(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Programa��o infantil, passeata e samba: mobiliza��o em Macacos tenta unir comunidade local

Iniciativa dos moradores do distrito de S�o Sebasti�o das �guas Claras pretende mandar mensagem positiva, uma semana depois da evacua��o de 215 cidad�os locais


postado em 23/02/2019 18:17 / atualizado em 23/02/2019 18:27

Criança simboliza momento de Macacos: de um lado, a preocupação quanto à Barragem B3/B4 da Mina Mar Azul; de outro, a Capela São Sebastião, símbolo da união da comunidade(foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)
Crian�a simboliza momento de Macacos: de um lado, a preocupa��o quanto � Barragem B3/B4 da Mina Mar Azul; de outro, a Capela S�o Sebasti�o, s�mbolo da uni�o da comunidade (foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)

 
"Assim n�o vale. Transformar a vida em lama e fazer com que ela se espalhe". O trecho do samba criado pelo compositor Rodrigo Soares, morador do condom�nio Pas�rgada, em Nova Lima, entoou a manifesta��o dos moradores do distrito de Macacos, na mesma cidade, realizada ontem. A mobiliza��o teve como objetivo demonstrar a uni�o de S�o Sebasti�o das �guas Claras em meio � evacua��o de 215 pessoas no �ltimo dia 16, quando sirenes tocaram diante da amea�a de rompimento da Barragem B3/B4 do complexo Mar Azul, da Vale, situada no mesmo munic�pio. 

Na tarde de ontem, a comunidade local se reuniu na Capela de S�o Sebasti�o em um abra�o solid�rio a toda S�o Sebasti�o das �guas Claras, principalmente aqueles que foram retirados de suas casas. "Queremos dizer que a vida aqui continua. As pessoas est�o vivas e a gente � uma comunidade unida. N�o queremos convocar enormes massas para vir pra c�, mas sim para dar uma demonstra��o de vida. Vamos chamar aten��o para nossa causa de maneira pac�fica e com muita alegria", diz o presidente da associa��o comunit�ria de Macacos, o m�sico Raul Franco, de 36 anos. 

Na mesma linha, a captadora de clientes L�lian Miranda Costa, de 43, destacou que a convoca��o para a mobiliza��o tem o objetivo de acolher a comunidade. “A gente precisa se unir e se fortalecer, porque todos se sentem muito afetados com os crimes de Brumadinho e Mariana. Ontem (sexta-feira). A gente conseguiu uma vit�ria na Assembleia, com a aprova��o do Projeto de Lei. Este PL desarma uma bomba at�mica que j� est� armada h� muito tempo”, salienta. 
 
Passeata de mães e responsáveis até a escola provisória nas proximidades da Igreja Santo Daime(foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)
Passeata de m�es e respons�veis at� a escola provis�ria nas proximidades da Igreja Santo Daime (foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)
 

A iniciativa tamb�m contou com uma passeata de moradores do Bairro Capela Velha. O ato aconteceu devido � evacua��o de uma escola da localidade e reuniu diversas m�es preocupadas com a transfer�ncia das crian�as para uma unidade de ensino improvisada, nas proximidades da Igreja do Santo Daime, ainda em Macacos. “Para ir � escola, eles v�o tem que passar pela �rea de risco, dentro da mancha vermelha (informada nos mapas da Vale). Ent�o, a gente sugeriu essa caminhada, porque n�o conhecemos o trajeto. Queremos saber as condi��es de seguran�a para as crian�as”, explica Misl�nia Coelho, de 47 anos, av� e tia de menores prejudicados pela mudan�a. 
Mislânia Coelho, de 47 anos, tirou a tarde de sábado para conhecer o trajeto que o neto e o sobrinho %u2013 prejudicados pela evacuação %u2013 vão fazer para acessar a escola provisória (foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)
Misl�nia Coelho, de 47 anos, tirou a tarde de s�bado para conhecer o trajeto que o neto e o sobrinho %u2013 prejudicados pela evacua��o %u2013 v�o fazer para acessar a escola provis�ria (foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)

Al�m disso, o dia teve uma roda de conta��o de hist�rias ministrada pela professora e escritora Vanessa Corr�a. Crian�as da regi�o ficaram espalhadas sobre len��is no gramado da Capela de S�o Sebasti�o, onde coloriram desenhos, brincaram de bola e ouviram as narrativas ministradas por Vanessa. “Eu moro em Belo Horizonte e recebi um convite para contar hist�rias aqui, por causa do evento de semana passada. Eu logo disse: 'claro, eu preciso'. A hist�ria mexe com as emo��es e os sentimentos. Cultura � tudo”, afirma.

Com�rcio

 
Ronaldo Rodrigues, dono de uma imobiliária e pousadas da região(foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)
Ronaldo Rodrigues, dono de uma imobili�ria e pousadas da regi�o (foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)
 

Apesar de a mobiliza��o desta tarde n�o ter objetivo de incentivar o consumo em Macacos, comerciantes locais continuam reclamando do quanto o movimento caiu desde a a��o preventiva da Vale e da Defesa Civil. Dono de uma pousada local, Ronaldo Rodrigues, 52, foi o respons�vel por hospedar parte dos evacuados. "O movimento esperado para o carnaval, infelizmente, acabou. A gente quer mostrar para toda a popula��o de BH e do Brasil que n�o existe perigo em Macacos. Se houvesse, os �rg�os p�blicos n�o estariam aqui, eu n�o estaria aqui e a pr�pria Vale n�o estaria aqui. Continuamos nossas atividades", ressalta. 

Filhos dos propriet�rios do restaurante Ninho da Coruja, em Macacos, Breno Batista deposita a queda das vendas nas not�cias falsas. "Em Belo Horizonte, tem gente dizendo para n�o vir pra Macacos, se n�o quiser morrer. N�o tem nada disso. Voc�s (imprensa) precisam nos ajudar a divulgar que a situa��o continua a mesma aqui", conta.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)