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Estado de Minas

Simulados de barragens em tr�s cidades de Minas tiveram 72% de ades�o

Mineiros de Nova Lima, Raposos e Itabirito, na rota da lama em caso de rompimento de barragem, fizeram simula��o de evacua��o e reafirmam inseguran�a e medo


postado em 01/04/2019 06:00 / atualizado em 01/04/2019 07:39

Em Honório Bicalho, 2.400 pessoas participaram ontem do treinamento promovido pela Cedec, 57% do esperado(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Em Hon�rio Bicalho, 2.400 pessoas participaram ontem do treinamento promovido pela Cedec, 57% do esperado (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

As sirenes voltaram a tocar. Mas, dessa vez, para treinar as pessoas que podem ser atingidas pelo rompimento de barragem. A eleva��o do n�vel de risco das barragens B3/B4, em Macacos (Nova Lima), e Forquilhas I e III, em Ouro Preto, para o est�gio de pr�-rompimento, fez com que o dia de ontem fosse marcado por centenas de pessoas deixando suas casas. As barragens j� estavam no n�vel 2 desde 20 de fevereiro, o que culminou na necessidade de evacuar regi�es em Ouro Preto e Nova Lima. Na �ltima quarta-feira, a situa��o dos reservat�rios mudou. Passou para o n�vel 3 – o �ltimo da escala de risco, que significa risco iminente de ruptura. Diante disso, moradores de Nova Lima e Raposos, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, e em Itabirito, na Regi�o Central do estado, participaram dos simulados como prepara��o para eventual rompimento de barragem.

Os treinamentos foram feitos pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). “Essa foi uma opera��o muito dif�cil. At� ent�o, a Defesa Civil nunca tinha feito um simulado dessa propor��o, com essa quantidade de pessoas”, disse coordenador adjunto de Defesa Civil, tenente-coronel Fl�vio Godinho, que classificou as opera��es como “sucesso”. Eram esperados pela Defesa Civil a participa��o de 11.117 pessoas nos tr�s simulados que ocorreram ontem. Desses, foi contabilizada a presen�a de 7.964 pessoas. Ou seja, uma ades�o de 72%.

Os treinamentos nas tr�s cidades come�aram pontualmente �s 15h. Em Hon�rio Bicalho, comunidade de Nova Lima, assim como em Macacos, a lama demoraria 1h03m para chegar em caso de rompimento da B3/B4. L�, foram sete pontos seguros distribu�dos. Muitos moradores relataram que o treinamento ocorreu com tranquilidade, mas a ades�o foi menor do que esperado: o simulado foi finalizado em 55 minutos e contou com a participa��o de 2.400 pessoas, 57% do esperado. Outra localidade atingida pela B3/B4, a cidade de Raposos, na Grande BH, tamb�m ter� nove pontos de encontro. Eles est�o divididos entre os bairros Matadouro 1 e 2, Vila Bela, Pra�a da Esta��o, Morro das Bicas, V�rzea do S�tio, Recanto Feliz, Barrac�o Amarelo, Retirinho e Ponte de Ferro, al�m do Centro do munic�pio. O simulado foi finalizado em 50 minutos. “Tiramos as pessoas da mancha de risco em 50 minutos, abaixo do tempo esperado.”, disse Godinho. Eram esperadas 2.400 pessoas e compareceram cerca de 794. Ou seja, o simulado com menor ades�o, que correspondeu a apenas 33% do esperado.

Em Itabirito, o p�blico estimado pela Defesa Civil era de 4.363 pessoas, com cinco reuni�es de prepara��o. Segundo a corpora��o, Itabirito seria atingida, no pior cen�rio, em 1h36m ap�s o rompimento da barragem Forquilha. O simulado de ontem foi completado em 40 minutos. J� a �ltima pessoa a chegar no ponto de encontrou demorou 1h16m. Os valores s�o bem abaixo do tempo para a lama atingir a primeira casa de Itabirito. “Participaram efetivamente do treinamento 4.770. Ou seja, 9% a mais da totalidade que esper�vamos. Isso porque pessoas que estavam fora da mancha tamb�m participaram”, completou.

Nos tr�s simulados, compareceram 65 militares da Pol�cia Militar, 806 funcion�rios da Vale, 25 ambul�ncias e uma aeronave empenhada. Houve reclama��es quanto ao som emitido pelos carros que simulavam as sirenes. “A simula��o funciona para detectar esse tipo de problema. Essa � a segunda vez que temos essa reclama��o. Em Bar�o de Cocais (Regi�o Central de Minas) tivemos essa pondera��o de que o som n�o foi aud�vel por algumas pessoas. Maia uma vez, vamos demandar isso ao respons�vel”, acrescentou Godinho.

Outro desafio � convencer as pessoas a participar dos pr�ximos simulados, para que n�o ocorra como em Raposos. “A informa��o pode salvar vidas. A gente sabe que � um inc�modo para uma pessoa sair de casa no domingo, para uma situa��o como essa. Por�m, � uma situa��o hipot�tica, em que conseguimos medir tempo, quantidade de pessoas, for�a operativa e a log�stica empenhada, para ver se realmente estava adequada”, alertou.

TEMOR Presente na simula��o, a dom�stica Maria Vit�ria da Silva, de 75 anos, moradora de Hon�rio Bicalho h� 48, em regi�o “bem pertinho da barragem”, conta. “Ap�s a sirene, conseguimos chegar aqui num tempo razo�vel, gra�as a Deus. O som est� bem alto, d� para ouvir. Ainda assim, ficamos com medo de n�o acordar, de n�o conseguir pegar os rem�dios a tempo”, descreve. Na simula��o, apenas trancou a porta e deixou a casa.

A recepcionista Katerine Santos, de 29, revela que o filho de 3, que faz tratamento contra convuls�es, � uma preocupa��o a mais em caso de rompimento. “Ele estuda na creche e seria levado para outro ponto de encontro.” A cabeleireira Denise Ferreira Mendes, de 57, mora em Hon�rio Bicalho h� 16 anos. “Nunca havia passado por isso, vivendo sob suspense. Quando vou deitar para dormir v�m uns flashes � mente, e voc� n�o sabe se est� dormindo ou acordado. Por causa do emocional abalado, n�.?”


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