
A Justi�a determinou o pagamento de R$ 10 mil de fian�a para que o homem que agrediu crian�a de 5 anos e a m�e dela fosse solto provisoriamente para responder o processo criminal em liberdade. Ele foi preso em flagrante no s�bado 30-03), em um shopping de BH, quando agrediu o menino, que � autista, com um tapa na cabe�a e proferiu ofensas verbais contra os dois.
Durante audi�ncia de cust�dia, o homem comprovou ser esquizofr�nico. De acordo com a Secretaria de Estado de Administra��o Prisional (Seap), ele saiu da pris�o �s 15h20 desta ter�a-feira.
Durante audi�ncia de cust�dia, o homem comprovou ser esquizofr�nico. De acordo com a Secretaria de Estado de Administra��o Prisional (Seap), ele saiu da pris�o �s 15h20 desta ter�a-feira.
Antes de saber da determina��o da Justi�a, a m�e da crian�a j� se sentia assustada. “N�o me deixa tranquila”, contou Arlinda Edleuza Oliveira da Mata, de 28 anos, com a voz embargada, os momentos de terror vividos em uma tradicional loja do varejo em um shopping na Regi�o Centro-Sul da capital.
No �ltimo s�bado, em um passeio com o filho, foi at� � loja comprar guloseimas. O transtorno come�ou na fila de pagamento. “Olha mam�e: �gua gigante”, lembra Arlinda da fala do filho. Segundos depois, ele esbarrou em uma caixa no ch�o, e encostou no bacharel de Direito Eduardo Nogueira Reis, de 60 anos. “Eu o segurei, mas chegou a encostar no senhor. Ele deu um tapa no meu filho e disse: ‘n�o deixa esse moleque esbarrar em mim’”, relatou.
Nesse momento, Eduardo Reis come�ou a desferir palavras racistas contra a m�e. “Ele falava ‘sua preta, puta preta, sua obesa, sua gorda’. Ele repetia igual uma crian�a”, disse. Neste momento, uma das mulheres que estavam na fila tentou acalmar a m�e. “Ela colocou a m�o no meu ombro e falou pra eu n�o falar nada se n�o ele iria me bater”.
O gerente da loja se aproximou dos envolvidos na confus�o e pediu para a m�e ignorar a atitude do bacharel, mas uma das testemunhas n�o aceitou. “Uma mulher gritou pro gerente e falou que ele n�o ia sair, que ia chamar a pol�cia. O gerente me levou pra fora da loja. Eu estava chorando muito com tudo que ouvi”, conta.
Enquanto a m�e e a crian�a eram retiradas da loja, o agressor saiu apressadamente. Uma das testemunhas que estavam na fila da loja e outra de um supermercado correram atr�s dele, chamaram a aten��o do seguran�a e conseguiram segur�-lo. “O bacharel foi levado para o Servi�o de Atendimento ao Consumidor (SAC) do shopping, ele sentado e eu na porta da loja, exposta pra todo mundo ver. O supervisor do shopping falou comigo ‘ele nao bate bem n�o’. Eu falei que se ele n�o bate bem, ele � um risco pra sociedade e pra ele mesmo”, disse Arlinda.
Como o seguran�a conseguiu atestar que ela n�o ia desistir, esperou a chegada da pol�cia. Durante a espera, uma das testemunhas contou para Arlinda que o agressor amea�ava a fam�lia a todo momento. “Ele ficou falando que � rico, que tem bons advogados, que vai acabar comigo, que sou oportunista”, disse. Em um dos �udios gravados, ele disse ainda que comprou a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Eu j� passei por isso antes, mas a forma com que ele ficou t�o agressivo, eu me senti muito impotente e ainda me sinto. Eu deveria ter tido alguma rea��o e n�o consegui ter”, lamenta a m�e da crian�a. Abalada com tudo que aconteceu, Arlinda desabafou: “Eu n�o estou pedindo nada, eu estou pedindo respeito”.
Os envolvidos prestaram depoimento na Delegacia de Pol�cia Civil e Eduardo foi preso em flagrante por suspeita de inj�ria racial contra a crian�a e contra a m�e. Ele foi encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira, em Belo Horizonte, na segunda-feira e saiu da pris�o na tarde desta ter�a-feira.
Transtorno mental
O Minist�rio P�blico, em raz�o da quest�o ps�quica em tratamento, manifestou pela liberdade provis�ria, com acompanhamento m�dico do agressor e fixa��o da fian�a para a concess�o do alvar� de soltura.
A defesa lembrou o fato de o agressor ser tecnicamente r�u prim�rio e j� possuir 60 anos de idade. Por fim, comprovou o transtorno mental com documentos.
A magistrada aplicou ainda medidas cautelares como o comparecimento mensal do agressor perante equipe multidisciplinar da Justi�a em um prazo de seis meses, al�m do compromisso dele participar de todos os atos do inqu�rito e da a��o penal que vier a ser instaurada.
Para fixar o valor da fian�a, a ju�za levou em considera��o as condi��es econ�micas do autuado, que, apesar de estar desempregado, declarou ser propriet�rio de dois im�veis, frutos de heran�a.
*Sob supervis�o do editor �lvaro Duarte