Na noite dessa quarta-feira, enquanto moradores de Nova Lima eram alertados sobre a eleva��o de risco para n�vel 3 da Barragem B3/B4 em Macacos, distrito do munic�pio, a popula��o de alguns bairros de Itabira se assustava com o acionamento de sirenes das barragens da Vale. No entanto, segundo a mineradora, o que ocorreu na cidade da Regi�o Central de Minas foi um engano. Nesta quinta, o em.com.br ouviu moradores de Itabira que relataram momentos de p�nico e at� um acidente no momento do alarme falso.
Segundo jornais da regi�o, a sirene com a mensagem pedindo que os moradores deixassem suas casas foi ouvida nas regi�es dos bairros Gabiroba, Praia e Bela Vista. V�deos e �udios de moradores come�aram a circular rapidamente nas redes sociais sobre o ocorrido.
Em uma das grava��es, atribu�da � pol�cia mas cuja veracidade ainda n�o foi confirmada, uma pessoa fala pelo r�dio que a sirene deveria ter sido acionada em Nova Lima, n�o em Itabira. Nesta quinta-feira, a Pol�cia Militar do munic�pio informou que algumas pessoas chegaram a ligar assustadas para o 190, mas n�o houve registro de ocorr�ncias.
O vereador Weverton Leandro Santos Andrade (PSB), conhecido como Vet�o, reclamou da situa��o no Facebook. “Em um momento delicado como esse, onde paira no ar o receio de toda popula��o sobre a seguran�a das barragens, principalmente sobre os mecanismos de fiscaliza��o de sua estabilidade, acionar a sirene erroneamente, assustando o povo, coloca mais uma vez em cheque a seguran�a deste sistema”.
Outros moradores tamb�m usaram as redes sociais para falar do medo ap�s o acionamento da sirene. Veja algumas publica��es:
Outros moradores tamb�m usaram as redes sociais para falar do medo ap�s o acionamento da sirene. Veja algumas publica��es:
A sirene tocou la em itabira por causa da barragem minha tia ta desesperada , meu Deus proteja ela
%u2014 Nabrisa (@vasconcelos_sa_) 28 de mar�o de 2019
sirene acionou por ENGANO em itabira tamb�m, virou festa j� n� vale?! jaja um morre de infarto
%u2014 Pillar Ferreira (@ferreira_pillar) 28 de mar�o de 2019
A sirene de alerta de rompimento de barragem da vale acabou de tocar l� na minha cidade, Itabira/Mg, depois de alguns bons minutos de caos entre o povo, no mix de agonia, medo e tristeza por n�o poder salvar os bens, a dita empresa avisa que acionaram a sirene ***POR ENGANO***
%u2014 Dell (@mdeleoff) 28 de mar�o de 2019
Sirene tocando errado em Itabira, t� at� vendo que no dia que ela realmente precisar tocar n�o vai tocar nada.
%u2014 Guilherme Moreira (@Moreira2311) 28 de mar�o de 2019
Por meio de nota, a Vale admitiu que houve uma falha no sistema de alerta de barragens no munic�pio. “O acionamento em Itabira aconteceu devido a um desacerto t�cnico. Portanto, n�o h� situa��o de emerg�ncia nessa localidade e nem necessidade de que as comunidades da regi�o sejam evacuadas”, informou a mineradora, completando que a corre��o foi feita imediatamente pela �rea t�cnica. “A Vale reitera que n�o houve altera��o no n�vel de seguran�a das barragens de Itabira e que os moradores podem manter a tranquilidade”, finalizou.
CRIAN�A PASSOU MAL Uma moradora do Bairro Ribeira de Cima, que pediu para n�o ser identificada, estava dormindo quando ouviu a sirene das barragens e ficou apavorada ao sair de casa com os dois filhos. “S� deu tempo de vestir um roup�o e acordar meus filhos. O mais velho tem 7 anos, o mandei correr para o carro. A minha de 3 anos peguei no colo e embarquei. Deixei a casa aberta e fui na dire��o que era o ponto de socorro”, contou a mulher. O local de encontro indicado pela Vale fica a menos de cinco minutos da casa dela e era grande o movimento de carros e pedestres seguindo para o endere�o. “Cheguei l� tinha muitas crian�as, idosos. Vi uma senhora cadeirante carregada pelo filho e atr�s deles uma pessoa com um colch�o para coloc�-la. Depois de meia hora chegou a informa��o de que n�o era real, era um erro, que dev�amos voltar para casa. Como a rua era muito estreita, at� os carros sa�rem demorou muito tempo, foi uma situa��o de p�nico, pavor”, contou.
A moradora conta que o bairro � cortado por um curso d'�gua, o que aumenta o medo dos moradores de que os rejeitos do rompimento de uma das barragens poderia chegar r�pido ao local. O clima � tenso e, segundo ela, o filho mais velho est� emocionalmente abalado desde o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho e passou mal quando a sirene tocou ontem. “Quando eu falei para ele correr e entrar no carro, ele perguntou '� o que eu estou pensando?'. Na hora em que ele confirmou come�ou a passar mal de nervoso, vomitou muito, teve diarreia, n�o queria voltar para casa. Disse para irmos � casa da av�, onde � mais seguro”. A moradora disse que foi dif�cil convencer o menino a voltar para casa, e que ele ficou mais tranquilo quando viu o pai chegar do trabalho. Agora, ela tenta providenciar acompanhamento psicol�gico para a crian�a.
“Acho muita falta de respeito, principalmente com os idosos e acamados que n�o tiveram condi��es de sair de casa, sem saber se era real ou n�o. Minha preocupa��o � da pr�xima vez. (Em uma situa��o real) Se as pessoas n�o sa�rem de casa pensando ser um engano muitas vidas ser�o perdidas”, pontuou.
CARRO BATIDO E PREJU�ZO O pedreiro Edair Jos� dos Santos tamb�m mora no Bairro Ribeira de Cima, que fica pr�ximo � Barragem de Itabiru�u. Ele contou que ter� que desembolsar cerca de R$ 1 mil para consertar o carro ap�s um acidente ao sair de casa com a fam�lia durante o acionamento da sirene. “Minha av� fica de cama. Fui coloc�-la no carro e sa� correndo. Esbarrei na porteira de entrada da ch�cara, arranhou bem a lateral, arrancou o friso da porta”, contou. Com ele eram cinco pessoas no ve�culo. Ningu�m se feriu.
Assim como a vizinha de bairro, ele concorda que os alarmes falsos podem prejudicar as a��es da popula��o caso ocorra uma emerg�ncia. “A situa��o � cr�tica porque eles (Vale) n�o d�o uma posi��o, se vai acontecer (um rompimento), se n�o vai acontecer. Quando for de verdade, a pessoa vai achar que � alarme falso e n�o vai sair de casa”, comentou. Segundo ele, hoje as pessoas ainda est�o assustadas e falam at� em se mudar do bairro.