Depois de oito meses de investiga��es, que come�aram a partir dos ataques praticados a �nibus e departamentos p�blicos do Sul de Minas e Tri�ngulo Mineiro em junho do ano passado, a Pol�cia Civil sustenta que avan�ou consideravelmente na identifica��o e pris�o dos principais l�deres em territ�rio mineiro da fac��o criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), origin�ria do estado de S�o Paulo e que possui mais de 2,2 mil integrantes em Minas.
De todos os 12 presos que j� estavam acautelados em MG, oito vieram da Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, o que exigiu grande opera��o log�stica para colher o depoimento dos detentos. Policiais civis fecharam o tr�nsito em um dos sentidos da Avenida Otac�lio Negr�o de Lima, em frente � sede do Departamento Estadual de Opera��es Especiais da Pol�cia Civil (Deoesp) e at� o helic�ptero da corpora��o foi usado na escolta. A aeronave pairou sobre a Lagoa da Pampulha durante a sa�da dos presidi�rios de uma van.
O que chama a aten��o � a pris�o de membros da chamada sintonia geral do estado, c�lula da fac��o em Minas que se comunica diretamente com o comando principal da organiza��o em S�o Paulo. Os n�meros fornecidos pela Pol�cia Civil nesta ter�a-feira indicam que, al�m dos alvos de mandados de pris�o, a investiga��o j� tem outros membros identificados, totalizando 32 pessoas com suas devidas fun��es na organiza��o j� conhecidas pelos delegados e investigadores do Deoesp. O trabalho foi desenvolvido dentro da 1ª Delegacia de Repress�o �s A��es Criminosas Organizadas (Draco). Quartorze dos identificados s�o da sintonia geral, sendo que sete deles tiveram mandado de pris�o expedido pela Justi�a nessa fase da opera��o.

Outra situa��o que revela como a fac��o trabalha na pr�tica � a quantidade de n�veis de fun��es. H� membros identificados respons�veis at� pelo com�rcio de itens proibidos dentro de pres�dios, como jogo do bicho e cigarro, sempre com o objetivo de auferir lucros para a organiza��o criminosa. � a chamada sintonia geral dos caixas.
De acordo com a Pol�cia Civil, essa fase da opera��o se originou depois que delegacias do interior do estado desenvolveram investiga��es espec�ficas para identificar autores de atentados prioritariamente nas regi�es Sul e Tri�ngulo, lim�trofes com S�o Paulo, praticados em junho passado. No curso do inqu�rito ficou identificado que um dos motivos aparentes dos ataques seria a opress�o de presos dentro das penitenci�rias, mas isso tamb�m ser� melhor investigado nos pr�ximos passos do trabalho. Segundo o inspetor Raul Euclides, o grupo que comanda o PCC em Minas Gerais teria pedido autoriza��o dos respons�veis pela fac��o de S�o Paulo para realizar os ataques.
Pr�ximos passos
De agora em diante, novas fases da opera��o batizada de Hefesto, em alus�o ao deus grego do fogo, v�o surgir com o objetivo de esmiu�ar ainda mais a fun��o de cada um dos presos e tamb�m poss�veis rela��es com membros do sistema de seguran�a p�blica do estado. A Pol�cia Civil j� pediu a transfer�ncia dos principais l�deres presos para pres�dios federais, com o objetivo de diminuir o poder de persuas�o e a for�a da organiza��o na hora de angariar novos membro. "O objetivo � segregar e afastar as lideran�as para desarticular o PCC", diz o inspetor Raul Euclides.