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Estado de Minas

Carnaval de BH: Morte de adolescente engrossa estat�sticas de crimes graves � noite

Com multid�es crescentes a cada ano, folia encara o agravamento da criminalidade no per�odo noturno, no qual ocorreram todos os epis�dios mais violentos, inclusive tr�s mortes


postado em 08/03/2019 06:00 / atualizado em 08/03/2019 11:48

Praça da Estação, onde foi montado um dos palcos fixos, concentrou ocorrências graves. Robson Soares foi morto na Praça Sete (foto: Leandro Couri/EM/D.A press)
Pra�a da Esta��o, onde foi montado um dos palcos fixos, concentrou ocorr�ncias graves. Robson Soares foi morto na Pra�a Sete (foto: Leandro Couri/EM/D.A press)

Se o carnaval de Belo Horizonte vem disputando nota m�xima, ano ap�s ano, nos quesitos concentra��o e evolu��o, quando o assunto � dispers�o, o samba atravessa, as ocorr�ncias se multiplicam e a viol�ncia dispara. Neste ano, os epis�dios mais graves deixaram claro que � no fim da festa, entre o in�cio da noite e a madrugada, que est�o os maiores desafios � organiza��o e � seguran�a – embora durante todo o dia ocorram furtos e roubos, com destaque para os de celulares, e caos no tr�nsito. De s�bado at� a quarta-feira de cinzas, foi no per�odo noturno que ocorreram tr�s mortes, quatro estupros e os ataques a tiros contra tr�s pessoas, na Savassi, e a facadas contra outras quatro, entre elas dois turistas franceses. Uma das ocorr�ncias mais graves foi a morte do adolescente Robson Soares da Silva, de 16 anos, morador de Lagoa Santa, na Grande BH, que veio para a capital mineira para curtir a folia. Ele desapareceu ter�a-feira e seu corpo foi reconhecido por familiares ontem, no Instituto M�dico-Legal (IML).


O assassinato ainda � cercado por mist�rio. Equipes do Departamento de Investiga��o de Homic�dios e Prote��o � Pessoa iniciaram ontem levantamentos para tentar esclarecer o caso. O corpo do adolescente foi encontrado na madrugada de quarta-feira, na Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, mas permaneceu sem identifica��o at� ontem. De acordo com boletim de ocorr�ncia da Pol�cia Militar, testemunhas relataram que ele se envolveu em uma confus�o e que teve pertences pessoais roubados. A Pol�cia Civil abriu inqu�rito para investigar o caso, mas os laudos que podem identificar as causas da morte ainda s�o aguardados, assim como imagens de c�meras de seguran�a que podem ter flagrado o crime.

Robson Soares da Silva, de 16 anos, foi morto na Avenida Afonso Pena(foto: Reprodução/ WhatsApp )
Robson Soares da Silva, de 16 anos, foi morto na Avenida Afonso Pena (foto: Reprodu��o/ WhatsApp )
Segundo familiares do adolescente, ele chegou � capital no s�bado, acompanhado de cinco amigos. O grupo ficou hospedado em um apartamento que pertence � av� materna de Robson, no Bairro Graja�, Regi�o Oeste, onde o estudante foi visto pela �ltima vez, na noite da ter�a. De acordo com o boletim da PM, um amigo de Robson informou que eles voltaram para casa por volta das 23h, depois de participar de uma festa de carnaval. Os dois foram dormir por volta de 23h30.

A testemunha acrescentou que se levantou �s 11h da quarta-feira e foi at� o quarto onde Robson havia se deitado, mas j� n�o o encontrou. Documentos do adolescente foram achados no c�modo e seu celular j� n�o atendia, segundo o relato. Os dois voltariam naquele dia para Lagoa Santa, na Grande BH, onde moram.

Segundo a PM, a morte do adolescente foi registrada por volta de 1h. Testemunhas acionaram a corpora��o dizendo que havia ocorrido uma briga generalizada na Avenida Afonso Pena, pr�ximo ao n�mero 550. A v�tima foi encontrada ca�da no ch�o. M�dicos do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) constataram que o adolescente j� estava morto. Testemunhas informaram que o estudante, durante a confus�o, bateu a cabe�a no ch�o. Outros envolvidos na briga levaram seus pertences antes de fugir.

