
Apesar de Minas Gerais contar com oito barragens de rejeitos sem estabilidade garantida e enquadradas nos n�veis 2 (alerta) e 3 (emerg�ncia), mapeamentos de manchas de inunda��o e retirada de pessoas de �reas de risco permitem � Defesa Civil de Minas Gerais garantir a seguran�a de destinos tur�sticos importantes na semana santa.
Por isso, o �rg�o do governo do estado refor�a o aviso de que as pessoas podem programar suas viagens sem medo, depois das medidas tomadas em cima dos riscos desencadeados pela crise das barragens. � o caso de lugares muito procurados por suas celebra��es religiosas, como Ouro Preto, Mariana e o Santu�rio do Cara�a, na Regi�o Central, mas tamb�m para pontos tur�sticos visitados em qualquer feriado prolongado.
Lugares que acabaram atingidos em cheio pelo risco aumentado em reservat�rios de rejeitos, como Inhotim, considerado o maior museu a c�u aberto do mundo, e S�o Sebasti�o das �guas Claras, distrito de Nova Lima conhecido como Macacos, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Em Macacos, os monitoramentos necess�rios para garantir a seguran�a de turistas e moradores contam com 107 pessoas 24 horas por dia.
Logo ap�s o rompimento da Barragem B1, da Vale, que despejou mais de 10 milh�es de metros c�bicos de rejeitos na Bacia do Rio Paraopeba e j� matou at� agora 228 pessoas, a cidade de Brumadinho foi impactada em cheio. O principal acesso entre a sede do munic�pio e suas comunidades rurais ficou fechado, gerando enorme preju�zo para o munic�pio, que, consequentemente, alcan�ou Inhotim, maior museu a c�u aberto do mundo. A unidade ficou fechada por 12 dias e depois reabriu, mas registra redu��o de 40% no movimento, segundo a assessoria de imprensa da institui��o.
N�o h� nenhum risco para a visita��o da unidade, conforme a Defesa Civil e o pr�prio museu. Como forma de tentar acalmar e informar bem os turistas que se interessam pelo acervo, o Inhotim publicou em seu site uma lista de perguntas e respostas com as principais d�vidas de quem tem medo de visitar o local pela crise das barragens. “O Inhotim est� a cerca de 20 quil�metros da �rea afetada. A equipe ambiental do Inhotim analisou os mapas topogr�ficos do entorno para assegurar que o Instituto n�o corre riscos”, publicou o museu.
Lama contida
Segundo o capit�o Herbert Aquino, diretor de Resposta a Desastres da Defesa Civil estadual, uma situa��o que pode levar as pessoas a pensarem de forma equivocada � a proximidade do museu com o Rio Paraopeba, mas a lama ficou contida no curso d’�gua e o manancial n�o amea�a o atrativo tur�stico, por estar em um n�vel bem abaixo do museu. “Tamb�m n�o h� problemas com rela��o � Barragem B6, que � s� de �gua e foi bastante esvaziada depois do rompimento da B1. Mesmo se ela estivesse cheia n�o haveria nenhum perigo porque o Inhotim est� bem mais alto do que o rio”, diz o militar.
Apesar do aquecimento natural do turismo religioso no feriado prolongado da semana santa, a crise das barragens tamb�m levantou d�vidas principalmente pela exist�ncia de reservat�rios em risco na cidade de Ouro Preto. Mas segundo o capit�o Herbert Aquino, o risco � zero para a zona urbana do munic�pio, uma vez que todas os reservat�rios instalados em Ouro Preto est�o na zona rural. “No caso das barragens de Forquilha, por exemplo, a primeira zona urbana atingida seria Itabirito, o que mant�m Ouro Preto e Mariana totalmente fora de qualquer problema”, afirma.
Uma situa��o que ainda inspira cuidados e monitoramento 24 horas por dia � o tr�nsito na BR-356, que � a via de acesso para Ouro Preto e Mariana. Em caso de rompimento da barragem Vargem Grande, em Nova Lima, que est� em est�gio de alerta (n�vel 2), a lama demoraria quatro minutos para chegar at� a rodovia. “Implantamos um sistema de siga e pare na 356, justamente para garantir a seguran�a, pelo fato de a barragem Vargem Grande estar perto da rodovia. Essa opera��o foi estabelecida h� mais de um m�s e conta com equipes de prontid�o 24 horas com monitoramento direto da barragem. Caso haja qualquer problema, � poss�vel fechar o tr�nsito e evitar o fluxo na �rea de risco antes da chegada da lama”, acrescenta o capit�o.
Tempo suficiente
Um destino que � um misto de ref�gio religioso e natural, muito procurado para ecoturismo, o Santu�rio do Cara�a est� pr�ximo das cidades de Bar�o de Cocais e Santa B�rbara. A �rea urbana dos dois munic�pios aparece na mancha de inunda��o da Barragem Sul Superior, que est� em n�vel 3, caracterizado pelo risco de ruptura iminente, mas ambas as cidades est�o na chamada zona secund�ria.
J� houve a evacua��o de todos os moradores da zona de autossalvamento e o tempo at� a chegada da lama nas vias que podem ser usadas para acesso ao Cara�a, como a MG-129, � suficiente para a atua��o da Pol�cia Militar na garantia dos fechamentos. “O tempo � mais que suficiente e seguro para fazer as interven��es que forem necess�rias em caso de problemas com a Barragem Sul Superior. As pessoas podem manter a programa��o normalmente para o Cara�a”, completa o capit�o.

