(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Relat�rio aponta presen�a elevada de metais pesados em pontos do Rio Paraopeba

Em 10 dos 22 trechos analisados pela Funda��o SOS Mata Atl�ntica, situa��o do manancial � ruim ou p�ssima


postado em 27/02/2019 06:00 / atualizado em 27/02/2019 07:48

Rio Paraopeba em Brumadinho: quantidade de sólidos em suspensão e a turbidez da água impediram a coleta em pontos próximos da área do desastre(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Rio Paraopeba em Brumadinho: quantidade de s�lidos em suspens�o e a turbidez da �gua impediram a coleta em pontos pr�ximos da �rea do desastre (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


A lama de rejeito que vazou da barragem B1 da Mina do C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, provocou um rastro de destrui��o ao longo do Rio Paraopeba, elevando o n�vel de metais pesados na �gua do manancial, que ficou impr�pria para o consumo. � o que aponta o relat�rio daexpedi��o da Funda��o SOS Mata Atl�ntica, que percorreu 2 mil quil�metros de estrada, ao longo de 21 munic�pios, para analisar a qualidade da �gua em 305 quil�metros do rio afetados pelo rompimento da Vale, logo ap�s a trag�dia, ocorrida em 25 de janeiro. At� ontem, 180 corpos j� haviam sido resgatados e 130 pessoas continuavam desaparecidas, segundo o Corpo de Bombeiros.


Os t�cnicos e especialistas da organiza��o n�o governamental (ONG) realizaram a expedi��o no per�odo de 31 de janeiro a 9 de fevereiro, quando percorreram a extens�o do Paraopeba que vai desde o C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, at� a Usina de Retiro Baixo, em Felixl�ndia. Os resultados do levantamento ser�o apresentados na manh� de hoje, na C�mara dos Deputados (Audit�rio Nereu Ramos), em Bras�lia.

Segundo o relat�rio, em toda a extens�o percorrida a �gua n�o tem condi��es para o consumo humano e animal. Dos 22 pontos analisados, 10 apresentaram resultado ruim e 12 p�ssimo. Al�m disso, foram encontrados metais como ferro, mangan�s, cobre e cromo em n�veis muito acima dos limites m�ximos fixados na legisla��o. Ainda conforme o levantamento da Funda��o SOS Mata Atl�ntica, foram devastados pela lama rejeitos de 112 hectares de florestas nativas, dos quais 55 situados em �reas que, at� ent�o, eram “bem preservadas”.


“A lama de rejeitos de min�rio e contaminantes mudou drasticamente a geografia e a paisagem na regi�o do Alto Paraopeba. Enterrou nascentes e cursos d’�gua, ceifou vidas humanas, fauna e flora, devastou florestas nativas da mata atl�ntica e a vegeta��o natural e tingiu de cor de sangue um dos mais importantes mananciais da Grande BH, formador da Bacia Hidrogr�fica do Rio S�o Francisco”, diz o documento.


Os participantes da expedi��o lembram que “a regi�o do Alto Paraopeba, estrat�gica para a manuten��o dos recursos h�dricos da bacia e do Rio S�o Francisco, foi justamente a mais impactada com o despejo de 14 milh�es (na verdade, 13 milh�es) de toneladas de rejeitos de min�rio sobre as �reas”.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


RIO MORTO O relat�rio aponta que no trecho inicial da expedi��o pelo Rio Paraopeba, entre os munic�pios de Brumadinho e S�o Joaquim de Bicas, “a turbidez era extremamente elevada e os baixos n�veis de oxig�nio dissolvido medidos na coluna d’�gua, a partir de dois metros de profundidade, ultrapassaram limites definidos na legisla��o nacional e internacional para qualidade da �gua”. Nesse trecho, “pode-se dizer que o rio se encontrava morto, sem condi��o de vida aqu�tica” constatam os especialistas.


Segundo os integrantes da expedi��o, a grande quantidade de s�lidos em suspens�o, a turbidez e a cor intensa da �gua no trecho “deixaram o rio semelhante a uma massa de bolo de chocolate – como os moradores ribeirinhos descreveram – e impediram que par�metros f�sicos, qu�micos e biol�gicos fossem medidos em cinco campos de coleta nos munic�pios de Brumadinho, M�rio Campos, S�o Joaquim de Bicas e Betim. Eles relatam ainda o registro de peixes e animais mortos na regi�o e preju�zos aos �ndios patax�s no munic�pio de S�o Joaquim de Bicas.


“Esperamos com este relat�rio contribuir para o aprimoramento de pol�ticas p�blicas no sentido de evitar que eventos tr�gicos como esse se repitam, tendo como base o fortalecimento do arcabou�o legal e institucional brasileiro, com participa��o da sociedade na tomada de decis�es” afirma Malu Ribeiro, especialista em recursos h�dricos dafunda��o.

METAIS O documento da expedi��o revela ainda concentra��o metais no Rio Paraopeba bem acima dos n�veis permitidos. Em alguns pontos, foi verificada a presen�a de mais de 4 mg/l de cobre, enquanto o limite permitido � 0,009 mg/l. O mangan�s, cujo limite � de 0,1mg/l, chegou a at� 3 mg/l em alguns locais. J� a concentra��o de ferro, em diversos pontos, passou de 6mg/l. O teto � de 0,3mg/l.


Os metais pesados podem provocar diversos danos � sa�de humana. N�useas e v�mitos podem ocorrer ap�s consumo livre de cobre, mesmo em pequenas quantidades. A ingest�o de mangan�s pode levar a rigidez muscular, tremores das m�os e fraqueza.


“Os metais presentes na �gua nessas quantidades s�o nocivos ao ambiente, � sa�de humana, � fauna, aos peixes e aos organismos vivos. Eles s�o reconhecidamente poluentes severos e podem causar diversos danos aos organismos, desde interfer�ncias no metabolismo e doen�as, at� efeitos mutag�nicos e morte“, afirma Marta Marcondes, professora e coordenadora do Laborat�rio de An�lise Ambiental do Projeto �ndice de Poluentes H�dricos (IPH), Universidade Municipal de S�o Caetano do Sul (USCS).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)