V�rias perguntas permanecem sem respostas no epis�dio. A primeira delas � como, e por que, o adolescente saiu do Graja�, na Regi�o Oeste, depois de se recolher com o amigo, e foi parar na Pra�a Sete, no Hipercentro da capital. A segunda � em que circunst�ncias ocorreu a morte, se em fun��o da queda, de agress�es ou por algum outro motivo. E outras, relacionadas a quem s�o os envolvidos e qual a motiva��o para o crime.

DESPEDIDA O corpo do adolescente foi velado no Vel�rio Municipal de Lagoa Santa e sepultado no cemit�rio local. O Col�gio Chromos, unidade de Lagoa Santa, suspendeu as aulas no turno da manh� de hoje e as provas previstas para o turno da tarde. Em nota oficial a institui��o manifestou “profundo pesar pelo falecimento do aluno”. Muito abalada, a diretora da escola, Cristina Detomi, amiga da fam�lia, disse que Robson foi seu aluno desde o ensino infantil: “Estou sem ch�o. Assim que soube do desaparecimento, senti um calafrio. Acompanhei toda a trajet�ria escolar dele, que era um menino muito dedicado e proativo, inteligente e bastante interativo com os colegas. Estamos muito abalados”.

Robson foi a terceira v�tima de homic�dios durante o carnaval em Belo Horizonte. O primeiro epis�dio ocorreu no Bairro Castelo, na Regi�o da Pampulha, quando uma briga levou � morte de um rapaz de 18 anos no domingo. O segundo vitimou no domingo uma mulher de aparentes 30 anos, nas proximidades do palco fixo montado pela prefeitura na Pra�a da Esta��o, no Centro – espa�o que concentrou o maior n�mero de ocorr�ncias graves, com quatro den�ncias de estupro e um esfaqueamento. Todas os casos ocorreram � noite ou durante a madrugada.

Crimes recuaram, diz PM


Apesar do aparente agravamento da viol�ncia em ocorr�ncias na capital, balan�o da Pol�cia Militar sustenta ter havido redu��o no total de crimes violentos no carnaval deste ano na cidade. De acordo com o registro oficial da PM, a queda foi de 59,91% em rela��o a 2018, considerando levantamento que ainda deve ser detalhado em conjunto com a Prefeitura de BH. No estado, a diminui��o no total de registros oficiais ficou em 56,93%, de acordo com a corpora��o.


Os casos de homic�dios em Minas ca�ram de 67 para 46, redu��o de 31,34%. Segundo a PM, oito deles t�m rela��o direta com o carnaval – o que significa que a capital sozinha responde por 37,5% dos registros. A queda dos registros de roubos foi de 57,89%, de 1.572 para 662, sendo que 106 tiveram a ver com o evento, de acordo com a corpora��o. Os estupros apresentaram redu��o de 26 para 16 (recuo de 38,46%), um quarto deles na capital. E os registros oficiais indicaram ainda 41 crimes de importuna��o sexual, 25 pris�es e dois menores apreendidos.

Sobre as queixas de roubos de celulares, a PM apontou varia��o negativa de 40,89%, sendo 1.208 ocorr�ncias contra 714 em 2019, e os furtos de 1.775, para 1.184. Questionado sobre o registro de furtos de aparelhos como “extravios”, como apurou o Estado de Minas durante o carnaval, o comandante-geral da PM, coronel Geovanne Silva, disse que o termo depende do relato da v�tima. “Se a pessoa deu falta do celular muito tempo depois, n�o sabe como o aparelho desapareceu, pode ser considerado extravio”, admitiu. E o balan�o de “extravios” n�o separa especificamente os de smartphones, registrados nas ocorr�ncias como “objetos pessoais” (que incluem correntinhas, rel�gios e outros bens). N�o foram divulgados n�meros absolutos. Apenas porcentagens.

