n�o ocorram mais no nosso estado”, disse a assistente administrativa Eliane Alves Silva, moradora do Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Leste da capital. Na porta principal da igreja, o vig�rio e mission�rio redentorista, tamb�m concelebrante, padre Fl�vio Campos, ajudava a receber os fi�is e informava que havia religiosos de muita congrega��es, al�m de leigos que formaram um grande coro ao som da banda S�o Sebasti�o, de Brumadinho, sob reg�ncia do maestro Anderson. Durante a missa, houve tamb�m refer�ncia aos bombeiros e volunt�rios chamados de “heroicos e incans�veis”.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)