RISCO NOTURNO

Confira as mais graves ocorr�ncias durante os dias oficiais de folia 

Noite de s�bado

Uma jovem de 19 anos procurou a Pol�cia Militar, na Pra�a da Esta��o, no Centro de Belo Horizonte, para denunciar ter sido estuprada enquanto curtia o carnaval. Segundo o boletim de ocorr�ncia, o crime aconteceu por volta de 20h30. A jovem teria se afastado dos colegas para ir a um banheiro qu�mico quando foi abordada.

Noite de domingo
Uma briga terminou em morte durante evento de carnaval no Bairro Castelo, Regi�o da Pampulha. Um jovem de 24 anos foi preso pela PM suspeito do crime. Ao ser abordado contou ter vomitado, atingido o p� da namorada da v�tima. Na vers�o do suspeito, o rapaz come�ou a agredi-lo, ele se defendeu e o rapaz, de 18 anos, teria ca�do e morrido. Por�m, testemunhas relataram que o suspeito bateu com a cabe�a da v�tima v�rias vezes no ch�o.

Tr�s pessoas foram baleadas, em duas ocorr�ncias com intervalo de poucos minutos na Regi�o da Savassi. Um jovem levou um tiro no abd�men na esquina das ruas Professor Moraes e Santa Rita Dur�o, ap�s um desentendimento entre dois grupos de jovens. Momentos depois, uma mulher e outro rapaz ficaram feridos, com menos gravidade, na esquina das avenidas Crist�v�o Colombo e Getulio Vargas.

Duas jovens, de 19 e 21 anos, foram v�timas de abusos sexuais na Pra�a da Esta��o, no Centro de BH. Elas esperavam a chegada de carro de transporte privado por aplicativo, quando um homem de 36 as amea�ou, segundo a PM. O homem, que portava uma arma falsa, ainda roubou celulares das mulheres.

Madrugada e noite de segunda
Uma mulher de 32 anos foi esfaqueada no abd�men, tamb�m nas proximidades da Pra�a da Esta��o, de madrugada. Inconsciente, ela foi socorrida por populares at� o Hospital Municipal Odilon Behrens, no Bairro S�o Crist�v�o, Regi�o Nordeste da capital, onde ficou internada.

Dois franceses foram esfaqueados ap�s uma tentativa de assalto na noite de segunda, na Avenida dos Andradas, no Bairro Santa Efig�nia. Segundo a Pol�cia Militar, eles participavam de eventos de carnaval na regi�o. O boletim de ocorr�ncia foi registrado �s 22h39. Os turistas estavam sem documentos, mas foram identificados como Sebastian Cayol e Lucas Dru, ambos de 38 anos.

Noite de ter�a-feira
Uma mulher de aproximadamente 30 anos foi encontrada morta durante a festa na Pra�a da Esta��o, com sinais de estrangulamento. A jovem chegou a ser levada at� o Posto M�dico Avan�ado na pra�a, mas j� chegou morta. Bombeiros e brigadistas do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) tentaram a reanima��o por cerca de 20 minutos.

Madrugada de quarta-feira
Por volta de 1h, foi encontrado na Avenida Afonso Pena, pr�ximo � Pra�a Sete, o corpo do adolescente Robson Soares da Silva, de 16 anos, morador de Lagoa Santa, que estava na capital mineira para curtir o carnaval. Ele teria sido v�tima de uma briga generalizada.

Por volta das 3h, policiais militares foram abordados por um homem ferido no pesco�o ap�s uma briga na Rua Esp�rito Santo, no Centro. De acordo com a PM, ele estava em um bar quando foi surpreendido por tr�s homens, um deles armado com um canivete, que o golpeou.

Uma adolescente de 14 anos foi v�tima de abuso na Pra�a da Esta��o, no Centro de BH. A menor comemorava os �ltimos momentos do carnaval quando um homem de 39 a amea�ou com uma faca. A menor come�ou a gritar, o que chamou a aten��o do seu namorado, que evitou que o suspeito desse sequ�ncia ao estupro.

 


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